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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Segurança de medicamentos em oncologia

FARMACOVIGILANCIA NET OKO Lancet Oncology lançou uma segunda série de estudos sobre segurança de medicamentos em oncologia, desta vez enfocando a segurança na prática clínica e os perigos do comércio criminoso de drogas ilícitas, além de discutir erros na prescrição e administração de antineoplásicos. Quem comenta é Adalton Ribeiro (foto), diretor técnico do Núcleo de Farmacovigilância do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo.

Estudo de Venhuis BJ et al1 aponta que os oncológicos se tornaram claramente um alvo para o crime, ocupando hoje o quinto lugar entre os medicamentos mais falsificados, segundo levantamento da Instituto de Segurança Farmacêutica dos Estados Unidos. Os autores sustentam que a prevalência de drogas oncológicas ilícitas nas cadeias de suprimentos legais, apesar de pequena, é difícil de ser detectada, particularmente na prática clínica. “O medicamento Sutent®, cujos lotes falsificados foram detectados pelas autoridades sanitárias no Brasil, oferece uma sobrevida média de 5,9 meses para o tratamento de tumores neuroendócrinos pancreáticos, assim uma falha terapêutica por ser um produto falsificado é difícil de ser detectada dentro desta margem estreita de sobrevida, o que pode justificar medicamentos oncológicos serem alvos de falsificação”, entende Adalton.

As medidas para detectar drogas ilícitas em países de alta renda incluem dispositivos obrigatórios de controle da qualidade dos medicamentos e tecnologia de verificação de produtos baseada em risco. “A rastreabilidade de medicamentos (Sistema Nacional de Controle de Medicamentos - RDC 157/2017) ainda em fase experimental no Brasil, será uma ferramenta fundamental para combater a falsificação”, destaca o diretor-técnico do CVS. ”Medicamentos falsificados são adquiridos por um preço bem abaixo do que é praticado no mercado, assim a Assistência Farmacêutica, principalmente na rede privada, tem um papel de responsabilidade importante para evitar a compra de medicamentos oncológicos falsificados”, alerta.

No entanto, Venhuis et al antecipam preocupações sobre a rapidez com que o crime farmacêutico se adaptará a essas proteções e classificam de “indulgente” a atitude de profissionais de saúde e pacientes em relação à compra de medicamentos de fontes não confiáveis.

Estudo de Peter Bach e colegas2, que também integra a série do Lancet Oncology sobre segurança de medicamentos oncológicos, apontou as tendências atuais e implicações futuras do uso excessivo de medicamentos na assistência oncológica.

Os autores identificaram 30 estudos sobre o uso excessivo de medicamentos no tratamento do câncer, 16 exemplos com terapias de suporte, incluindo antieméticos, antidepressivos antagonistas do receptor de serotonina e corticosteroides, além de 17 exemplos que ilustram o uso excessivo de antineoplásicos. É o caso da indicação preventiva de filgrastim e pegfilgrastim em pacientes com baixo risco de neutropenia e febre, assim como o uso excessivo de inibidores do receptor de serotonina em pacientes sob quimioterapia pouco emetogênica.

A conclusão do estudo indica que a real magnitude do problema não é clara e sugere mais pesquisas para quantificar o uso excessivo de medicamentos, entender suas implicações e ajudar a proteger os pacientes de intervenções desnecessárias.

Erros em quimioterapia

No artigo intitulado Chemotheraoy medication Errors3, Weingert SN et al mostram os resultados de estudo que revisou dados da literatura de 1980 a 2017 para entender a extensão e a natureza dos erros de medicação na quimioterapia. Os resultados mostram que os erros afetam pelo menos 1 a 3% dos pacientes oncológicos adultos e pediátricos e ocorrem em todas as etapas do processo, a uma taxa de um a quatro por 1000 pedidos. Os autores sublinham que o uso de quimioterapia oral é uma área de risco crescente e observam que pesquisas adicionais são necessárias para entender e mitigar o risco de erros de medicação por quimioterapia.

Referências:

1-Bastiaan J Venhuis, Angela E Oostlander, Domenico Di Giorgio, Ruth Mosimann, Ines du Plessis.Oncology drugs in the crosshairs of pharmaceutical crime. The Lancet Oncology, Vol. 19, No. 4 DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(18)30101-3

2 - Stephen M Schleicher, Peter B Bach, Konstantina Matsoukas, Deborah Korenstein. Medication overuse in oncology: current trends and future implications for patients and society Lancet Oncology, Vol. 19, No. 4 DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(18)30099-8

3 - Saul N Weingart, Lulu Zhang, Megan Sweeney, Michael Hassett. Chemotherapy medication errors;The Lancet Oncology, Vol. 19, No. 4 DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(18)30094-9

Leia mais: Anvisa alerta sobre falsificação de oncológico


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