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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

O papel do médico na adesão à vacina contra HPV em meninos

LUISA NET OKUm em cada cinco pais de adolescentes norte-americanos relatam que não pretendem vacinar o seu filho com a vacinação contra o HPV. A razão principal, segundo estudo apresentado no Society of Gynecologic Oncology 2018 Annual Meeting on Women’s Cancer, é a falta de recomendação do médico. O trabalho mostrou ainda que a taxa de pais que não pretendem vacinar suas filhas é de um em cada dez pais. “Sem dúvida, esse é um empecilho já observado em mais de um estudo. Já existem recomendações neste sentido do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), que destacam o papel relevante da especialidade em indicar a vacinação contra HPV”, observa a bióloga Luisa Lina Villa (foto), chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Icesp e pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

As recomendações nacionais de vacinação infantil de rotina incluem a vacina contra o HPV para meninos e meninas. No entanto, as taxas de vacinação em meninos têm sido consistentemente inferiores às das meninas.

As estatísticas apresentadas por Anna Beavis, oncologista ginecológica na Johns Hopkins University, são do National Immunisation Survey-Teen (NIS-Teen), uma pesquisa nacional realizada com pais de adolescentes entre 13 e 17 anos para avaliar as taxas de vacinação nos Estados Unidos. A pesquisa traz dados de 2015.

O estudo

Dados de 2015 do National Immunisation Survey-Teen (NIS-Teen) foram utilizados para calcular as estimativas da prevalência ponderada a do início da vacinação contra o HPV entre meninos e meninas com idade entre 13 e 17 anos. Estimativas de prevalência para as razões de falta de iniciação relatadas pelos pais foram calculadas, e testes de χ2 ponderados pela pesquisa foram utilizados para comparar as razões da falta de vacinação entre pais de meninos e meninas adolescentes.

Em 2015, 63% das meninas iniciaram a vacinação contra HPV em comparação com 50% dos meninos (P <0,001). No geral, a razão mais comum para a falta de iniciação da vacina foi a percepção de falta de necessidade (21% em meninas, 22% em meninos, P = 0,6). Os pais também relataram falta de conhecimento sobre a vacina como motivo para a não vacinação (13% em meninas, 14% em meninos, P = 0,5). No entanto, os pais dos meninos foram significativamente mais propensos a citar como razão para a não vacinação a falta de recomendação do profissional de saúde (19% em meninos, 10% em meninas, P <0,001), e relataram menos preocupações sobre segurança e efeitos colaterais (9% em meninos, 14% em meninas, P <0,01). A falta de atividade sexual foi mais citada por pais de meninas como motivo para a falta de vacinação (15% em meninas, 9% em meninos, P <0,01).

"Está claro que a percepção da população é que o HPV afeta principalmente as mulheres. Infelizmente, muitos profissionais da saúde também desconhecem as consequências das infecções por HPV nos homens (câncer de pênis, de canal anal, de orofaringe) o que limita suas recomendações de vacinar os meninos. Portanto, novamente, trata-se de informação e educação para promover a vacinação, ampliando as taxas de cobertura em ambos sexos, o que, em última análise, promoverá a eliminação de diversos tumores causados por HPV em 2-3 décadas", conclui Luisa.

Referência:  Gender differences in reasons for lack of HPV vaccination in 2015: Tailoring the cancer-prevention vaccine message - A.L. Beavisa , M. Krakowb, K. Levinsona and A.F. Rositchc


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