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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

Adjuvância com inibidores de aromatase após a menopausa

MAX MANO 2018 NET OK 3É possível definir qual a melhor terapia endócrina na adjuvância do câncer de mama receptor hormonal positivo? Resultados do estudo randomizado FATA-GIM3, que comparou diretamente os três inibidores de aromatase (IA) anastrozol, exemestano e letrozol nesse cenário, além de comparar a estratégia 'switch' (2 anos de tamoxifeno -> 3 anos de IA) vs 'upfront' (5 anos de IA), mostram que não houve diferença entre os esquemas avaliados, tanto quanto ao tipo de IA utilizado, quanto em relação à sequência de tratamento. O oncologista Max Mano (foto), oncologista e coordenador de pesquisa clínica do Hospital Sírio-Libanês, descreve o estudo e comenta os resultados.

Neste estudo, foram recrutadas mulheres menopausadas com câncer de mama receptor hormonal positivo, ressecção completa do tumor, com qualquer status linfonodal axilar e tamanho tumoral. Foram excluídas pacientes com doença recorrente ou metastática, tratamento prévio com tamoxifeno e outra malignidade anterior.

As pacientes foram randomizadas à razão de 1:1:1:1:1:1 para um dos seis grupos de tratamento: anastrozol oral (1 mg/ dia), exemestano (25 mg/dia) ou letrozol (2,5 mg/dia) por 5 anos (upfront) ou tamoxifeno oral (20 mg/dia) durante 2 anos seguido de administração oral de um dos três IA por 3 anos (switch).

O desfecho primário foi sobrevida livre de doença (SLD), com análises de eficácia por intenção de tratar.

Resultados

Um total de 3697 pacientes foram recrutadas, entre 9 de março de 2007 e 31 de julho de 2012. As pacientes representam uma população típica de mulheres com câncer de mama, com aproximadamente 2/3 tendo linfonodos negativos, 2/3 tendo 60 anos ou mais, 9% com tumores Her2 positivos, e quase 40% tratadas com quimioterapia prévia.

Após mediana de seguimento de 60 meses, 401 eventos de SLD foram relatados, incluindo 211 (11%) no grupo 'switch' e 190 (10%) no grupo 'upfront', correspondendo a taxas de SLD em 60 meses de 88,5% (95% CI 86·7–90·0) e 89,8% (88·2–91·2), respectivamente.

Os resultados da análise mostram também que a SLD em 5 anos foi de 90% (95% CI 87·9–91·7), 88% (85·8–89·9) e 89·4% (87·3–91·1) com anastrozol, exemestano e letrozol, respectivamente. Estas diferenças foram consideradas não significativas, comparações pareadas não foram realizadas.

Em relação ao perfil de segurança, o estudo italiano mostrou um perfil esperado para este tipo de tratamento. Os efeitos colaterais musculoesqueléticos foram os eventos de grau 3-4 mais frequentemente (relatados por 7% das pacientes em ambos os grupos). Como esperado, mais eventos musculoesqueléticos de grau 1-2 (52%) foram reportados no grupo 'upfront', por causa de uma menor incidência destes eventos durante os dois anos iniciais de tamoxifeno no grupo 'switch' (42%). Eventos do tipo fogachos, hiperlipidemia, vaginais, vasculares e endometriais, foram mais frequentes no grupo 'switch' do que no 'upfront'. Efeitos gastrointestinais foram mais frequentes com exemestano, enquanto hipercolesterolemia foi mais frequente com os dois IA não-esteroidais. Outros eventos G3-4 foram raros em todos os braços.

“Os resultados deste estudo mostram que não há diferenças clinicamente significativas entre as estratégias 'switch' e 'upfront', e nem entre os 3 tipos de IA comercialmente disponíveis. No entanto, há diferenças sensíveis no perfil de efeitos colaterais, que podem influenciar na escolha do tipo de tratamento”, explica Max Mano. “Além disso, a estratégia 'switch', mesmo com a maior disponibilidade atual de medicamentos biossimilares, deve estar associada a custos significativamente menores para o sistema se saúde e as próprias pacientes”, avalia.

O oncologista destaca ainda que esses não são dados isolados. “Estudos controlados anteriores já haviam sugerido ausência de diferenças clinicamente significativas entre os esquemas 'switch' e 'upfront' (BIG 98-01 para o letrozol, TEAM para o exemestano), assim como entre os vários IA (MA27: exemestane vs anastrozol and FACE: letrozol vs anastrozol)”, diz.

O FATA-GIM3 foi financiado pela Agência Italiana de Medicamentos, o que segundo Max Mano valoriza ainda mais o estudo, pela independência.

European Clinical Trials, número 2006-004018-42 e ClinicalTrials.gov, número NCT00541086.

Referências:  De Plácido et al. Adjuvant anastrozole versus exemestane versus letrozole, upfront or after 2 years of tamoxifen, in endocrine-sensitive breast cancer (FATA-GIM3): a randomised, phase 3 trial. Published Online February 23, 2018 DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(18)30116-5

 

 


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