24042024Qua
AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Benefícios a longo prazo da prática de exercícios durante a quimioterapia

Atividade Fisica NET OKEstudo revelou que o exercício durante a quimioterapia adjuvante ajuda os pacientes no envolvimento com atividades físicas anos após a cirurgia. Os resultados mostraram que após quatro anos, pacientes com câncer de mama ou cólon que haviam participado de um programa de exercícios de 18 semanas ao receberem quimioterapia estavam envolvidos com atividades físicas cerca de 142 minutos por semana ou 20 minutos a mais por dia, em média, do que aqueles que não participaram do programa de exercícios. Os pesquisadores apresentaram os resultados no 2018 Cancer Survivorship Symposium em Orlando, Flórida.

"É bem sabido que o exercício durante a quimioterapia pode diminuir os efeitos colaterais relacionados ao tratamento, como fadiga, dor e náuseas", disse a autora principal do estudo, Anne M. May, professora associada de epidemiologia do Centro Médico Universitário de Utrecht, Holanda. "Nosso estudo é o primeiro a mostrar que as pessoas que são fisicamente ativas durante o tratamento mantêm maiores níveis de atividade física no longo prazo, e isso é realmente importante para sua saúde e bem-estar", disse a especialista.

Sobre o Estudo

O Dutch PACT study investigou se o exercício durante a quimioterapia pode reduzir os efeitos colaterais relacionados ao tratamento. Após a cirurgia para câncer de mama (n=204) ou cólon estádio I-III (n=33), os participantes foram distribuídos aleatoriamente para participar de um programa de exercícios supervisionados de 18 semanas ou receber cuidados habituais enquanto eram submetidos à quimioterapia (cerca de 70% dos pacientes também receberam radioterapia).

A intervenção de exercícios envolveu 60 minutos de treinamento aeróbico e de força combinados, de intensidade moderada a alta, duas vezes por semana, sob a supervisão de um fisioterapeuta, mais 30 minutos de atividade física domiciliar três dias por semana. Anteriormente, os pesquisadores haviam relatado que o programa de atividade física era efetivo no curto prazo - os pacientes que fizeram exercícios durante o tratamento tiveram menos fadiga do que aqueles que não fizeram.

Quatro anos depois, os pesquisadores entrevistaram 128 participantes do estudo (110 com câncer de mama e 18 com câncer de cólon) para determinar se a intervenção de exercícios apresentava benefícios a longo prazo. Os níveis de fadiga e atividade física foram avaliados utilizando medidas validadas, o Multidimensional Fatigue Inventory (MFI) e o Short Questionnaire to Assess Health - Enhancing Physical Activity (SQUASH). Dos pacientes entrevistados, 70 participaram do programa de exercícios e 58 receberam cuidados habituais.

Principais conclusões

Após quatro anos, os pacientes no grupo de exercícios relataram praticar atividade física moderada a vigorosa, como ciclismo ou jogging, 90 minutos por dia, em média, enquanto aqueles no grupo de cuidados habituais relataram 70 minutos de atividade física diária com intensidade moderada a alta.

"O programa de exercícios foi projetado para manter os pacientes fisicamente ativos no longo prazo, e por isso estamos muito satisfeitos ao ver que após quatro anos as pessoas que receberam a intervenção permaneciam mais ativas", disse May. O programa de exercícios incorporou elementos cognitivos comportamentais destinados a aumentar a confiança dos pacientes para serem fisicamente ativos. Além disso, o fisioterapeuta discutiu a manutenção do engajamento esportivo após a conclusão da intervenção com os pacientes.

Houve também uma tendência de fadiga física menor no grupo de exercícios em comparação com o grupo de cuidados habitual (-1,13, 95% IC -2,45; 0,20, tamanho do efeito (ES) = 0,22), mas a diferença não foi estatisticamente significante.

Mais pesquisas são necessárias para confirmar que esta intervenção é efetiva na redução de efeitos colaterais a curto e longo prazo em pacientes tratados para outros tipos de câncer, embora até o momento não haja dados para sugerir o contrário. Uma análise de 34 ensaios clínicos com mais de 4.300 pacientes, apresentada no Cancer Survivorship Symposium (abstract 104) descobriu que o exercício reduziu significativamente a fadiga, independentemente do tipo e estádio do câncer, e de características do paciente como gênero, idade e índice de massa corporal.

Pesquisas anteriores sugerem que as mulheres tratadas para câncer de mama têm maior risco de doenças cardiovasculares, especialmente se receberam quimioterapia à base de antraciclina. No próximo acompanhamento do estudo PACT, os pesquisadores planejam explorar se o exercício durante a quimioterapia é protetor contra doenças cardiovasculares. Os dados do PACT serão combinados com dados de outro estudo holandês, PACES, no estudo PACT-PACES-HEART.

O estudo foi apoiado por bolsas da Dutch Cancer Society, da Dutch Pink Ribbon Foundation e da Netherlands Organization for Health Research.

Informação do ensaio clínico: NTR2138.

Referência:  Abstract 99 - Four-year effects of physical exercise during adjuvant treatment on fatigue and physical activity in breast and colon cancer patients. - Anne Maria May et al - Citation: J Clin Oncol 36, 2018 (suppl 7S; abstr 99)

 


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