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AtualizadoTer, 23 Abr 2024 1pm

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Daichii Sankyo

 

Cuidados paliativos e qualidade de vida

Paliativos 2017 NET OKResultados de estudo randomizado publicado no Lancet Oncology mostram o benefício de integrar cuidados paliativos aos cuidados oncológicos de pacientes com câncer avançado , indicando que o trabalho conjunto durante todo o percurso terapêutico melhora a qualidade de vida e é superior a intervenções paliativas sob demanda. 

Neste estudo randomizado, controlado, os pesquisadores inscreveram pacientes com câncer avançado (tumor sólido). Foram considerados elegíveis pacientes com status de desempenho ECOG 0-2, com expectativa de vida de 12 meses, dentro das primeiras 12 semanas do diagnóstico de um tumor primário ou de progressão.

Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente (1: 1) para receber cuidados paliativos integrados aos cuidados oncológicos ou exclusivamente o padrão de cuidados oncológicos. Todos os pacientes receberam atendimento oncológico multidisciplinar por médicos especialistas, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e enfermeiros especializados.

O endpoint primário foi a mudança na escala global de saúde/qualidade de vida avaliada pelo Questionário da Organização Europeia de Pesquisa e Tratamento do Câncer (EORTC QLQ C30) em 12 semanas e pelo Questionário de Qualidade de Vida da McGill (MQOL), que considera a dimensão adicional de bem-estar existencial. A análise foi realizada por intenção de tratar.

Achados

De 29 de abril de 2013 a 29 de fevereiro de 2016, o estudo inscreveu 186 pacientes, distribuídos aleatoriamente para o grupo de cuidados paliativos precoce e sistemático (N=92) ou para o grupo de cuidados oncológicos padrão (N=94).

Em 12 semanas foram considerados para análise 71% (65 pacientes) dos pacientes do grupo de intervenção versus 72% (68) do grupo controle.

O índice geral de qualidade de vida às 12 semanas pelo EORTC QLQ C30 foi de 54,39 (95% CI 49·23-59·56) no grupo de cuidados oncológicos padrão versus 61,98 (57·02-66·95) no grupo de cuidados paliativos precoce e sistemático (diferença 7·60 [IC 95% 0 · 59-14 · 60]; p = 0 · 03). Pelo MQOL o resultado foi de 5,94 (95% CI 5 · 50-6 · 39) no grupo de cuidados oncológicos padrão versus 7·05 (6·59-7·50) no grupo de cuidados paliativos associados (diferença 1 · 11 [IC 95% 0; 49-1; 73]; p = 0,0006).

Em conclusão, os achados do estudo mostram que um modelo de integração precoce e sistemática de cuidados paliativos aos cuidados oncológicos aumenta a qualidade de vida de pacientes com câncer avançado.

Os resultados também mostram que a integração precoce e sistemática dos cuidados paliativos é mais benéfica para pacientes com câncer avançado do que as consultas de cuidados paliativos oferecidas sob demanda, mesmo quando o apoio psicossocial já foi oferecido.

Em síntese, o estudo mostra que oncologistas e equipes especializadas em cuidados paliativos devem trabalhar em conjunto para melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer avançado. O estudo está registrado no ClinicalTrials.gov, número NCT01865396.

Referências: Gaëlle Vanbutsele et al. Effect of early and systematic integration of palliative care in patients with advanced cancer: a randomised controlled trial, Lancet Oncol., 02 February 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(18)30060-3


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