06122023Qua
AtualizadoTer, 05 Dez 2023 9pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Diabetes tipo 2 e risco de câncer de mama ER-negativo em mulheres afro-americanas

Mulher Negra NET OKEstudo publicado na Cancer Research, periódico da American Association for Cancer Research (AACR), sugere que as mulheres afro-americanas com diabetes tipo 2 (DT2) estão em maior risco de desenvolver câncer de mama receptor de estrogênio negativo (ER-). Os resultados demonstram ainda que nessas pacientes, distúrbios metabólicos podem ser mais importantes do que a obesidade para este subtipo da doença.

O câncer de mama receptor hormonal positivo tem maior incidência, melhores respostas ao tratamento e maiores taxas de sobrevida. No entanto, mulheres afro-americanas apresentam o dobro da incidência de câncer de mama ER- em comparação com as mulheres brancas.

"Ainda estamos tentando entender os processos biológicos básicos que levam ao câncer de mama ER-negativo. Uma maneira de fazer isso é estudar fatores mais comuns em uma população afro-americana", afirmou a primeira autora do estudo, Julie R. Palmer, diretora associada do Centro de Epidemiologia Slone e professora de epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston.

Vários estudos sugerem que o diabetes é um fator de risco para o câncer de mama, e o diabetes tipo 2 é duas vezes mais prevalente em mulheres afro-americanas em comparação com as mulheres brancas. Um estudo anterior analisou a associação entre diabetes tipo 2 e câncer de mama em mulheres afro-americanas, mas não apresentou resultados separadamente para câncer de mama ER-negativo e ER-positivo.

O estudo

As análises foram baseadas em informações fornecidas por participantes no Black Women’s Health Study (BWHS), uma coorte prospectiva com informações de 59 mil mulheres afro-americanas estabelecida há mais de 20 anos, com follow-up bienal. Com este grande conjunto de dados, os pesquisadores observaram muitos fatores, incluindo idade e índice de massa corporal (IMC).

Durante 847.934 pessoa-anos de follow-up, houve 1.851 tumores de mama invasivos, incluindo 914 casos ER + e 468 casos ER-. Os modelos de risco proporcional Cox multivariável foram utilizados para calcular hazard ratios (HR) para a incidência de câncer de mama associada ao DT2 em comparação ao não-DT2, controlando o índice de massa corporal (IMC) e outros fatores de confusão.

O HR para o DT2 em relação ao não DT2 foi de 1,18 [95% IC 1,00-1,40) para a incidência geral de câncer de mama, com aumento observado para o câncer de mama receptor de estrogênio negativo: HRs foram 1,02 (95% IC, 0,80-1,31) para ER+ e 1,43 (95% IC, 1,03-2,00) para câncer ER-. O HR para DT2 e câncer de mama ER- foi maior entre as mulheres não obesas (1,92; 95% IC, 1,22-3,04).

"Nossos resultados mostraram evidências estatisticamente significativas de um risco aumentado de câncer de mama ER-negativo em mulheres afro-americanas que apresentavam diabetes tipo 2 antes do câncer de mama, principalmente nas mulheres com diabetes há pelo menos cinco anos", disse Palmer. Não foi encontrada associação com o câncer de mama ER-positivo na mesma coorte.

Vale ressaltar que a associação entre diabetes tipo 2 e câncer de mama ER-negativo foi observada apenas entre mulheres com menor IMC (<30), o que sugere que anormalidades no estado metabólico podem desempenhar um papel maior no câncer de mama ER-negativo do que a obesidade.

Dada a elevada prevalência de DT2 em mulheres afro-americanas, a associação observada poderia, em parte, explicar as disparidades raciais na incidência de câncer de mama ER-.

Palmer enfatizou que é necessário estudos adicionais para corroborar essas descobertas. "Se esses resultados forem confirmados, diabetes tipo 2 seria um fator de risco modificável para o câncer de mama ER-negativo. As mulheres poderiam reduzir suas chances de ter a doença se pudessem evitar o desenvolvimento de diabetes tipo 2. O monitoramento dos níveis de açúcar no sangue para identificar a pré-diabetes pode permitir intervenções precoces”, conclui a pesquisadora, que agora pretende testar se a medicação para diabetes, como a metformina, poderia reduzir o risco de câncer de mama ER-negativo.

O estudo foi financiado pelo National Institutes of Health e, em parte, pelo Programa Dahod Breast Cancer Research na Faculdade de Medicina da Universidade de Boston.

Referência: Type II Diabetes and Incidence of Estrogen Receptor Negative Breast Cancer in African American Women - Julie R. Palmer, Nelsy Castro-Webb, Kimberly Bertrand, Traci N. Bethea and Gerald V. Denis - DOI: 10.1158/0008-5472.CAN-17-1903 Published November 2017


Publicidade
A.C. CAMARGO 70 ANOS
Publicidade
ABBVIE
Publicidade
LIBBS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
INTEGRAL HOME CARE
Publicidade
300x250 ad onconews200519