25042024Qui
AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Diferentes percepções de prognóstico entre pacientes de leucemia e oncologistas

leucemiaUm estudo com 100 pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) que receberam quimioterapia demonstrou que a percepção de pacientes e médicos em relação aos riscos do tratamento e probabilidade de cura varia amplamente. No geral, os pacientes tendem a superestimar tanto o risco de morrer devido ao tratamento como a probabilidade de cura. As descobertas foram apresentadas no 2017 Palliative and Suportive Care in Oncology Symposium, em San Diego, Califórnia.

"Pacientes com LMA enfrentam decisões de tratamento muito desafiadoras que geralmente são colocadas alguns dias após o diagnóstico ", disse o autor sênior do estudo, Areej El-Jawahri, professor assistente de medicina do Massachusetts General Hospital, em Boston, MA. "Como enfrentam uma decisão importante, eles precisam entender quais são os riscos do tratamento versus a possibilidade de uma cura".

Métodos

Os pesquisadores inscreveram 50 pacientes que receberam cuidados intensivos em LMA (hospitalização por 4 a 6 semanas) e 50 pacientes que receberam cuidados não intensivos (administrados como tratamento ambulatorial). A idade média dos pacientes foi de 71 anos, 92% eram brancos, mais de 50% tinha formação universitária e a maioria era de alta renda.

No momento da inscrição no estudo, foi avaliada a percepção de pacientes e oncologistas em relação à mortalidade relacionada ao tratamento. Um mês depois, foram avaliados a percepção de pacientes e oncologistas sobre o prognóstico usando o Questionário de Percepção de Prognóstico e Tratamento. Nesse período, a maioria dos pacientes recebeu resultados laboratoriais que estabeleceram de forma mais assertiva o tipo e estadio do câncer.

Resultados

Independentemente de receberem cuidados intensivos ou não, 63% ((58/92) dos pacientes acreditavam que era um pouco provável que eles morressem devido ao tratamento e 28% (26/92) achavam que era extremamente provável que morressem. Em contraste, 80% (74/92) dos oncologistas achavam que era muito improvável que seus pacientes morressem devido ao tratamento (p <0,001).

Após um mês, quase todos (90%, (73/81) dos pacientes achavam que era muito provável que fossem curados de sua LMA. Em contraste, 74% (60/81) dos seus oncologistas achavam improvável ou muito improvável que seus pacientes fossem curados (p<0,001). A diferença entre as percepções do paciente e do médico foi mais marcante para os pacientes que receberam terapia não intensiva, com 44% dos pacientes acreditando que eles provavelmente seriam curados, enquanto nenhum dos oncologistas acreditava que a cura era muito provável.

"Houve vários fatores muito importantes que não conseguimos capturar em nosso estudo, incluindo as discussões entre pacientes e seus oncologistas para verificar as informações que lhes eram transmitidas", disse El-Jawahri. "As gravações entre os pacientes e seus médicos poderiam fornecer detalhes adicionais sobre barreiras para uma compreensão prognóstica precisa nessas conversas".

Antes deste estudo, os autores examinaram percepções semelhantes em pessoas com tumores pulmonares, colorretais e outros, bem como em pessoas com câncer hematológico que recebem transplante de células-tronco hematopoiéticas. As lacunas na percepção de risco de tratamento e cura para pacientes em comparação com seus médicos não foram tão grandes nessas doenças quanto em LMA. Os pesquisadores atribuem isso a níveis mais altos de sofrimento observados em pessoas com LMA devido à urgência de suas decisões de tratamento.

Para os pesquisadores, a consideração dos cuidados paliativos desde o início do plano de tratamento para pacientes com tumores sólidos melhora a compreensão dos pacientes sobre o prognóstico. Eles esperam implementar um estudo semelhante em pacientes com leucemia.

"Claramente, existem importantes lacunas de comunicação entre oncologistas e seus pacientes", disse El-Jawahri. "Precisamos encontrar maneiras de ajudar os médicos a fazer um melhor trabalho de comunicação com seus pacientes, especialmente em doenças como LMA, onde os níveis de estresse são notavelmente altos".

O estudo foi financiado pelo National Cancer Institute.

Referência: Perceptions of prognosis and treatment risk in older patients with acute myeloid leukemia (AML). - Abstract No: 43 - Poster Board Number: Poster Session B (Board #E9) - Citation: J Clin Oncol 35, 2017 (suppl 31S; abstract 43) - Author(s): Areej El-Jawahri et al


Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519