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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Semana Brasileira de Oncologia discute incorporação e acesso

ROBERTO GIL NET OKO oncologista Roberto de Almeida Gil (foto) foi um dos participantes do “Encontro com a Sociedade”, iniciativa que integrou a agenda da I Semana Brasileira de Oncologia, realizada no Rio de Janeiro de 24 a 28 de outubro pelas sociedades brasileiras de oncologia clínica (SBOC), cirurgia oncológica (SBCO) e radioterapia (SBRT). A incorporação de tecnologias sanitárias foi um dos temas do Encontro e trouxe questões centrais na agenda da assistência oncológica. “Como indivíduo, o cidadão quer tudo, mas como sociedade, não quer contribuir para financiar a saúde. Esse é um dos muitos paradoxos que desafiam a sustentabilidade da assistência”, resumiu o oncologista.

 

Almeida Gil também criticou a falta de critérios claros para definir a incorporação de novas tecnologias sanitárias, assim como apontou a responsabilidade da comunidade médica. “A prescrição no cenário metastático só se justifica quando traz impacto no desfecho. Hoje, deslocamos recursos demais para a terapia sistêmica enquanto áreas como prevenção, diagnóstico precoce e mesmo a cirurgia oncológica não recebem o mesmo investimento”, apontou.

Em um país que definiu a saúde como direito cidadão e que tem no Sistema Único de Saúde (SUS) a concepção de um modelo universal de assistência, outro argumento que ajuda a dimensionar a complexidade da incorporação de tecnologias sanitárias é a própria escala de preços praticada na oncologia. “Qualquer tecnologia tem um preço quando é lançada, que tende a cair com o passar do tempo. No entanto, com muitos remédios para o tratamento do câncer isso não acontece”, prossegue Gil. “O imatinibe, por exemplo, foi aprovado em 2001, mas o preço não cai nem quando você amplia o número de indicações. A droga foi aprovada para leucemia mieloide crônica e depois para GIST, mas o preço não mudou”, comparou.

Com o envelhecimento populacional e a consequente transição epidemiológica, o Brasil tem o desafio de definir critérios claros para a incorporação de tecnologias sanitárias, defende Almeida Gil. “O que está acontecendo hoje é uma explosão na oferta de novas tecnologias e a imunoterapia está aí, como uma nova fronteira”, prosseguiu Almeida Gil. “Não é preciso ser um grande matemático para perceber que isso não vai dar certo. Os Estados Unidos empregam hoje 20% do PIB em saúde e não temos como reproduzir aqui essa realidade”, argumentou.

Para o oncologista, eliminar as iniquidades na assistência oncológica passa também pela definição de estratégias acessíveis e custo-efetivas que começam na prevenção e diagnóstico precoce e acompanham todo o itinerário do paciente. “Hoje, temos muito mais uma política de exclusão do que de inclusão. Precisamos buscar caminhos mais sustentáveis”, defendeu.


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