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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Metanálise: disfunção endócrina com inibidores de checkpoint

Romualdo Barroso Sousa bxO brasileiro Romualdo Barroso é o primeiro autor do estudo de revisão sistemática e metanálise que avaliou a incidência de disfunção endócrina após o uso de inibidores de checkpoint imune. Os resultados foram publicados em 28 de setembro no JAMA Oncology. Disfunções endócrinas (hiper/hipotireoidismo, hipofisite, insuficiência adrenal e diabetes mellitus) podem ser fatais se não reconhecidas prontamente. Os pesquisadores investigaram qual a incidência e quais os riscos de diferentes endocrinopatias relacionadas ao tratamento com diversos regimes de inibidores de checkpoint imune em pacientes com tumores sólidos avançados.

Uma pesquisa na PubMed identificou 38 estudos clínicos elegíveis para a metanálise, envolvendo 7551 pacientes. Os regimes de tratamento foram categorizados em monoterapia com anti PD-1 (ex. nivolumabe, pembrolizumabe), anti PD-L1 (ex. atezolizumabe) ou inibidores de CTLA-4 (ipilimumabe), ou combinação (ipilimumabe concomitante a nivolumabe).

Resultados

Os resultados indicam que a incidência de disfunção endócrina foi significativamente maior entre pacientes tratados com a terapia combinada.
A incidência de hipotireoidismo calculada pela Metanálise foi de 13,2% para a terapia combinada, 7,0% para os inibidores de PD-1, 3,9% para os inibidores de PD-L1, e 3,8% para o ipilimumabe. Já a incidência de hipertireoidismo calculada foi de 8,0% para a terapia combinada, 3,2% para os anti-PD-1, 1,7% para o ipilimumab e 0,6 para inibidor de PD-L1. Os pacientes do regime combinado apresentaram maior probabilidade de desenvolver hipotireoidismo (odds ratio [OR], 3,81; IC 95%, 2,10-6,91, P <0,001) e hipertireoidismo (OR, 4,27; IC 95%; 2,05-8,90; P = 0,001) do que os pacientes tratados com ipilimumabe em monoterapia.
Outro achado mostra que o risco de hipertireoidismo foi significativamente maior com anti-PD-1 do que com anti-PD-L1 (OR, 5,36; IC 95%, 2,04-14,08; P = 0,002).
Em relação à hipofisite, sua incidência calculada pela Metanálise foi de 8,0% para a terapia combinada, 3,8% para o ipilimumab, e 1,1% para inibidores de PD-1. Assim, comparados aos pacientes tratados com ipilimumab, pacientes tratados com a terapia combinada apresentaram maior risco (OR, 2,2; IC 95%, 1,39-3,60; P = 0,001) de hipofise, enquanto aqueles tratados com inibidores de PD-1 o menor risco (OR, 0,29; IC 95%, 0,18-0,49; P <0,001).
Devido à baixa frequência reportada de casos de insuficiência adrenal (IA) primária (0,7%) e de diabetes mellitus (0,2%), não foi possível a realização de uma Metanálise para essas endocrinopatias. Deve-se destacar, entretanto, que a frequência reportada de IA alcançou 4,2% no grupo da terapia combinada.
Romualdo Barroso esclarece que o estudo fornece dados mais precisos sobre a incidência de endocrinopatias secundárias a diferentes regimes de inibidores de checkpoint imune. “É necessário monitorar os níveis de TSH e T4 livre sobretudo nos primeiros 4 meses de tratamento. Tanto os médicos quanto os pacientes devem estar cientes dos riscos desses eventos adversos, que podem ser duradouros e requerer reposição hormonal permanentemente”, acrescenta.

Assista ao vídeo webinar com Romualdo Barroso: METANÁLISE: DISFUNÇÃO ENDÓCRINA COM INIBIDORES DE CHECKPOINT

Referências:
Barroso-Sousa R, Barry WT, Garrido-Castro AC, Hodi FS, Min L, Krop IE, Tolaney SM. Incidence of Endocrine Dysfunction Following the Use of Different Immune Checkpoint Inhibitor Regimens A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Oncol. Published online September 28, 2017. doi:10.1001/jamaoncol.2017.3064


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