Quimioterapia oral, como gerenciar o uso

Quimio Oral NET OKEstudo de revisão sistemática publicado no JAMA Oncology1 mostra que gerenciar o uso de quimioterapia oral ajuda a reduzir os efeitos tóxicos do tratamento, além de contribuir com dados sobre as etapas de prescrição, armazenamento e descarte dessas drogas. O estudo também conclui que um programa de monitoramento deve incluir o contato pessoal com pacientes nas primeiras semanas de tratamento e sugere que intervenções baseadas exclusivamente no uso da tecnologia não foram efetivas.

Com o crescente uso da quimioterapia oral, existe uma necessidade urgente de desenvolver sistemas seguros e eficazes para administrar e gerenciar o uso desses novos agentes. A revisão sistemática assinada por Jessica Zerillo, Ritesh Kotecha e colegas traz uma síntese abrangente da literatura sobre programas de cuidados com foco na quimioterapia oral e conclui que faltam referências para orientar as melhores práticas.

Os autores buscaram intervenções relacionadas ao uso de quimioterapia oral para descrever as melhores práticas e identificar lacunas atuais. Foram utilizadas as bases PubMed, EMBASE e CINAHL, com buscas de janeiro de 1995 até 24 de maio de 2016.

Resultados

De um universo de 7984 artigos identificados na revisão da literatura, 16 artigos atenderam aos critérios de inclusão, representando 3612 pacientes. Os artigos selecionados consideravam intervenções centradas na prescrição (n = 1), preparação / distribuição (n = 2), educação (n = 11), administração (n = 5), monitoramento (n = 14) e armazenamento / eliminação (n = 1).

Dez dos artigos selecionados discutiram a aderência como resultado primário, a partir de 4 métodos de avaliação. Os maiores benefícios foram observados em segurança/efeitos tóxicos em comparação com a adesão. Das 7 intervenções com melhorias estatisticamente significativas no desfecho primário, vale ilustrar uma intervenção que consistiu em três telefonemas da enfermagem nos primeiros dias após o início do tratamento, 2 deles com protocolos padronizados de gerenciamento de efeitos tóxicos. As intervenções que utilizaram exclusivamente a tecnologia para mediar o contato entre as equipes de atendimento e os pacientes (incluindo vídeo, resposta de voz automatizada e mensagens de texto) não foram efetivas.

A conclusão dos autores indica grandes lacunas no processo de gerenciamento de quimioterapia oral com definições de resultados padronizados, o que é fundamental para garantir pesquisas construtivas. Os dados existentes sugerem que um programa de monitoramento deve incluir contato pessoal com pacientes nas primeiras semanas de tratamento. Se esse contato pode ser aprimorado pela tecnologia é incerto.

Referência: Interventions to Improve Oral Chemotherapy Safety and Quality - A Systematic Review - Jessica A. Zerillo, MD, MPH1,2; Benjamin A. Goldenberg, MD3,4; Ritesh R. Kotecha, MD1; et al

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