ANVISA aprova pembrolizumabe na primeira linha de tratamento do CPNPC

BALANCO_PULMAO_horiz_bx.jpgA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o anti PD-1 pembrolizumabe para o tratamento em primeira linha dos pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) avançado com expressão de PD-L1 no tumor ≥ 50%. A aprovação, publicada dia 19 de junho no Diário Oficial da União (DOU), foi baseada no estudo de fase III KEYNOTE-0241, que demonstrou benefício clínico significativo de pembrolizumabe em comparação com a quimioterapia à base de platina.

KEYNOTE-024 é um estudo aberto, fase III, que randomizou 305 pacientes com CPNPC avançado, não tratados previamente, com expressão de PD-L1 em pelo menos 50% das células tumorais e sem mutação sensibilizante do EGFR ou translocação do ALK para receber pembrolizumabe (dose fixa de 200 mg a cada 3 semanas) ou a quimioterapia à base de platina de escolha do investigador.
 
Foi permitido o crossover do grupo que recebeu quimioterapia para o braço de pembrolizumabe no caso de progressão da doença. O endpoint primário, sobrevida livre de progressão, foi avaliado por meio de revisão radiológica central cega e independente. Os endpoints secundários incluíram sobrevida global, taxa de resposta objetiva e segurança.
 
A mediana da sobrevida livre de progressão foi de 10,3 meses (95% CI, 6,7 a não alcançado) no grupo de pembrolizumabe vs 6,0 meses (95% CI, 4,2 a 6,2) no grupo de quimioterapia (HR para progressão de doença ou morte, 0,50; 95% CI, 0,37 a 0,68; p < 0,001). A taxa estimada de sobrevida global aos 6 meses foi de 80,2% no braço de pembrolizumabe vs 72,4% no grupo de quimioterapia (HR para morte, 0,60; 95% CI, 0,41 a 0,89; p = 0,005).
 
A taxa de resposta foi maior no braço de pembrolizumabe em comparação com o braço de quimioterapia (44,8% vs. 27,8%), e a duração média da resposta foi maior (não alcançado [intervalo, 1,9+ a 14,5+ meses] vs. 6,3 meses [intervalo, 2,1+ a 12,6+]). Os eventos adversos relacionados ao tratamento de qualquer grau foram menos frequentes com pembrolizumabe (73,4% vs. 90,0% dos pacientes), assim como os eventos adversos relacionados ao tratamento de graus 3, 4 ou 5 (26,6% vs 53,3%).
 
Paralelamente a essa nova indicação, a MSD lançou o PD-POINT, um programa de diagnóstico para que os médicos possam solicitar, de forma gratuita, o teste para determinar a expressão do biomarcador PD-L1 nas amostras de tumor de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células.
 
O CPNPC corresponde a 85% de todos os casos registrados de câncer de pulmão, e de todos os pacientes, 30% apresentam nível alto de expressão da proteína PD-L1 no tumor1. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o Brasil é de 30 mil novos diagnósticos de câncer de pulmão este ano
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Referências:
 
1 - RECK, Martin. et al. Pembrolizumab versus Chemotherapy for PD-L1–Positive Non–Small-Cell Lung Cancer. New England Journal of Medicine, October 9, 2016. Acessado em 09/10/2016. Disponível em http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1606774#t=article
 
2 - INCA-Instituto Nacional de Câncer do Brasil. Acessado em 29/08/2016. Disponível em http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pulmao/diagnostico1