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AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

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Recomendações de St. Gallen no câncer de próstata avançado

fernando_maluf_v1_NET_OK.jpgO oncologista Fernando Cotait Maluf (foto), coordenador da Oncologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo e médico do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca os principais aspectos do consenso de experts de St. Gallen no tratamento do câncer de próstata avançado. O especialista integra o board da St. Gallen Oncology Conferences (Sonk), responsável por discutir diretrizes mundiais para o tratamento do câncer.

Por Fernando Cotait Maluf

A Advanced Prostate Cancer Consensus Conference (APCCC) aconteceu em St. Gallen, Suíça, entre os dias 9 e 11 de março, com o objetivo de discutir o atual padrão de gestão do câncer de próstata avançado, especialmente em áreas-chave onde há falta de evidência ou controvérsias em relação ao tratamento ideal.
 
Em relação ao estadiamento do câncer de próstata e da doença recorrente, a maioria do consenso ainda vota por exames convencionais como tomografia, cintilografia óssea, ressonância de próstata, e tomografias e cintilografias na recorrência. Na opinião de boa parte dos painelistas, novos métodos como PET com PSMA e a ressonância do corpo todo, que parecem muito atraentes, ainda não possuem suporte da literatura.
 
Outro ponto importante discutido foi a sequência de drogas. O Painel reforça a tendência de abiraterona e enzalutamida como drogas de escolha para pacientes pouco sintomáticos e assintomáticos, resistentes à castração. Além disso, estabelece o docetaxel como uma opção possível, geralmente após falha de abiraterona ou enzalutamida.
 
Os painelistas ratificam a quimioterapia e hormonioterapia para doença de novo de alto volume, e existe uma controvérsia se a doença de novo de baixo volume também se beneficiaria dessa estratégia. Por outro lado, a maioria dos participantes não recomenda quimioterapia junto com hormonioterapia na doença operada, irradiada e que recorre anos depois. Para esses casos, hormonioterapia parece ser o mais adequado.
 
Em termos de tratamento do tumor primário, uma grande controvérsia na literatura, os estudos são todos retrospectivos e inacabados, e não houve consenso se devemos ou não tratar o tumor primário em pacientes com doença metastática ou oligometastática.
 
Outra questão importante são as novas drogas. Olaparibe é uma opção em pacientes com mutação dos genes de reparo tipo BRCA1, BRCA2, CHECK e ATM. Em relação às medicações para os ossos, o Painel concorda com o denosumabe e o ácido zoledrônico. Permanece a dúvida se sua administração deve ser mensal ou trimestral. Na minha opinião, mensal fica como o tratamento padrão. O painel recomenda o radium-223 para pacientes com doença óssea assintomáticos, como é realmente a indicação de bula do remédio. No entanto, a controvérsia se o radium deve ser feito sozinho ou concomitantemente com hormonioterapia permanece um ponto em debate.
 
Apesar dos dados interessantes, a terapia focal não foi um ponto discutido profundamente. Cirurgia e radioterapia permanecem como tratamento padrão da doença localizada que necessita de tratamento, entendendo que hoje o active surveillance é uma estratégia estabelecida para 30% a 40% dos casos (pacientes gleason 1 (gleason 6 na nova classificação), doença confiada à próstata, PSA < 10, preferencialmente 1 ou 2 fragmentos comprometidos com menos de 50%).
 
Outra discussão importante foi sobre o que fazer com a recidiva bioquímica. Os painelistas recomendam a radioterapia como tratamento padrão, radioterapia e hormonioterapia de salvamento em casos selecionados.
 
Em relação a biomarcadores, o único que realmente foi discutido foi o ARV-7, e o consenso, na sua quase unanimidade, reconhece o ARV-7 ainda não como um marcador preditivo, e sim mais prognóstico.


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