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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

Consenso discute risco de segunda neoplasia em mieloma múltiplo

Maiolino_1_NET_OK_2.jpgAvanços terapêuticos têm contribuído para melhorar significativamente os resultados clínicos para pacientes com mieloma múltiplo, mas o aumento da expectativa de vida também desperta preocupação com o risco de segundas malignidades a longo prazo. Um painel de especialistas revisou os dados disponíveis e publicou recomendações importantes para a prática clínica. Quem comenta o Consenso é o hematologista Ângelo Maiolino (foto), do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), uma das maiores autoridades brasileiras em mieloma múltiplo.

O painel considerou os dados mais relevantes publicados na literatura até junho de 2016. Estudos sugerem uma incidência significativamente aumentada de segundas malignidades quando a lenalidomida é administrada de forma concomitante ou sequencial ao uso de melfalano oral. Nenhum aumento na incidência de segundas neoplasias foi relatado com lenalidomida mais dexametasona (sem melfalano) ou no regime com bortezomibe mais melfalano oral, dexametasona ou talidomida.
 
Em conclusão, o Consenso recomenda que o risco de desenvolver um segundo câncer não deve alterar o atual processo de tomada de decisão terapêutica. No entanto, regimes como lenalidomida mais dexametasona devem ser preferidos à exposição prolongada à lenalidomida mais melfalano oral.
 
A possibilidade de uma segunda malignidade deve ser cuidadosamente discutida com o paciente no contexto de benefícios e riscos de diferentes opções de tratamento. O Consenso tem a assinatura do International Myeloma Working Group.
 
“De modo geral, a preocupação com segundas malignidades está presente no contexto de todas as neoplasias linfoproliferativas e é uma preocupação antiga, principalmente associada ao uso de agentes alquilantes”, diz o médico Ângelo Maiolino. “Há tempos se conhece esse risco, em especial com o melfalano, e o que recentemente despertou atenção foi observar a incidência aumentada de segundas malignidades em pacientes que fizeram uso da lenalidomida em regimes de manutenção, particularmente no cenário pós transplante”, prossegue o especialista.
 
A evidência vem de dois estudos randomizados de Fase III – um francês e um norte-americano – que demonstraram de forma consistente o aumento na incidência de segundas neoplasias, não mais exclusivamente síndromes mielodisplásicas e casos de leucemia mieloide aguda, mas também tumores sólidos, incluindo neoplasias cutâneas. “Isso não aparecia com o uso da lenalidomida no tratamento da recidiva, mas apareceu agora com lena em manutenção, um regime que envolve doses muito elevadas do alquilante. No entanto, embora esse dado seja indiscutível, a sobrevida é muito superior nos pacientes que recebem manutenção”, analisa Maiolino.
 
Apesar de cumprir o papel de despertar os hematologistas para a necessária atenção com os riscos das escolhas terapêuticas, o Consenso não deve alterar o processo de tomada de decisão. “Em síntese, o risco de uma segunda malignidade existe na manutenção com lena, mas a vantagem em termos de sobrevida também é muito maior nesse grupo de pacientes”, conclui.
 
Referência: Second primary malignancies in multiple myeloma: an overview and IMWG consensus - P. Mustoet al - Ann Oncol (2017) 28 (2): 228-245. DOI: https://doi.org/10.1093/annonc/mdw606
 

 


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