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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Guideline: Testes HER2 no câncer gastroesofágico

ON9_CAPA_PG4TO7_LOGO_GTG_VERTICAL_NET_OK.jpgPublicado online dia 14 de novembro, o guideline para o teste do HER2 no adenocarcinoma gastroesofágico avançado formaliza algoritmos para melhorar a precisão dos testes e fornece orientações para a tomada de decisão clínica. Os oncologistas Anelisa Coutinho e Gabriel Prolla, do Grupo Brasileiro de Tumores gastrointestinais (GTG), comentam para o Onconews.

Atualmente, HER2 é o único marcador que pode ser utilizado para orientar a escolha de tratamento no câncer gástrico avançado, e ajuda a identificar pacientes que poderiam se beneficiar da terapia-alvo com o anticorpo monoclonal anti-HER2.

Embora existam diretrizes abrangentes para o teste de HER2 no câncer de mama, essas orientações não se aplicam ao adenocarcinoma gastroesofágico devido a diferenças importantes na expressão de HER2 entre os dois tipos de câncer.
 
Recomendações para os clínicos
 
- Em pacientes com adenocarcinoma gastroesofágico avançado que são potenciais candidatos à terapia-alvo anti-HER2, o clínico deve solicitar o teste HER2 no tecido tumoral (Qualidade da evidência: elevada; Força de recomendação: forte).
 
- O teste HER2 no tecido tumoral de espécimes da biópsia ou ressecção (primária ou metástase) deve ser solicitado antes do início da terapia com trastuzumabe, se esses espécimes estiverem disponíveis e forem adequados. Uma alternativa aceitável é o teste de HER2 em espécimes por aspiração por agulha fina(Qualidade da evidência: moderada/intermediária; Força de recomendação: moderada).
 
- Deve ser oferecido tratamento inicial combinado de quimioterapia e terapia-alvo anti-HER2 para pacientes que apresentem tumor HER2-positivo (Qualidade da evidência: moderada/intermediária; Força de recomendação: forte).
 
Recomendações para patologistas e laboratórios
 
- Os laboratórios/patologistas devem especificar os anticorpos e sondas utilizados para o teste e garantir que os ensaios são devidamente validados para imunohistoquímica (IHC) e hibridização in situ (ISH) HER2 em espécimes de adenocarcinoma gastroesofágico avançado (Qualidade da evidência: moderada/intermediária; Força de recomendação: forte).
 
- Ao avaliar o status HER2, deve ser realizado primeiro os testes IHC, seguido pelo ISH quando o resultado IHC for 2+ (equívoco). Os resultados do IHC HER2 positivos (3+) ou negativos (0 ou 1+) não necessitam de testes adicionais de ISH (Qualidade da evidência: alta; Força de recomendação: forte).
 
- Deve ser utilizado o método Ruschoff-Hofmann para avaliar os resultados de HER2 IHC e ISH para adenocarcinoma gastroesofágico avançado (Qualidade da evidência: moderado/intermediário, Força de recomendação: forte).
 
- Os patologistas devem selecionar o(s) bloco(s) 
com áreas de tumor mais bem diferenciado presente em biópsia ou espécime de ressecção, com preferencia pelos espécimes cirúrgicos. Um ou mais blocos podem ser testados se diferentes padrões morfológicos estiverem presentes, visto que a heterogeneidade tumoral é fator marcante nessas neoplasias (Qualidade da evidência: moderada/intermediária; Força de recomendação: recomendação/moderada).

- Os laboratórios devem reportar os resultados do teste HER2 em espécimes de adenocarcinoma gastroesofágico avançado de acordo com o modelo CAP – “Template for Reporting Results of HER2 (ERBB2) Biomarker Testing of Specimens From Patients With Adenocarcinoma of the Stomach or Esophagogastric Junction” (Qualidade da evidência: moderada/intermediária; Força de recomendação: forte).

- Devem ser identificadas áreas de adenocarcinoma invasivo e marcadas aquelas com maior intensidade de expressão de HER2 por IHC em espécimes para subsequente pontuação de ISH quando necessário (Qualidade da evidência: moderada/intermediária; força de recomendação: forte).
 
- Os laboratórios devem incorporar os métodos de teste HER2 para adenocarcinoma gastroesofágico avançado em seu programa geral de melhoria da qualidade laboratorial, estabelecendo monitores adequados para assegurar um desempenho consistente em todas as etapas do processo de teste e elaboração de relatórios. Os laboratórios que realizam tais testes devem participar de um programa formal de proficiência, se disponível, ou de uma atividade alternativa de garantia de proficiência (Qualidade da evidência: moderada/intermediária; Força de recomendação: forte).
 
- Neste momento, não há evidências suficientes para recomendar a favor ou contra o teste genômico nesse grupo de pacientes.

“Os guidelines ressaltam a importância de tratar apenas os pacientes com IHQ 3+ ou IHQ 2+, mas com teste de hibridização in situ confirmando positividade para HER2. O primeiro teste a ser solicitado é a IHQ e, caso apresente escore 0 ou 1+ (negativo) ou 3+ (positivo) para HER2, não é necessário fazer hibridização in situ. O tratamento com trastuzumabe fica reservado aos pacientes com adenocarcinoma gastroesofágico avançado e HER-2 positivo”, explica Gabriel Prolla, oncologista do Hospital de Câncer Mãe de Deus e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).
 
O especialista ressalta a importância da divulgação do guideline para os laboratórios de patologia buscando uniformizar as informações que devem constar no laudo. “É preciso estar ciente sobre a maneira de avaliar a expressão de HER2 por IHQ no adenocarcinoma gastroesofágico, que é diferente da utilizada no câncer de mama, além de observar as diferenças na seleção das áreas na biópsia ou espécimes cirúrgicos”, afirma Prolla.
 
Anelisa Coutinho, oncologista da clínica AMO e vice-presidente do GTG, acrescenta que embora na prática a porcentagem de pacientes HER2 positivo 3+ seja pequena (<20% globalmente), quando o trastuzumabe está disponível deve ser incorporado ao regime de QT em primeira linha. “Os dados de sobrevida global ultrapassam os 17 meses para esse grupo de pacientes. Por isso, a precisão dos resultados e uniformização da avaliação dos testes para avaliação da expressão do HER-2 são primordiais”, conclui a especialista. 

O guideline foi publicado simultaneamente nos periódicos Archives of Pathology & Laboratory Medicine, American Journal of Clinical Pathology e Journal of Clinical Oncology. As diretrizes foram elaboradas em conjunto pelo Colégio de Patologistas Americanos (CAP), Sociedade Americana de Patologia Clínica (ASCP) e Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
 
Referência: HER2 Testing and Clinical Decision Making in Gastroesophageal Adenocarcinoma: Guideline From the College of American Pathologists, American Society for Clinical Pathology, and the American Society of Clinical Oncology - Published online November 14, 2016. DOI: 10.1200/JCO.2016.69.4836


 


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