19042024Sex
AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Câncer de ovário e contraceptivos orais

PILAR_NET_OK.jpgMaria Del Pilar Estevez Diz (foto), coordenadora da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (GBTG/EVA), analisa a associação entre câncer de ovário e contraceptivos orais e comenta estudo publicado no Annals of Oncology sobre o cenário global da doença.

O uso de contraceptivos orais tem sido associado à redução de risco de câncer de ovário, com redução de 10 a 12% após um ano de uso e cerca de 50% após 5 anos1. Há alguma controvérsia quanto a diferentes níveis de proteção dependendo da dosagem de progesterona2,3,4. Nas mulheres portadoras de mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 há evidências de redução de risco com uso de anticoncepcionais5,6, apesar deste benefício não ter sido demonstrado em outro estudo7.

Os contraceptivos orais são comercializados no Brasil desde 1962, 2 anos após a aprovação pelo FDA. O consumo de anticoncepcionais no Brasil é heterogêneo, com grande diversidade regional. Entretanto, o uso de contraceptivos orais se manteve estável ou com tendência a decréscimo em décadas passadas. A ligadura tubárea está associada à redução de risco de câncer de ovário, porém provavelmente com magnitude menor que o uso de contraceptivos orais.
 
Considerando que o diagnóstico do câncer de ovário é feito usualmente em estádios avançados e que não há estratégias de rastreamento eficientes, capazes de diagnóstico precoce e consequente reducão na mortalidade, o uso de contraceptivos orais pode ser um dos fatores de redução da mortalidade. Entretanto, estes dados no Brasil precisam ser avaliados com maior cuidado.

Leia mais: Mortalidade por câncer de ovário


1.      Hankinson SE, Colditz GA, Hunter DJ, et al. A quantitative assessment of oral contraceptive use and risk of ovarian cancer. Obstetrics and Gynecology 1992; 80(4):708–714
 
2.      Centers for Disease Control and Prevention and the National Institute of Child Health and Human Development. The reduction in risk of ovarian cancer associated with oral-contraceptive use. The Cancer and Steroid Hormone Study of the Centers for Disease Control and the National Institute of Child Health and Human Development.New England Journal of Medicine 1987; 316(11):650–655. 
 
3.      Schildkraut JM, Calingaert B, Marchbanks PA, Moorman PG, Rodriguez GC. Impact of progestin and estrogen potency in oral contraceptives on ovarian cancer risk. Journal of the National Cancer Institute 2002; 94(1):32–38. 
 
4.      Greer JB, Modugno F, Allen GO, Ness RB. Androgenic progestins in oral contraceptives and the risk of epithelial ovarian cancer. Obstetrics and Gynecology 2005; 105(4):731–740. 
 
5.      Narod SA, Risch H, Moslehi R, et al. Oral contraceptives and the risk of hereditary ovarian cancer. Hereditary Ovarian Cancer Clinical Study Group. New England Journal of Medicine 1998; 339(7):424–428. 
 
6.      Antoniou AC, Rookus M, Andrieu N, et al. Reproductive and hormonal factors, and ovarian cancer risk for BRCA1 and BRCA2 mutation carriers: results from the International BRCA1/2 Carrier Cohort Study. Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention 2009; 18(2):601–610
 
7.      Modan B, Hartge P, Hirsh-Yechezkel G, et al. Parity, oral contraceptives, and the risk of ovarian cancer among carriers and noncarriers of a BRCA1 or BRCA2 mutation. New England Journal of Medicine 2001; 345(4):235–240.
 
8.      Vieira EM, Badiani R, Fabbro ALD, et al. Características do uso de métodos anticoncepcionais no Estado de São Paulo. Revista de Saúde Pública 2002, 36(3).

 

Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519