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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Vasectomia não aumenta risco de câncer de próstata

Diogo_Rodrigues_NET_OK_2.jpgEstudo publicado dia 19 de setembro no Journal of Clinical Oncology (JCO) mostrou que os homens que se submeteram à vasectomia não têm risco aumentado para câncer de próstata e nem são mais propensos a morrer da doença em comparação com aqueles que não se submeteram ao procedimento. O oncologista Diogo Rodrigues (foto), do Grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas), comentou o estudo. 

Segundo os autores, esse é o maior estudo prospectivo a investigar a relação entre vasectomia e câncer de próstata fatal até o momento1.

"Embora um estudo anterior2 tenha sugerido uma associação, nossos resultados não mostram nenhuma conexão entre vasectomia e risco geral de câncer de próstata, ou de morrer de câncer de próstata, e devem proporcionar tranquilidade aos homens que realizaram ou estão considerando o procedimento", disse o principal autor do novo estudo, o epidemiologista Eric J. Jacobs, da American Cancer Society.

Métodos
 
Os pesquisadores analisaram a associação entre vasectomia e morte por câncer de próstata em 363.726 homens com 40 anos ou mais na coorte do Cancer Prevention Study II (CPS II), incluindo mais de 42 mil homens que estavam determinados a se submeter à vasectomia. 7.451 dos participantes do estudo morreram em consequência do câncer de próstata durante o seguimento de 30 anos (1982-2012).
 
O estudo também avaliou a associação entre a vasectomia e a incidência de câncer de próstata em 66.542 homens no CPS-II Nutrition Cohort, um subgrupo da coorte do CPS-II. Nesse subgrupo, 9.133 foram diagnosticados com câncer de próstata durante o seguimento de 1992 a 2011. As análises foram ajustadas para fatores como idade, raça, escolaridade, índice de massa corporal e tabagismo.
 
Resultados
 
Nenhuma ligação foi encontrada entre a vasectomia e qualquer risco de câncer de próstata em geral ou risco de câncer de próstata fatal. O estudo relatou um ligeiro aumento no risco de câncer de próstata não agressivo durante os últimos cinco anos do período de estudo, embora os autores observem que esta pode ter sido uma descoberta casual.
 
Na coorte CPS-II, a vasectomia não foi associada à mortalidade por câncer de próstata (HR, 1,01; 95% CI, 0,93 - 1,10). Na coorte CPS-II Nutrition, a vasectomia também não apresentou associação tanto com a incidência global de câncer de próstata (HR, 1,02; 95% CI, 0,96 - 1,08) como com a incidência de câncer de próstata de alto grau (HR, 0,91; 95% CI, 0,78 - 1,07 para os tumores com escore de Gleason ≥ 8).
 
Segundo o oncologista Diogo Rodrigues, oncologista do Grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas), por ser o câncer agressivo mais comum em homens, qualquer fator de risco associado a maior incidência do câncer de próstata é visto com grande interesse pela comunidade científica, e os dados mais recentes eram conflitantes em relação a essa associação. “Em tempos de questionamento quanto aos benefícios do screening do câncer de próstata, quaisquer novos fatores de risco que se somem aos já conhecidos (idade, origem afro-americana e história familiar) auxiliam nessa discussão. O estudo tranquiliza os homens que se decidirem pela vasectomia como método contraceptivo quanto ao risco de complicações futuras”, afirma.
 
Rodrigues acrescenta que além da grande casuística – mais de 360.000 foram incluídos na análise – o fato de ser um dado prospectivo também fortalece o resultado do estudo. “Um ponto a ser considerado é que a informação a respeito da vasectomia era colhida do prontuário das esposas dos pacientes, quando estas informavam se faziam uso de algum método anticoncepcional”, diz.

Para o oncologista Sumanta Pal, especialista da ASCO em câncer de próstata, o estudo contribui para enfatizar o enfoque na prevenção e bem-estar, que tem despertado cada vez mais a atenção das pessoas para a redução de seu risco de câncer. “Os homens que fizeram ou estão considerando fazer vasectomia agora podem ter certeza de que o procedimento não aumenta o risco de câncer de próstata", afirmou.

Para os autores, os homens preocupados com o desenvolvimento de um câncer de próstata fatal devem se concentrar em manter o peso saudável e, caso sejam tabagistas, em parar de fumar. “Tanto a obesidade como o tabagismo têm sido consistentemente associados com maior risco de câncer de próstata fatal, bem como com o risco de muitas outras doenças", concluíram.

Referências: 1 – Vasectomy and Prostate Cancer Incidence and Mortality in a Large US Cohort - Eric J. Jacobs, Rebecca L. Anderson, Victoria L. Stevens, Christina C. Newton, Ted Gansler and Susan M. Gapstur - Published online before print - September 19, 2016 - doi:10.1200/JCO.2015.66.2361

2 - Vasectomy and Risk of Aggressive Prostate Cancer: A 24-Year Follow-Up Study – Mohummad Minhaj Siddiqui, Kathryn M. Wilson, Mara M. Epstein, Jennifer R. Rider, Neil E. Martin, Meir J. Stampfer, Edward L. Giovannucci and Lorelei A. Mucci - Published online before print July 7, 2014, doi:10.1200/JCO.2013.54.8446 -


 


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