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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

Ansiedade e depressão em cuidadores familiares

Paliativos_3_NET_OK_1.jpgUm estudo apresentado no Simpósio de Cuidados Paliativos em Oncologia 2016, realizado nos Estados Unidos nos dias 9 e 10 de setembro, revelou que aproximadamente um quarto dos cuidadores familiares de pacientes com câncer de mortalidade elevada experimentou altos níveis de depressão, e um terço deles apresentou sintomas de ansiedade.

O trabalho também mostrou que os cuidadores familiares podem gastar mais de oito horas por dia na prestação de cuidados, e que conforme este tempo aumenta, diminuem os comportamentos de autocuidado como sono e exercícios, uma tendência associada a uma pior saúde mental.
 
Como cuidadores familiares desempenham um papel essencial na prestação de serviços de assistência, o trabalho destaca a necessidade de aumentar a atenção clínica para a saúde e bem-estar desses indivíduos.
 
"Cuidadores e pacientes são confrontados com uma carga física e emocional enorme quando se trata de um câncer avançado," disse o autor do estudo J. Nicholas Dionne-Odom, pós-doutorando na Universidade de Alabama, em Birmingham. "Colocar sua própria saúde e bem-estar em segundo plano pode afetar os cuidados com o paciente", afirmaram.
 
Métodos e Resultados
 
Os pesquisadores realizaram um estudo transversal com 294 cuidadores familiares de beneficiários do Medicare com diagnóstico de câncer de pâncreas, pulmão, cérebro, ovário, cabeça e pescoço, hematológicos ou doença estadio IV. A pesquisa foi realizada em oito centros de câncer no Alabama, Flórida e Tennessee. As perguntas exploraram medidas de comportamentos de autocuidado e qualidade de vida como responsabilidade com a saúde, atividade física, nutrição, crescimento espiritual, relações interpessoais, gestão do stress e sono; ansiedade e depressão; qualidade de vida relacionada à saúde; competência e preparo do cuidador; e tomada de decisões de eficácia.
 
Os cuidadores tinham em média 66 anos e eram em sua maioria do sexo feminino (72,8%), brancos (91,2%), protestantes (76,2%), aposentados (54,4%) e cônjuges/companheiro dos pacientes (60,2%). Cerca de metade eram moradores de área rural (46,9%) e tinham rendimentos inferiores a U$ 50 mil dólares (53,8%). A maioria oferecia suporte por 6-7 dias por semana (71%) por mais de 1 ano (68%).
 
Cerca de um quarto dos entrevistados relataram um alto nível de sintomas depressivos (23%) e mais de um terço (34%) apresentaram níveis limítrofes ou elevados de sintomas de ansiedade, associados com escores significativamente mais baixos para o autocuidado. As pontuações mais baixas de comportamento de autocuidado também foram associadas com durações mais longas, mais horas e mais dias da semana dedicado à prestação de cuidados, e com a saúde regular ou ruim do paciente.
 
Os autores observaram que quanto maior a intensidade do cuidado, mais baixos os índices de autocuidado em todos os domínios e pior o bem-estar do cuidador.
 
"Mais pessoas com câncer estão sendo cuidadas fora de um ambiente ambulatorial, ressaltando a necessidade de suporte a cuidadores familiares", disse Andrew S. Epstein, especialista da ASCO. "Os cuidadores são nossos parceiros valiosos no atendimento de pacientes, e esta pesquisa serve como um importante apelo à ação para que a comunidade de oncologia implemente redes e serviços de apoio para o cuidador", concluiu.
 
O estudo foi financiado por uma bolsa da Universidade de Alabama, em Birmingham.
 
Referência: Differences in self-care behaviors by varying levels of caregiving intensity, performance, and well-being among family caregivers of patients with high-mortality cancer. - J Clin Oncol 34, 2016 (suppl 26S; abstr 239)
 

 

 


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