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AtualizadoTer, 16 Abr 2024 2am

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Daichii Sankyo

 

Estudo brasileiro avalia PD-L1/PD-L2 em câncer de mama

Mauricio_NET_OK.jpgEstudo realizado por pesquisadores da Unicamp, liderado pelo oncologista Maurício Z. Baptista (foto), sugere que a expressão PD-L1 pode ter potencial como biomarcador prognóstico no câncer de mama. “Em nossa coorte, a expressão de PD-L1 foi significativamente associada a melhores resultados de sobrevida global (SG) em pacientes com câncer de mama, mas não de sobrevida livre de progressão (SLP), escrevem os autores, em artigo publicado na Human Pathology1. A expressão de PD-L2 não foi positivamente correlacionada com nenhum dos desfechos avaliados (SG e SLP).

A expressão de PD- L1 é associada a mau prognóstico em tumores de pâncreas e de células renais. No entanto, estudos recentes mostram que em diferentes tipos de tumores a expressão de PD-L1 pode representar exatamente o contrário: está associada a melhores resultados. É o que concluiu também o estudo brasileiro, que avaliou 192 tumores mamários. O maior estudo já publicado na literatura analisou 3916 tumores e encontrou uma associação significativa entre a expressão de PD-L1 e a melhor sobrevida em pacientes com doença RE-negativo.

Agora, o trabalho brasileiro espera prestar contribuição importante em um contexto onde a análise das expressões PD-L1 e PD-L2 pode ter implicações no prognóstico e no tratamento do câncer de mama.

No estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a expressão de PD-L1 foi verificada em 56,6% dos casos de câncer de mama e foi relacionada a pacientes mais jovens, tumores maiores, com status RE negativo, superexpressão de HER2 e presença de linfonodo positivo.

“Nosso estudo foi pioneiro, por ter sido um dos primeiros a avaliar a expressão por imunoistoquímica de ambos os biomarcadores PD-L1 e PD-L2 em tumores de pacientes que receberam tratamento adjuvante para o câncer de mama”, explica o primeiro autor, o oncologista Maurício Z. Baptista. Ele lembra que a investigação começou em 2012, quando a imuno-oncologia estava em sua fase inicial e haviam sido publicados apenas dois estudos pivotais de fase I de nivolumabe no New England Journal of Medicine (Topalian SL, et al. N Eng J Med 2012; Brahmer JR et al. N Eng J Med 2012 ). “Em 2012, não havia muita informação e nem consenso sobre a melhor metodologia para avaliar as respostas imunes em câncer em geral, muito menos em câncer de mama”, diz.

O artigo foi publicado em janeiro de 2016 na edição impressa, mas desde setembro de 2015, quando foi disponibilizado ahead of print, figura entre os Top 10 com maior índice de downloads na revista Human Pathology.
 
Saldo positivo

A imunoistoquímica como método de escolha merece destaque. “Esse é certamente um dos saldos do estudo, devido à fácil reprodutibilidade e aplicabilidade desse método nos centros de pesquisa de todo o mundo”, acrescenta Baptista. “Outro saldo diz respeito à associação entre a expressão de PD-L1 em câncer de mama e a melhor sobrevida global. Em nosso estudo, que teve um período de seguimento mediano de 7,18 anos, embora as pacientes que expressam PD-L1 e PD-L2 tenham sido associadas a características de má evolução como presença de receptores hormonais negativos, as pacientes que expressam PD-L1 apresentaram melhor sobrevida. Esse resultado alinha-se a resultados de grandes centros americanos e europeus. A hipótese que mais fortemente está associada é que as pacientes que expressam PD-L1 desenvolvem forte resposta imune que, por sua vez, se traduz em melhor sobrevida ao longo de um grande período de tempo”, esclarece Baptista.

Com relação ao papel prognóstico de PD-L1 em câncer de mama, o investigador lembra que embora o estudo tenha sido retrospectivo e unicêntrico, ele gerou algumas hipóteses que necessitam confirmação prospectiva. “A alta expressão de PD-L1 e PD-L2 em câncer de mama pode, no futuro, se tornar alvo para o desenvolvimento de novos fármacos nesse cenário”, prevê.

Referência: Prognostic significance of PD-L1 and PD-L2 in breast cancer - Baptista, Mauricio Z. et al. - Human Pathology , Volume 47 , Issue 1 , 78 - 84 - DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.humpath.2015.09.006


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