20042024Sáb
AtualizadoSex, 19 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

Adjuvância em câncer de pulmão pequenas células

BALANCO_PULMAO_horiz_bx.jpgArtigo publicado no JCO de abril discute a melhor abordagem para o tratamento do câncer de pulmão pequenas células (CPPC) na doença inicial. Evidências amparadas em dados retrospectivos mostraram que a ressecção leva a resultados mais favoráveis e deve ser considerada como opção preferencial para o tratamento de pacientes com doença inicial (T1-2N0M0), em combinação com quimioterapia adjuvante e irradiação craniana profilática.

Atualmente, a esmagadora maioria dos doentes com CPPC apresenta doença nodal avançada e estudos randomizados suportam evidências da quimioterapia nesse cenário. Em contraste, dados da literatura mostram que apenas 2% a 3% dos pacientes são considerados para a ressecção cirúrgica. O regime de quimioterapia com cisplatina ou carboplatina mais etoposide é o padrão de primeira linha, prevendo a adição de radioterapia em pacientes com doença localizada, confinada ao peito, enquanto para estágios avançados a irradiação craniana profilática tem sido associada ao menor risco de recorrência intracraniana e melhorar sobrevida global.
 
Yang e colegas avaliaram o impacto do tratamento adjuvante em pacientes com CPPC com doença T1-2N0M0 submetidos à ressecção completa. Os autores consideraram dados de pacientes operados entre 2003 a 2011, a partir dos registros do National Cancer Data Base (NCDB). De 1.574 pacientes com doença inicial identificados durante o período do estudo, 954 pacientes (61%) foram submetidos à ressecção completa R0 com uma sobrevida de 47% em 5 anos. A terapia adjuvante foi administrada a 59% dos pacientes (n = 566), incluindo quimioterapia exclusiva (n = 354), radioquimioterapia (n= 190, incluindo 99 pacientes que foram submetidos à irradiação craniana), e radioterapia exclusiva (n = 22).
 
A análise final mostra que a quimioterapia adjuvante com ou sem radiação intracraniana foi associada com sobrevida média significativamente melhor em comparação com a cirurgia isoladamente (66 meses versus 42,1 meses).
 
Na análise multivariada, não foi observado benefício algum da radiação torácica. Os pesquisadores não identificaram diferença na sobrevida entre os pacientes que receberam quimioterapia adjuvante e radioterapia apenas para o pulmão ou aqueles que foram submetidos exclusivamente à cirurgia. Várias outras séries retrospectivas têm indicado vantagens no uso da radiação torácica apenas na doença ipsilateral mediastinal / subcarinal (N2), mas não no estadio I de CPPC.
 
Assim, as descobertas apresentadas por Yang e colegas trazem evidências para apoiar as atuais recomendações do NCCN e da ASCO de usar a quimioterapia adjuvante e irradiação craniana em pacientes que tenham sido submetidos à ressecção de CPPC em estágio inicial.
 
No entanto, os autores reconhecem as limitações dessa análise retrospectiva, que foi incapaz de determinar o melhor regime de quimioterapia e o número de ciclos mais adequados para a gestão do CPPC no pós-operatório.
 
Uma revisão retrospectiva de pacientes com CPPC em estágio inicial que se submeteram à cirurgia na Johns Hopkins revelou que a sobrevida em 5 anos foi significativamente superior em pacientes com estadio I tratados com regimes adjuvantes à base de platina. A maioria dos estudos atuais especifica quatro ou seis ciclos, enquanto para a radioterapia apenas quatro ciclos são habitualmente recomendados.
 
Os dados de Yang e colegas corroboram o que se sabe sobre a biologia do CPPC: é uma doença sistêmica no momento do diagnóstico e, portanto, tratamentos que visam erradicar a doença micrometastática, como quimioterapia e radioterapia intracraniana, são necessários para alterar os resultados.
 
No entanto, a análise final não explica por que o grupo que recebeu quimioterapia adjuvante com radiação torácica não teve impacto na sobrevida, faltando esclarecer se a RT de fato não trouxe vantagem, se a terapia multimodal foi muito tóxica ou, ainda, se eventuais complicações de longo prazo da RT foram consideradas sobre os potenciais benefícios.
 
Análise retrospectiva do National Cancer Data Base mostrou resultados diferentes em relação à quimiorradioterapia adjuvante, demonstrando uma melhoria nos seus resultados comparados com a cirurgia isoladamente.
 
Novos estudos são necessários para ampliar as evidências disponíveis.
 
Referência: Role of Adjuvant Therapy in a Population-Based Cohort of Patients With Early-Stage Small-Cell Lung CancerChi-Fu Jeffrey YangDerek Y. ChanPaul J. SpeicherBrian C. Gulack, Xiaofei WangMatthew G. HartwigMark W. OnaitisBetty C. Tong,Thomas A. D’AmicoMark F. Berry e David H. Harpole

 

 

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