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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO aponta os destaques do ano na pesquisa em câncer

ASCO_Clinical_Cancer_Advances_2016_NET_OK.jpgA Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) publicou o Clinical Cancer Advances 2016, um relatório que analisa conquistas e tendências da pesquisa clínica em câncer. Entre os destaques aparecem a imunoterapia, apontada como o avanço do ano, ao lado de vacinas anti-câncer, como o rindopepimut em glioblastoma, e de outras abordagens que se dispõem a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, como a radioterapia de cérebro inteiro na gestão de metástases cerebrais e até o dispositivo TTField (Optune) no tratamento do glioblastoma.

Cinco anos atrás, o anti CTLA-4 ipilimumab foi saudado como o primeiro inibidor de checkpoint imunológico com resultados importantes de sobrevida no melanoma avançado. Hoje, drogas que inibem as proteínas de morte programada (PD-1) e seus ligantes (PD-L1) parecem ser tão ou mais eficazes e ainda proporcionam menos efeitos adversos.
 
Estudos recentes mostraram resultados significativos da imunoterapia também em outros tipos de câncer de difícil tratamento, assim como sugerem que a combinação de agentes anti PD-1/PD-L1 pode proporcionar ainda mais benefícios. Sem dúvida, a imunoterapia concentra as atenções e se mantém como forte tendência na pesquisa clínica em câncer.  O êxito não é apenas em melanoma e tumores sólidos de difícil tratamento, mas também na oncohematologia, onde a terapia com receptores de antígenos quiméricos de célulasT  (CAR-T) apresentou resultados surpreendentes em linfoma difuso de grandes células B e em leucemia linfocítica aguda.
 
Vacinas anti-câncer continuam a concentrar investimentos em pesquisa clínica. O destaque da ASCO este ano foi para as pesquisas com rindopepimut, terapia para glioblastoma EGFR vIII (NCT 01480479). No início de 2015, o FDA concedeu designação prioritária para rindopepimut em glioblastoma EGFRvIII-positivo. Um ensaio de fase III em pacientes recém diagnosticados está em andamento (NCT01480479) e vacinas contra o câncer estão sendo investigadas em uma variedade de outros tumores, incluindo mama, pulmão, bexiga, colo do útero, rim, pâncreas e próstata, além de pesquisas dirigidas a doenças oncohematológicas.
 
Mas os highlights da pesquisa clínica em 2016 estão também em terapias tradicionais, como a quimioterapia e a radioterapia, que acumulam novas evidências e mostram a importância da seleção de pacientes. Estudo recente mostrou que a irradiação do cérebro inteiro para alguns pacientes com metástases cerebrais agrava o declínio cognitivo sem estender a sobrevida (dar a referência do estudo). Enquanto isso, outro estudo identificou um grupo de pacientes que ainda assim pode se beneficiar desta terapia (idem, incluir referência).
 
O relatório da ASCO  apontou, ainda, os resultados do TTFiels, um dispositivo portátil, não invasivo, que fornece campos elétricos de frequências alternadas e se revelou eficaz no tratamento de  glioblastoma, o mais mortal  câncer cerebral em adultos. O estudo cumpriu os principais desfechos e demonstrou benefício de sobrevida global em combinação com temozolomida (mediana de 20,5 meses em comparação com 15,6 meses, taxa de risco = 0,66, p = 0,004), além de ganhos na sobrevida livre de progressão (mediana de 7,2 meses em comparação com 4,0 meses, taxa de risco = 0,62, p = 0,001).

Ao lado de tanta inovação, os destaques da pesquisa clínica em 2016 lembram ainda da importância dos cuidados paliativos, estratégia que não apenas se confirmou efetiva para o paciente, prolongando a sobrevida com qualidade, mas também beneficiou cuidadores ao privilegiar a humanização da assistência. Entre os destaques da pesquisa clínica em câncer o relatório também apontou o impacto da prevenção do HPV. A vacinação é hoje a grande arma para reduzir globalmente os cânceres associados ao papilomavírus, especialmente o câncer cervical, e novas pesquisas continuam em andamento.

O câncer é hoje um dos maiores desafios globais. Sete em cada 10 mortes por câncer ocorrem na África, Ásia, América Central e América do Sul. Até o ano de 2030, as mortes por câncer podem aumentar globalmente em até 80%, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde. É uma projeção sombria, mas ainda é tempo de reverter a carga global do câncer, essencialmente com estratégias de prevenção.
 
Referência: Clinical Cancer Advances 2016: Annual Report on Progress Against Cancer From the American Society of Clinical Oncology

 
 


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