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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

Canadá atualiza recomendações para a triagem de câncer colorretal

cancer_colloretal_RADAR_NET_OK.jpgO Canadá acaba de atualizar o guideline para o rastreamento de câncer colorretal. A diretriz da Canadian Task Force promove mudanças importantes em relação às recomendações de triagem publicadas em 2001.

Para adultos entre 60 a 74 anos, a recomendação passa a recomendar a triagem com FOBT (GFOBT ou FIT) a cada dois anos ou sigmoidoscopia flexível a cada 10 anos (evidência de qualidade moderada, mas com forte grau de recomendação).

Para a faixa etária entre 50 a 59 anos, a Canadian Task Force traz a mesma diretriz, embora enfatize que a evidência é de qualidade moderada neste grupo, o que rebaixa a recomendação (fraco grau de recomendação).

A Canadian Task Force considerou uma revisão sistemática e identificou quatro ensaios clínicos randomizados elegíveis usando gFOBT, um usando FIT e quatro usando sigmoidoscopia flexível.
 
Estudos de meta-análise envolvendo indivíduos com idade entre 45-80 anos mostraram que a triagem com gFOBT tem impacto na redução da mortalidade por câncer colorretal (RR 0,82, intervalo de confiança de 95% [IC] 0,73-0,92). A redução do risco absoluto de morte por câncer colorretal foi de 2,7 por 1000 indivíduos rastreados, indicando que o número necessário de procedimentos para evitar uma morte foi de 377, durante um período médio de acompanhamento de 18,25 anos (9-30 anos).
 
A sigmoidoscopia flexível demonstrou reduzir a mortalidade por câncer colorretal (RR 0,74, 95% CI 0,67-0,82) e a incidência da doença em estágio final (RR 0,73, 95% CI 0,66-0,82) entre indivíduos entre 55-74 anos. Para a sigmoidoscopia flexível, a redução no risco de morte por câncer colorretal foi de 1,2 por 1000 indivíduos rastreados, indicando que o número necessário de testes de triagem para evitar uma morte é de 850 (95% CI 673–12052) por um período médio de 11,3 anos (7.0–11.9).
 
Dois dos ensaios clínicos randomizados sobre gFOBT reportaram resultados que variaram para as diferentes faixas etárias. Um deles encontrou redução significativa na mortalidade por câncer colorretal em pacientes entre 60-69 anos, mas não identificou o mesmo benefício entre os pacientes com menos de 60 anos. O outro estudo reportou benefício em pacientes de 60 a 69 anos e acima de 70 anos.
 
Para o rastreio com sigmoidoscopia flexível, a redução na mortalidade por câncer colorretal foi observada entre 65-74 anos (RR 0,65, 95% CI 0,52-0,82). Não foi encontrado benefício significativo da triagem na faixa etária de 55-64 anos (RR 0,84, 95% CI 0.67-1.06).   
 
O único estudo clínico randomizado que avaliou a triagem com FIT não encontrou uma redução significativa na mortalidade por câncer colorretal. Este estudo foi realizado na China, com uma única rodada de triagem, mas teve curto período de seguimento (mediana de 8 anos) e uma população jovem (60% com idade de 30-49 anos).
 
Diante das evidências, a diretriz da Canadian Task Force coloca um valor maior na recomendação da triagem em pacientes mais velhos em relação aos mais jovens, entre 50-59 anos.
 
Estima-se que 25 mil canadenses receberam diagnóstico de câncer colorretal em 2015, com uma incidência de 49 por 100 mil habitantes, e que 9300 vão morrer da doença (17 por 100 mil).
 
A maioria dos casos de câncer de colon surge de pólipos que se desenvolvem lentamente e esse processo de transformação é o racional para manter programas de rastreio, com o objetivo de detectar e remover pólipos e /ou tumores em estágio inicial.
 
A implementação de programas de rastreio organizados em algumas províncias canadenses tem sido associada com um aumento no número de indivíduos rastreados.  Atualmente, todos os programas canadenses recomendam a triagem com o teste de guaiaca de sangue oculto nas fezes (GFOBT) ou teste imunoquímico fecal (FIT).
 
A atual linha de conduta da Canadian Task Force trouxe mudanças importantes em relação à orientação anterior, de 2001. A diretriz de 2001 recomendava a FOBT anual ou bianual (recomendação de grau A) e a sigmoidoscopia flexível a cada cinco anos (recomendação de grau B). A diretriz não definia se essas modalidades de triagem deveriam ser utilizadas de forma isolada ou em combinação (grau C), assim como não especificava se a colonoscopia deveria ou não ser incluída como teste de rastreio inicial para o câncer colorretal.
 
Agora, a diretriz canadense prevê a triagem em adultos entre 60 a 74 anos com FOBT (GFOBT ou FIT) a cada dois anos ou sigmoidoscopia flexível a cada 10 anos. (Evidências de qualidade moderada e forte grau de recomendação).
 
Os pontos-chave da recomendação canadense:
 
• Os dados de ensaios clínicos randomizados mostram que a triagem para câncer colorretal com guaiaca fecal (GFOBT), teste de sangue oculto (FOBT) ou
sigmoidoscopia flexível reduz a incidência de câncer colorretal em estágio final
e a mortalidade por câncer colorretal.
 
• Embora os benefícios relativos da triagem pareçam semelhantes para os diferentes grupos etários, tanto para o grupo de idosos (60-74 anos) quanto para indivíduos mais jovens (50-59 anos), os benefícios absolutos de rastreio são maiores para o grupo mais velho pela maior incidência de câncer colorretal nessa faixa etária.
 
• Comparado com FOBT, a imunohistoquímica fecal têm maior sensibilidade com especificidade semelhante;
 
• Não há ensaios clínicos randomizados sobre o benefício de mortalidade pela triagem por colonoscopia ou por teste de DNA fecal.
 
• Os recursos envolvidos, a disponibilidade de teste e as preferências do paciente devem ser considerados na escolha do método de rastreio.
 
Referência: Recommendations on screening for colorectal cancer in primary care Canadian Task Force on Preventive Health Care* - DOI:10.1503 /cmaj.151125
 

 


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