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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 6pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO atualiza as diretrizes de antieméticos

Antiemeticos_NEPA.jpgA ASCO atualizou suas diretrizes sobre a utilização de antieméticos, recomendando a combinação oral de netupitanto e palonosetrona (NEPA) mais dexametasona como uma opção de tratamento adicional para pacientes com câncer que são submetidos a regimes de quimioterapia altamente emetogênicos. O oncologista Ricardo Caponero e a presidente da ANCP, Maria Goretti Sales Maciel, comentam com exclusividade para o Onconews.

Aprovado pelo FDA em outubro de 2014 para uso na prevenção de náuseas e vômitos agudos e tardios associados à quimioterapia, NEPA é um comprimido oral com a combinação do netupitanto, um antagonista do receptor de neuroquinina-1 (NK1) e da palonosetrona, um antagonista do receptor de 5 hidroxitriptamina 3 (5-HT3).
 
A diretriz da ASCO para antieméticos foi publicado em 1999 e atualizado duas vezes nos anos seguintes. A diretriz recomenda que para todos os pacientes que receberam regimes de quimioterapia altamente emetogênicos (incluindo o esquema antraciclina-ciclofosfamida “AC”) seja oferecida uma combinação de três drogas: um antagonista do receptor NK1, um antagonista do receptor de 5-HT3 e dexametasona.
 
"Queremos ter certeza de que nossas diretrizes incorporam novas opções de tratamento. NEPA é um novo agente importante que recebeu a aprovação da FDA após revisão de dados de ensaios clínicos que demonstraram a eficácia e segurança deste agente", disse Paul J. Hesketh, presidente do Lahey Health Cancer Institute e principal autor da atualização das diretrizes.
 
Segundo o oncologista Ricardo Caponero, embora a combinação tríplice no tratamento antiemético para náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia já esteja bem estabelecida em diversas diretrizes de tratamento publicadas, a nova combinação é confortável e segura, consistindo um progresso importante na qualidade de vida dos pacientes em quimioterapia. “A vantagem do NEPA é poder ser administrado em dose única, via oral, imediatamente antes da quimioterapia. Ele combina a eficácia do netupitante, uma nova geração de antagonistas dos receptores de NK1 com meia vida plasmática bastante mais prolongada do que o aprepitante, e a palonosetrona, que além das vantagens da maior afinidade alostérica pelo receptor de 5HT3 e da meia vida plasmática, também mais longa do que os outros compostos da mesma classe”, afirma.
 
O especialista acrescenta ainda que o novo agente possui a vantagem de não estar relacionado ao prolongamento do intervalo QTc no eletrocardiograma, não tendo sido relatados nenhum caso de “Torsade de Pointers”, com arritmia e morte súbita. “O NEPA é um progresso ao qual ansiosamente esperamos ter acesso para os pacientes que não podem importá-lo”, diz.
 
Maria Goretti Sales Maciel, presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), relativiza a recomendação, salientando a relação custo-benefício das drogas. “Novos antieméticos surgem todos os dias, e muitas pesquisas são promovidas em torno destes medicamentos, o que os coloca em posição privilegiada em detrimento de outros, de uso consagrado”, diz. Ela explica que esses agentes são cada vez mais específicos e sofisticados, mas também mais caros. “Por isso, os medicamentos tradicionais e de baixo custo continuam sendo ferramentas importantes no controle da náusea e vômito relacionados ao câncer. Especialmente em um contexto de saúde pública, seu uso deve ser estimulado”, enfatiza. 

Evidências 

A inclusão do NEPA como uma opção de tratamento adicional para a prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia foi baseada em dois estudos randomizados de fase III e um estudo randomizado de fase II.
 
O primeiro ensaio de fase III comparou NEPA com palonosetrona em 1.449 pacientes que receberam quimioterapia com antraciclina-ciclofosfamida para tumores sólidos1. Os dados demonstraram que NEPA resultou em maiores taxas de resposta completa (sem vômito e sem medicação de resgate) tanto durante a fase aguda como em fases posteriores.
 
Os desfechos secundários de ausência de vômitos, ausência de náusea significativa e proteção completa (resposta completa e sem náuseas significativas) também demonstraram desempenho superior no braço NEPA.
 
A segurança e a eficácia do NEPA sobre ciclos repetidos de quimioterapia foram avaliadas no segundo ensaio de fase III, que envolveu pacientes sem quimioterapia anterior tratados com quimioterapia altamente ou moderadamente emetogênica2.
 
Os participantes do estudo foram aleatoriamente designados para tratamento com NEPA ou aprepitanto oral mais palonosetrona oral (APR + PALO). Eventos adversos relacionados com o tratamento ocorreram em 86% dos pacientes no braço NEPA e 91,3% dos pacientes no braço APR + PALO, eventos na maioria leves ou moderados.
 
O estudo de fase II envolveu 694 pacientes sem quimioterapia anterior com tumores sólidos, escalonados para receber quimioterapia baseada em cisplatina3. Os pacientes foram aleatoriamente designados para um dos cinco diferentes braços de tratamento antiemético: netupitanto a 100 mg, 200 mg ou 300 mg combinado com 0,50 mg de palonosetrona via oral; 0,50 mg de palonosetrona via oral isoladamente; ou um braço exploratório padrão de 3 dias de APR +32 mg de ondansetrona (OND) intravenoso.
 
A análise primária comparou cada dose de NEPA com palonosetrona. Cada dose de NEPA produziu maiores taxas de resposta completa (sem vômito e sem resgate). As taxas de resposta completa com a dose mais elevada de NEPA foram estatisticamente significativas, mais altas do que aquelas obtidas com o uso isolado de palonosetrona durante as fases aguda e tardia.
 
Referências:
1 - Aapro M, et al. Ann Oncol. 2014;25:1328-33.
2 - Gralla RJ, et al. Ann Oncol. 2014;25:1333-9.
3 - Hesketh PJ, et al. Ann Oncol. 2014;25:1340-6.

 

 
 
 
 

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