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AtualizadoTer, 16 Abr 2024 1pm

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Daichii Sankyo

 

Obesidade, câncer e desnutrição: como enfrentar?

Obesidade_ASCO_1.jpgA epidemia de obesidade deve provocar cerca de 700 mil novos casos de câncer até 2035, além de representar uma forma grave de desnutrição. O alerta foi reforçado na edição de janeiro do Lancet, em editorial que observa ainda o enorme déficit de nutrientes vitais na população dos Estados Unidos. Alice Zelmanowicz, coordenadora do Programa de Prevenção do Câncer do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, comenta com exclusividade para o Onconews.

“As recomendações da OMS demostram através de evidências científicas robustas que são necessárias ações de diversas esferas e envolvendo todo o conjunto da sociedade local e mundial”, afirma a especialista.
 
Segundo relatório do Comitê Consultivo da 2015 Dietary Guidelines, os norte-americanos possuem déficit das vitaminas A, D, E e C, folato, cálcio, magnésio, fibras, potássio e ferro.

Câncer e obesidade são duas das maiores epidemias globais da atualidade e o assunto, que já tem presença constante na agenda de saúde, agora foi revisitado com o apelo ao chamado imposto do açúcar (sugar tax), estratégia do Reino Unido para combater a obesidade infantil. As novas orientações dietéticas lançadas 7 de janeiro nos EUA, com a publicação da edição do 2015–2020 Dietary Guidelines, também foram criticadas por especialistas em nutrição e ajudam a fomentar o debate.
 
“A obesidade é o resultado de um ambiente obesogênico mantido por grandes empresas globais de alimentos e bebidas, com interesse particular em fornecer alimentos ultra-processados, ​​altamente energéticos, pobres em nutrientes e o mais barato possível, ao lado de um estilo de vida cada vez mais sedentário”, aponta o editorial do Lancet.
 
Mas não é apenas parcela do setor privado que está sob críticas. Embora louváveis, esforços de políticas nacionais para combater a obesidade precisam ir além de uma intervenção única. A recomendação aos sistemas de saúde é de que adotem propostas multifacetadas, com uma visão global do problema e suas múltiplas frentes de intervenção. “Enfrentar a obesidade pressupõe atenção muito mais séria do que países e organizações mundiais de saúde estão atualmente preparados para dar”, diz o editorial do Lancet, que aponta caminhos para avançar no enfrentamento, mas deixa também um desafio: “O setor privado com interesses escusos irá reagir somente se a orientação de base científica for forte e imparcial para definir políticas claras e deixá-los sem escolha”.
 
Segundo Alice Zelmanowicz, coordenadora do Programa de Prevenção do Câncer do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, para as pessoas que não fumam, o desequilíbrio energético (ingesta X gasto de energia) que leva ao sobrepeso e a obesidade é a principal causa evitável de câncer. Porém, os fatores associados a este fator de risco são muitos e determinados por variáveis diversas que vão desde interesses econômicos até hábitos definidos culturalmente. “Políticas restritivas por meio econômico (taxas e impostos) podem ou não ser efetivos para fatores de risco pontuais, como a exposição ao tabaco. Porém, limitar as ações a fatores econômicos, por exemplo, pode gerar uma “falsa segurança” já que diminuir o consumo do açúcar livre não necessariamente previne o desequilíbrio energético. Além disso, pode desviar o foco da ação global dos fatores determinantes que são necessários para combater esta epidemia”, explica.
 
Referências: Obesity: we need to move beyond sugar
 
DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00091-X
http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)00091-X/fulltext
 
 
 
 
 
 
 
 


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