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AtualizadoTer, 23 Abr 2024 9pm

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Daichii Sankyo

 

JAMA: pesquisa com 200 mil gêmeos e risco de câncer

Gemeos_NET_OK.jpgPesquisadores de Harvard e de duas universidades europeias analisaram mais de 200 mil gêmeos de países nórdicos para avaliar o risco de câncer familiar e identificaram forte associação para quase todos os 23 tipos de câncer investigados. A associação foi observada tanto nas neoplasias mais incidentes, como câncer de mama, próstata e cólon, quanto em tumores menos frequentes, como câncer de testículo, de cabeça e pescoço, melanoma, câncer de estômago e de ovário.

A população estudada considerou 80.309 gêmeos monozigóticos ou idênticos e 123.382 gêmeos fraternos ou heterozigóticos (n = 203.691) na Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, acompanhados durante uma média de 32 anos, entre 1943 e 2010.
 
Os dados mostram que um em cada três participantes do estudo teve câncer. A análise final indica que 27.156 casos de câncer foram diagnosticados em 23.980 indivíduos, traduzindo-se numa incidência cumulativa de 32%.  Entre os gêmeos monozigóticos foram 1383 casos; entre os fraternos, 1933. Da amostra pesquisada, 38% dos gêmeos monozigóticos (2766 indivíduos) e 26% dos pares fraternos (2866 indivíduos) foram diagnosticados com o mesmo tipo de câncer.
 
O estudo demonstrou um risco ampliado para o desenvolvimento de neoplasias em gêmeos que tiveram o irmão com diagnóstico de câncer. O risco em gêmeos fraternos foi de 37% (95% CI, 36% -38%) e em gêmeos idênticos foi ainda maior, de 46% (95% CI, 44% -48%).
 
A maioria dos 23 tipos de câncer investigados foi associada a riscos familiares. A predisposição hereditária para câncer em geral foi de 33%. Para melanoma cutâneo, a predisposição hereditária foi mais significativa (58%), assim como em câncer de próstata (57%), câncer de pele não melanoma (43%), câncer de ovário (39%), câncer de rim (38%), câncer de mama (31%) e de útero (27%).
 
Um dos maiores riscos familiares foi observado no câncer testicular. Entre gêmeos fraternos, o risco de desenvolver a doença foi 12 vezes maior para aqueles que tiveram o irmão com diagnóstico de câncer e aumentou para 28 vezes entre gêmeos geneticamente idênticos.
 
"Estudos anteriores forneceram estimativas de risco e de herança familiar para os cânceres mais comuns, mas para os cânceres mais raros os estudos eram muito pequenos ou o tempo de seguimento muito curto para permitir identificar qualquer traço de hereditariedade ou risco familiar", disse Lorelei Mucci, professora de epidemiologia da Escola de Saúde Pública de Harvard e uma das líderes da investigação.
 
Os resultados deste estudo foram publicados no JAMA na edição online de 5 de janeiro e podem ajudar a caracterizar o risco de câncer familial, fornecendo contribuição importante para o aconselhamento de pacientes e estratégias de gestão de risco.
 
ReferênciasFamilial Risk and Heritability of Cancer Among Twins in Nordic CountriesJAMA. 2016;315(1):68-76. doi:10.1001/jama.2015.17703  

 
 

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