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AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Resistência aos antibióticos no tratamento do câncer

FARMACOVIGILANCIA_NET_OK.jpgA cada ano, 13. 120 casos de infecções (42%) após biópsia da próstata são atribuíveis a resistência às fluoroquinolonas nos EUA.  É o que estima um estudo de revisão publicado no Lancet, que investigou as consequências do aumento da resistência a antibióticos nos dez procedimentos cirúrgicos mais comuns no tratamento do câncer e nos esquemas de quimioterapia imunossupressora mais frequentemente empregados nos Estados Unidos.

O estudo foi conduzido por Aude Teillant, da Princeton University, e demonstrou que até 50,9% dos patógenos causadores de infecções de sítio cirúrgico e 26,8% dos agentes que causam infecção após a quimioterapia são resistentes a antibióticos. Para os autores, embora oaumento da resistência aos antibióticos seja uma ameaça em potencial para a segurança e a eficácia de procedimentos cirúrgicos e quimioterapias imunossupressoras, mais dados são necessários para estabelecer recomendações adequadas de profilaxia nesse contexto.
 
Nos diferentes cenários avaliados, os pesquisadoresestimaram a eficácia da profilaxia para prevenir mortes relacionadas com infecção após procedimentos cirúrgicos e de imunossupressão por quimioterapia. O tamanho dos efeitos identificados variou consideravelmente, com impacto de 10% a 100% na redução de mortalidade. O estudo também estimou o número adicional de infecções e mortes relacionadas com infecções para cada cenário, assim como o percentual de agentes patogênicos resistentes aos antibióticos nos EUA.
 
“O trabalho de Aude Teillanté de fundamental importância, mas apesar da ampla revisão da literatura, a autora conclui que os dados atualmente disponíveis são insuficientes para estabelecer recomendações adequadas de profilaxia, portanto, continuam valendo as diretrizes estabelecidas e a conduta dos protocolos publicados”, diz o oncologista Ricardo Caponero. “O trabalho de Teillant só nos alerta para que esse fato seja melhor avaliado em estudos futuros. Aponta o problema, mas não oferece a solução”, avalia.
 
Caponero observa que ocontrole ao uso indiscriminado de antibióticos melhorou muito no Brasilcom a obrigatoriedade da receita no momento da compra do medicamento. “No entanto, a formação médica ainda é inadequada, assim como é inadequada a prescrição médica em várias circunstâncias”, alerta o oncologista.
 
“Mesmo quando a prescrição segue recomendações padrão, o uso prolongado de antibióticos durante os ciclos de quimioterapia potencialmente mielotóxica, com o intuito de se evitar a neutropenia febril, expõe o paciente ao uso intermitente, porém prolongado, de antibióticos, contribuindo para o aumento da resistência bacteriana.
Vale lembrar que esquemas como "TAC" (e outros), preconizavam a administração profilática de antibióticos, portanto, sem patógeno identificado ou, muitas vezes, sequer presente”, diz. 

Descobertas 

O trabalho de Teillant e colaboradores estima que entre 38,7% e 50,9% dos patógenos causadores de infecções de sítio cirúrgico e 26, 8% dos agentes causadores de infecções após a quimioterapia são resistentes a antibióticos nos EUA. Uma redução de 30% na eficácia da profilaxia com antibióticos para estes procedimentos resultaria em 120.000 infecções adicionais de sítio cirúrgico por ano. Na quimioterapia, uma redução de 10% na eficácia de antibióticos representaria 6.300 óbitos por causas infecciosas na oncologia.
 
Referência: Potential burden of antibiotic resistance on surgery and cancer chemotherapy antibiotic prophylaxis in the USA: a literature review and modelling studyAude Teillant, Sumanth Gandra,Devra BarterDaniel J MorganRamanan Laxminarayan.

 

 

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