Mulheres negras têm menor sobrevida em câncer endometrial

C__ncer_Ginecol__gico_NET_OK.jpgEstudo publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention revelou um aumento nas taxas de câncer de endométrio nos Estados Unidos entre todos os grupos raciais e étnicos. O aumento foi maior entre mulheres negras e asiáticas, com taxa de 2,5% ao ano. O trabalho também mostrou que as mulheres negras norte-americanas são mais propensas a morrer da doença.

Foram analisados mais de 120 mil casos de câncer endometrial diagnosticados nos Estados Unidos entre 2000 e 2011.
 
As mulheres negras também tiveram maiores taxas de câncer endometrial agressivo em comparação às mulheres asiáticas, hispânicas e brancas, e taxa de mortalidade mais de 1,5 vez maior do que entre as mulheres brancas. Entre as asiáticas e latino-americanas, as taxas de mortalidade por câncer endometrial agressivo foram semelhantes ou mais baixas em comparação com as mulheres brancas.
 
“Os dados sugerem que as diferenças nos resultados das pacientes persistem mesmo quando o tipo de tumor e o seu estadio no momento do diagnóstico são contabilizados”, afirmou a autora do estudo, Michele Cote, professora associada de oncologia do Barbara Ann Karmanos Cancer Institute e da Wayne State University School of  Medicine, em Detroit.
 
Métodos e resultados
 
Dados de incidência e mortalidade por câncer de endométrio do SEER foram obtidos entre 2000 e 2011. Foram calculadas as mudanças percentuais anuais na incidência ajustada à idade e nas taxas de incidência baseadas na mortalidade.
 
Os cálculos compararam os diferentes grupos raciais/étnicos, assim como estabeleceram as taxas de sobrevida relativa em cinco anos de acordo com o estadio no momento do diagnóstico.
 
Mulheres negras não-hispânicas apresentaram taxas de incidência significativamente mais elevadas de câncer de endométrio agressivo (células claras, seroso, endometrioide de alto grau e tumores malignos mistos de Müller) em comparação com mulheres brancas não-hispânicas.
 
O estudo demonstrou que mulheres hispânicas e asiáticas têm taxas de incidência iguais ou inferiores às mulheres brancas não hispânicas para todos os subtipos de tumor. Para quase todas as fases e subtipos da doença, a sobrevida relativa em 5 anos foi significativamente menor para as negras não hispânicas, enquanto as mulheres hispânicas e asiáticas apresentaram taxa de sobrevida maior e semelhantes entre si.
 
"Foi surpreendente identificar que a disparidade de sobrevida de câncer de endométrio foi limitada a mulheres negras não hispânicas, porque muitos dos desafios anteriormente ligados a piores resultados, incluindo baixo nível socioeconômico e altas taxas de obesidade e diabetes, também são experimentados por mulheres brancas hispânicas, mas essa população não teve resultados piores", disse ela.
 
Os pesquisadores agora devem investigar se existem diferenças moleculares em tumores de mulheres de diferentes raças ou etnias que são diagnosticadas no mesmo estadio da doença.
 
Referência:The Growing Burden of Endometrial Cancer: A Major Racial Disparity Affecting Black Women - Cancer Epidemiol Biomarkers Prev; 24(9); 1–9. ©2015 AACR.