Videocirurgia ganha espaço

PIC2_GINECO_CIRURGIA_NET_OK.jpgVideolaparoscopia é procedimento de escolha para os tumores do endométrio e de forma gradativa ganha espaço na ginecologia oncológica. Curva de aprendizado ainda é uma barreira para a expansão da abordagem minimamente invasiva.


As técnicas minimamente invasivas ganham espaço na oncoginecologia. “A videolaparoscopia tem sido um fator determinante de mudanças na cirurgia ginecológica e há lugar garantido para o tratamento oncológico por via laparoscópica”, diz o ginecologista Etelvino Trindade, atual presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). “É um tratamento que se efetua com segurança e traz vantagens para o paciente, como a recuperação mais rápida”, acrescenta.

No contexto da ginecologia oncológica, a videolaparoscopia é procedimento de escolha para os tumores do endométrio e de forma gradativa aparece também como abordagem para neoplasias em outros sítios. “Ainda existe restrição nos casos de câncer de ovário com disseminação cavitária, mas para todas as outras circunstâncias a videolaparoscopia tem se imposto e acredito que ainda vai avançar muito”, prevê.

A linfadenectomia, também procedimento obrigatório em quase todos os casos de câncer ginecológico, tem impacto preditivo, prognóstico e com influência na decisão clínica. “A linfadenectomia em tumores sólidos ginecológicos é uma conduta estabelecida há muito tempo. Antes, era feita por via laparotômica e agora é possível realizá-la por intermédio da laparoscopia, com segurança e às vezes até com mais facilidade”, compara o especialista.

O desafio dos procedimentos minimamente invasivos é a curva de aprendizado, que ainda precisa ganhar escala no Brasil, sem falar dos custos. “Os planos de saúde pagam, mas o SUS tem acesso desigual. Como a saúde pública se arrasta numa crise sem fim, o que acontece hoje é que alguns centros oferecem, outros não. Existe até uma facilidade de se comprar o insumo, mas na hora da manutenção as dificuldades aparecem. É bastante comum nos hospitais ver que a aparelhagem está lá, mas fica inoperante por falta de manutenção”, critica o presidente da Febrasgo.