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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Impacto da atividade física

caminhadaDados recentes demonstram importância de uma rotina de exercícios durante o tratamento.

Estudo apresentado na 18a Conferência Mundial sobre Câncer de Pulmão (WCLC 2017) demonstrou que o exercício físico e as intervenções psicossociais em pacientes com câncer de pulmão avançado melhoraram a capacidade funcional, com benefícios na qualidade de vida.

Os pesquisadores selecionaram 218 pacientes adultos com câncer de pulmão avançado submetidos à quimioterapia, randomizados em dois grupos. O grupo controle recebeu o padrão de cuidados, enquanto o grupo experimental foi submetido a uma intervenção física e psicossocial de 12 semanas, incluindo treinamento cardiovascular e de força. A capacidade aeróbica, capacidade funcional e qualidade de vida foram avaliadas no baseline e na 12a semana. Os resultados demonstraram que o grupo que praticou exercícios físicos teve sua capacidade funcional melhorada, com impacto significativo na qualidade de vida.

Apesar dos benefícios comprovados, pesquisa apresentada no 2017 Cancer Survivorship Symposium revelou que cerca de 75% dos pacientes de câncer em tratamento reduzem seus níveis de atividade física após o diagnóstico.

Os pesquisadores realizaram um survey entre 662 pacientes com câncer. A média de idade foi de 59,9 anos, e 65% dos entrevistados apresentavam sobrepeso ou eram obesos. Os tipos de câncer mais comuns foram mama (32%), pulmão/torácico (15%) e hematológico (15%). 53% tinham doença não-metastática e 53% tinham recebido o diagnóstico há mais de 12 meses. A maioria recebeu quimioterapia (88%), radioterapia (53%) e/ou cirurgia (53%). Entre os respondedores, 499 participantes (75%) relataram ter diminuído seus níveis de atividade física desde que receberam o diagnóstico de câncer.

Em análises multivariadas, os níveis de atividade física diminuíram significativamente associados com a quimioterapia [Adjusted Odds Ratio (AOR) 3.54, 95% IC 2.06-6.06] e com doença metastática (AOR 1,64, 95% IC: 1,07-2,52). Entre as barreiras à atividade física mais comuns estão fadiga (78%), dor (71%), dificuldade de motivação (68%) e dificuldade de disciplina (65%).

Os resultados sugerem que são necessários novos métodos para apoiar e facilitar a atividade física em todo o percurso terapêutico.

Acompanhamento dos sobreviventes

O diagnóstico precoce e os avanços no tratamento do câncer, com terapias mais eficientes, têm aumentado o número de sobreviventes, os chamados survivors. Transformar o câncer em uma doença crônica certamente é um avanço, mas cuidar dos sobreviventes é prática relativamente recente da oncologia.

Diversos trabalhos têm se dedicado a compreender o impacto do tratamento a longo prazo e múltiplas estratégias estimulam a promoção da saúde nessa população. São intervenções nutricionais, exercícios físicos, assistência psicológica e/ou práticas de medicina integrativa, como ioga e acupuntura, que têm crescido exponencialmente, acompanhando o ritmo de crescimento da população de survivors.

“O que a gente observava na oncologia pediátrica está acontecendo agora com os adultos. Os sobreviventes estão tendo um segundo tumor, um terceiro, não mais a recidiva do tumor primário. Eu posso tratar o câncer de mama, que provavelmente é um epifenômeno que aconteceu, mas a instabilidade no genoma, a propensão a formar o câncer, eu não consigo tratar. Talvez aquela propensão ao fenótipo neoplásico nunca seja curável”, diz o oncologista Ricardo Caponero, coordenador do Centro avançado de Terapia de Suporte e Medicina Integrativa do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Nesses casos, o avanço dos testes genéticos e exames de rastreamento podem ajudar, mas é preciso bom senso para não deixar o sobrevivente preso ao estigma da doença. “Se você faz o acompanhamento de maneira muito próxima, está sempre presente na vida do doente, ele não consegue voltar à vida normal. Por outro lado, se ficar muito distante, ele não faz os exames de rastreamento e aumenta as chances de encontrar a doença em fase avançada”, avalia.

Referências: M. Quist et al. OA 11.02 Exercise improves functional capacity in patients with advance stage lung câncer

Sally A. D. Romero et al. Factors and barriers associated with changes in physical activity after câncer diagnosis - J Clin Oncol 35, 2017 (suppl 5S; abstr 162)

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