01122023Sex
AtualizadoQui, 30 Nov 2023 7pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Foco na qualidade de vida

ON14_PESQUISA_NET_OK.jpgTécnica experimental associa termoablação à quimioterapia com cisplatina e busca aliviar sintomas de pacientes com câncer de cabeça e pescoço avançado sem alternativas de tratamento curativo.

Estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) avalia até que ponto a termoablação e o uso de cisplatina IV podem melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço fora de possibilidades curativas.
 
Realizado em colaboração com a Universidade da Califórnia (UCLA), e com o apoio da FAPESP e do National Cancer Institute, o estudo tem como braço experimental a técnica conhecida como laser-indução de terapia térmica (LITT), já utilizada em centros como a UCLA em tumores de cérebro, mama, trato gastrointestinal e próstata, aliada à aplicação local de quimioterapia. A estratégia representa um avanço em comparação ao tratamento administrado nos Estados Unidos, feito apenas com o laser.
 
“Trata-se de um tratamento paliativo experimental para controle local da doença em pacientes que não são mais candidatos à cirurgia. Às vezes um tratamento menos agressivo oferece mais qualidade de vida. Com essa técnica conseguimos reduzir alguns sintomas específicos, como sangramento, compressão do nervo ósseo, infecção local e dor”, explica o cirurgião Marcos Bandiera Paiva, que lidera o estudo.
 
“A vantagem da combinação de cisplatina com LITT é que o calor aumenta a capacidade do quimioterápico de penetrar nas membranas celulares e potencializa sua ação local”, acrescenta.
 
O estudo
 
Como os efeitos da cisplatina sobre uma temperatura muito alta no tumor eram desconhecidos, o objetivo desse primeiro projeto piloto foi verificar a segurança do procedimento com precisão e acionar o laser para realizar a termoablação local do tumor”, explica Paiva.
 
O trabalho demonstrou que a dose empregada não causou eventos adversos em nenhum paciente. “A toxicidade foi zero, não tivemos nenhuma intercorrência”. O segundo aspecto avaliado foi a qualidade de vida. “Essa avaliação foi mais complicada, porque precisamos de mais tempo de acompanhamento para ter uma análise fidedigna”, diz.
 
A mediana de sobrevida, terceiro aspecto observado no projeto piloto, também favoreceu o uso da técnica. Os pacientes apresentaram uma mediana de sobrevida de aproximadamente 6,5 meses, superior à relatada por um trabalho do Hospital de Heliópolis, que havia registrado ganho de 4,5 meses com estratégias paliativas.
 
Próximos passos
 
Os pesquisadores programam agora um estudo de fase I que deve aumentar a dose de cisplatina para 50mg/cm3 de tumor. "Esperamos melhorar nossos resultados com essa concentração”, afirma Paiva.
 
O especialista adianta que existem projetos de associação da técnica com tratamentos sistêmicos como o cetuximabe, um anticorpo monoclonal empregado no tratamento do câncer de cabeça e pescoço. “Estamos discutindo com alguns oncologistas que têm um protocolo para pacientes fora de opções terapêuticas e eles são favoráveis à realização de um protocolo com essa combinação. É provável que tenhamos um resultado ainda melhor com a adição de cetuximabe, mas só vamos conseguir responder essa pergunta fazendo outro ensaio clínico”. A expectativa é de que a técnica possa ser replicada em outros centros. "Queremos aprimorar o tratamento e beneficiar mais pacientes, inclusive com outros tumores. O objetivo é desenvolver um procedimento ambulatorial minimamente invasivo que possa oferecer melhor qualidade de vida para os pacientes do SUS”, conclui.
 
 


Publicidade
A.C. CAMARGO 70 ANOS
Publicidade
ABBVIE
Publicidade
LIBBS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
INTEGRAL HOME CARE
Publicidade
300x250 ad onconews200519