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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Entusiasmo e decepção no panorama GU em 2015

Igor_Morbeck_NET_OK.jpgEstudos reforçam evidências em câncer de próstata avançado e modernos inibidores de checkpoint são promessa em tumores de bexiga. Em câncer renal, os resultados do estudo ASSURE decepcionaram. O oncologista Igor Morbeck (foto), do Grupo Brasileiro de Tumores Urológicos (GBTU), comenta o que marcou o panorama geniturinário em 2015.

O estudo STAMPEDE, apresentado na ASCO 2015, pode se transformar no novo padrão em câncer de próstata metastático ou localmente avançado. A adição de docetaxel à terapia hormonal padrão aumentou a sobrevida global por um período médio de 10 meses em homens com câncer de próstata avançado recém-diagnosticados, sem tratamento prévio com terapia hormonal (77 meses versus 67 meses). Para o subgrupo de pacientes com doença metastática, o benefício foi ainda maior, de 22 meses (65 meses vs 43 meses). Docetaxel também estendeu o tempo de recaída em 38%, em todos os pacientes. O STAMPEDE corrobora as conclusões do CHAARTED, apresentado na ASCO em 2014 e publicado no New England em 2015. A partir dessas evidências, o docetaxel deve ser oferecido aos pacientes metastáticos e de alto risco, como parte do tratamento inicial em associação com a deprivação androgênica.
 
Em meio às inovações no tratamento do câncer de próstata, avanços no contexto brasileiro, com a reunião do I Consenso Brasileiro em Câncer de Próstata Avançado, que em breve será publicado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
 
O painel geniturinário também vive a expectativa da moderna imunoterapia. O Congresso europeu apresentou o anti PD-L1 avelumab em estudo de Fase I com 44 pacientes refratários à terapia com platina, alcançando doença estável em 19 pacientes, seis respostas parciais e uma resposta completa.
 
Outro anti PD-L1 apresentado em Viena foi o atezolizumab, avaliado em 316 pacientes com câncer de bexiga refratários à terapia com platina. Atezolizumab demonstrou benefícios em todos os subgrupos, com respostas superiores em pacientes com alta expressão de PD-L1.
 
No câncer renal, entusiasmo e decepção. Robert Motzer e colaboradores recém-publicaram no Lancet (vol 16, nº 15, Nov/2015) os resultados do estudo de Fase II que avaliou lenvatinibe e everolimus, ou a sua combinação, como tratamento de segunda linha em pacientes com carcinoma de células renais metastático. Foram incluídos 153 pacientes que progrediram ao tratamento com inibidores de VEGFR, randomizados 1:1:1 para receber levantinibe como agente único, everolimus, ou o esquema de combinação lenvatinib mais everolimus. A combinação prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão em comparação com everolimus isoladamente (14,6 meses vs 5,5 meses; [HR 0,40, IC 95%; p=0·0005), mas não em comparação com lenvatinibe sozinho (7,4 meses [HR 0,66, IC 95%; p=0,12). O uso de lenvatinibe como agente único prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão em comparação com everolimus sozinho (HR 0,61, IC 95%; p=0·048). Um estudo mais aprofundado, de fase III, com o levantinibe está justificado para esta população de pacientes.
 
O FDA aprovou há poucas semanas o nivolumab para pacientes com carcinoma de células renais metastático, após falha de algum TKI. Baseado no estudo de fase III CHECKMATE-025, o nivolumab reduziu o risco de morte frente ao everolimus em 27%, representando um aumento na sobrevida global mediana de 5,4 meses. A taxa de resposta, objetivo secundário deste estudo, amplamente favoreceu a imunoterapia em comparação ao everolimus (21,5% vs 3,9%).
 
Já o estudo ASSURE, apontado como um dos destaques do 2015 Genitourinary Cancers Simposium, decepcionou e não alcançou os desfechos de sobrevida. Os resultados da análise final mostram que sorafenibe ou sunitinibe não melhoram a sobrevida no câncer renal localmente avançado, em cenário adjuvante. O prazo médio de recorrência foi semelhante entre os que receberam as drogas após a cirurgia (5,6 anos) e aqueles tratados com placebo (5,7 anos).
 
A despeito dos resultados considerados frustrantes, a redução da dose aumentou as taxas de adesão ao tratamento e esta descoberta pode ter relevância em outros cenários.
 

 


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