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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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A fotografia do câncer de pulmão no Brasil

Luiz Henrique de Lima Araujo NET OK 4Pesquisadores brasileiros revisaram a situação atual da prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão no país. Publicada no Jornal Brasileiro de Pneumologia, a revisão aborda diversos aspectos como controle do tabagismo, educação dos pacientes, desconhecimento por parte dos pacientes, diagnóstico tardio e desigualdade de acesso ao tratamento de câncer no Brasil, e propõe estratégias para superar essas limitações. O oncologista Luiz Henrique Araújo (foto), primeiro autor do artigo e médico do Americas Oncologia e do INCA, comenta o trabalho.

Por Luiz Henrique Araújo

Em colaboração com membros do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) e do Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), publicamos este mês uma extensa revisão do cenário do câncer de pulmão no Brasil. Este trabalho revelou importantes questões que merecem uma abordagem sistemática e estratégica para otimizar o controle desta doença.

De nota, nosso levantamento mostra importantes limitações na abordagem do câncer de pulmão, como a falta de dados científicos locais de qualidade, a necessidade de conscientização sobre a doença, a disparidade no acesso à informação, exames e tratamento, o diagnóstico tardio e a necessidade de controle do tabagismo. Entre estas questões, abordamos a dificuldade no acesso a procedimentos diagnósticos precisos, que aliado ao estigma do diagnóstico e a um possível confundimento com outras doenças benignas do pulmão (como a própria tuberculose), contribuem para um diagnóstico frequentemente tardio da doença.

É comum que o diagnóstico ocorra já em estágios avançados, em um momento em que o performance status já está comprometido o suficiente para impedir o uso de estratégias de tratamento mais eficazes.

O acesso a programas completos de tratamento é limitado, tanto do ponto de vista de abordagem cirúrgica, quanto de serviços especializados de radioterapia e oncologia clínica. Neste cenário, se destaca um gap crescente de acesso a novos medicamentos, que tem custo cada vez mais elevado, por vezes proibitivos. É o caso das terapias-alvo e imunoterapias. Com frequência, observamos um atraso de anos entre a aprovação destes medicamentos em países com mais recursos e o acesso aos pacientes brasileiros. Mesmo dentro do país, há uma enorme discrepância entre o que é disponibilizado para os pacientes que tem acesso a planos de saúde em detrimento dos pacientes que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde.

Outro ponto de relevância é o papel da pesquisa clínica no país. Tema polêmico, nosso trabalho mostra como a pesquisa clínica pode ser uma importante ferramenta de acesso a terapias modernas em um cenário de limitações de recursos, bem como de treinamento médico no manejo de novas terapias. Estimular o desenvolvimento da pesquisa clínica e de colaborações internacionais são pontos de ação destacados em nosso estudo.

Em suma, existe muito trabalho pela frente para controlar o impacto do câncer de pulmão no país. Medidas de ação são descritas em nosso trabalho, que devem direcionar os esforços das peças envolvidas nesta luta. Neste sentido, a participação de médicos, pacientes, representantes do governo, entre outros, deve ser ativa.

Para ler a íntegra do artigo de revisão, clique aqui.

 

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