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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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Geparsepto: nab-paclitaxel no câncer de mama inicial

maira_tavares_AMO_NET_OK.jpgO GeparSepto buscou avaliar se nab-paclitaxel semanal também poderia aumentar a proporção de pacientes com câncer de mama inicial com resposta patológica completa em comparação com o uso semanal de paclitaxel numa base de solvente, ambos seguidos de epirrubicina e ciclofosfamida como tratamento neoadjuvante. A oncologista Maíra Tavares (foto), da clínica AMO, em Salvador, Bahia, analisou o estudo com exclusividade para o Onconews.

O esperado estudo alemão, Geparsepto, que foi apresentado no San Antonio Breast Cancer Symposium em 2014, teve sua recente publicação na última edição do Lancet Oncology, em março de 2016. Trata-se de um estudo de fase 3 que randomizou cerca de 1200 pacientes com câncer de mama localmente avançado para tratamento neoadjuvante com nab-paclitaxel (ligado a albumina) ou paclitaxel convencional por 12 semanas, ambos os grupos seguidos de epirrubicina e ciclofosfamida.

O estudo foi positivo para o seu objetivo primário que foi maior taxa de resposta patológica completa (pCR) para o grupo do nab-paclitaxel: 38% vs 29% HR: 1.53 p < 0,001. Este benefício se deu às custas maior toxicidade, em especial, a neuropatia periférica: 84% vs 65% qualquer grau e 10% vs 3% para graus 3 e 4 p< 0,001.
 
Nos últimos anos, diversos trials têm utilizado a resposta patológica completa como um endpoint substituto para sobrevida. Esta premissa é secundária a metánalises e estudos individuais retrospectivos que mostram esta relação apenas em subgrupos específicos com doença agressiva: pacientes triplo-negativos e HER2-positivos. No estudo Geparsepto, a população estudada foi extremamente heterogênea, com quase metade dos pacientes com doença luminal, na qual não há até o momento relação direta entre pCR e sobrevida. Tanto assim, que na análise de subgrupo o benefício destes pacientes não obteve significância estatística, enquanto que o subgrupo triplo-negativo foi o que obteve maior impacto na pCR com o uso de nab-paclitaxel: 48% vs 26%. Portanto, são nos pacientes triplo-negativo que talvez o nab-pclitaxel tenha algum papel.
 
O câncer de mama triplo-negativo é uma doença com poucas opções terapêuticas e com um prognóstico destoante dos outros subtipos de câncer de mama. Por este motivo, novos tratamentos que tenham algum benefício nestes pacientes são sempre bem-vindos. Entretanto, ainda não podemos considerar este estudo para uma mudança na prática clínica, pois não temos dados para comprovar que este aumento na pCR vai impactar em sobrevida. Estudos recentes advogam inclusive, que apenas grandes aumentos na pCR podem afetar curvas de sobrevida.
 
Os endpoints de sobrevida do Geparsepto são esperados para 2018 após um follow up mais longo. Como ainda não temos esta droga disponível no Brasil, exceto em protocolos de pesquisa, teremos tempo para aguardar estes resultados, assim como novos trials que associem, por exemplo, a platina e o nab-paclitaxel na neoadjuvância.              
Referência: Nab-paclitaxel versus solvent-based paclitaxel in neoadjuvant chemotherapy for early breast cancer (GeparSepto—GBG 69): a randomised, phase 3 trial

 

Leia mais: GeparSepto: nab-paclitaxel aumenta taxa de resposta completa no câncer de mama inicial 

 

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