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AtualizadoQui, 25 Abr 2024 4pm

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Daichii Sankyo

 

Destaques da ASCO GU

ricardo_caponero.jpgUma vantagem de simpósios como a ASCO GU é ter mais tempo para discutir tópicos específicos, com maior riqueza de detalhes, o que não seria possível em um congresso que abarca toda a oncologia clínica. Confira a análise do oncologista Ricardo Caponero (foto) sobre os principais destaques do evento.

A ASCO-GU pega muita gente de surpresa no Brasil porque acontece logo no início de janeiro, quando muitos ainda estão de férias, ou reacelerando sua vida profissional após as festas de final de ano.
 
Como acontece com os outros eventos da ASCO, fora do congresso anual (de junho), não se esperam trabalhos de grande impacto, que mudem nossa conduta cotidiana. Esses ainda são reservados para o encontro anual. O que se tem nesses simpósios é mais tempo para discutir tópicos específicos, com uma maior riqueza de detalhes, o que não seria possível no congresso que abarca toda a oncologia clínica.
 
A grande vantagem é que o congresso já é dividido por temas, com todas as apresentações agrupadas em assuntos específicos, um dia (ou período) para cada grande tópico da oncologia geniturinária.
 
As neoplasias do pênis, que sempre tiveram uma representação muito pequena, já que as publicações vêm quase sempre de países em desenvolvimento e tem pouco interesse para o público americano, vem aumentando sua importância. Dois trabalhos fazem uma boa avaliação do status quo. Matthew Mossanen (abstr. 492) e Andrew Franklin (abstr. 495) apresentam revisões sobre o assunto e uma análise ampla de uma base de dados nacional e traçam um excelente perfil de como a doença tem sido tratada, com um incremento no uso da quimioterapia.
 
Quanto às neoplasias de células germinativas, as dificuldades permanecem nos extremos do quadro clínico, a doença precoce e a doença metastática refratária à quimioterapia inicial. Na doença inicial o uso da assinatura gênica é uma busca a mais para tentar estabelecer um fator prognóstico mais acurado do que o TNM. Jeremy Howard Lewin et cols. (abstr. 493) exploram essa possibilidade com algum sucesso, mas sem chegar a um resultado definitivo que mude a prática diária.
 
Na doença avançada, Andrea Necchi, et al. (abstr 480) mostraram a eficácia do brentuximabe vedotin, mas infelizmente com o rápido desenvolvimento de resistência. Nenhum outro progresso marcante foi apresentado, mas novos alvos terapêuticos estão sendo avidamente pesquisados, como mostrou Aditya Bagrodia, et al. (abstr. 473).
 
O espaço maior do congresso ainda é para o câncer de próstata, com discussão separada para a doença avançada e para o tratamento inicial. Na doença avançada ainda se procura entender melhor a biología da doença e como aconteceu em mama, pulmão e colorretal, constatar que não se pode tratar o adenocarcinoma de próstata como uma única doença. Theodore Stewart Gourdin, et al. (abstr. 174) analisou o genoma todo em células tumorais circulantes, num método promissor, já que a presença dessas células já havia sido caracterizada como um importante fator prognóstico.
 
Para quem gosta de evidência, Allan Ramos-Esquivel, et al. (abstr. 188) fizeram uma meta-análise dos 3 estudos com o emprego da quimioterapia no tratamento inicial da doença metastática (ECOG 3805 (CHAARTED), GETUG-AFU 15 e o subgrupo com doença metastática no estudo STAMPEDE). O resultado é o óbvio, mas fica o registro da evidência de uma meta-análise (Nível de evidência 1).
 
Na doença localizada o que chamou mais a atenção foram os novos esquemas de fracionamento da radioterapia, com um crescente uso do hipofracionamento, como o importante estudo de fase III, o RTOG 0415 (abstr. 1). Isso é um problema no Brasil, onde o tratamento radioterápico ainda é pago por campos de aplicação e, menos campos ou menos dias, tendem a reduzir o ganho, favorecendo os tratamentos longos. Algo precisa ser revisto em nosso meio, ou esses ganhos para o paciente nunca chegarão por aqui.
 
O uso da terapia endócrina concomitante à radioterapia, embora pareça bem estabelecido, ainda é explorado em termos do tipo da terapia endócrina e duração da mesma. O estudo RTOG 9601 (abstr. 3) demonstra ganhos significativos com o uso da bicalutamida.
 
Houve pouca coisa nova em termos da mutação AR-V7, cuja análise ainda permanece fora da prática diária (Himanshu Joshi et al. abstr. 109), embora análises mais amplas do genoma pareçam muito interessantes mesmo na doença localizada (Sanjay Aneja, et al. abstr. 114).
 
No carcinoma de células renais predominam desdobramentos e subanálises de imunoterapia, antiangiogênicos, combinações de drogas e a busca por novos agentes. Nada de muito relevante foi apresentado.
 
Por fim, quanto ao carcinoma urotelial, esse parece ser um mais um campo para a imunomodulação. Jean H. Hoffman-Censits, et al. (abstr. 355) mostraram os resultado do atezolizumabe (MPDL3280A) que como em outros contextos, não parece ser muito expressivo em volume de respostas, mas na duração das mesmas.
 
 

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