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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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IGCS: highlights no câncer ginecológico

Graziela_NET_OK.jpgGraziela Dal Molin (foto), oncologista clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes (COAEM), da Beneficência Portuguesa de São Paulo, e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG) participou do 16º congresso da International Gynecologic Cancer Society (IGCS 2016), que aconteceu entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro, em Lisboa, Portugal, e comenta com exclusividade o que foi destaque no encontro.

Câncer de ovário
 
Sobre o câncer de ovário foi apresentada metanálise do estudo EORCT e CHORUS, que avalia quimioterapia neoadjuvante versus citorredução primária em tumores avançados.1 A metanálise combinou 1220 pacientes, com seguimento de 7,6 anos, sendo 68,1% dos pacientes em estádio IIIC e 18,9% em estádio IV. Pacientes com estádio IV tiveram maior sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) com quimioterapia neoadjuvante versus cirurgia (HR 0,77 e 0,76, p<0,01 para ambos).  Na população estádio IIIC com doença metastática <5cm, o braço com citorredução teve melhor SLP e SG com tendência a ganho (HR 1,34 e HR 1,26; p=0,002 e 0,009, respectivamente). Contudo, vale ressaltar críticas do estudo, como tempo cirúrgico e a radicalidade da cirurgia realizada.
 
Ainda em relação ao câncer de ovário, o estudo observacional OTILIA buscou avaliar segurança, eficácia e qualidade de vida com bevacizumabe na população idosa.O trabalho incluiu 713 pacientes com uso de bevacizumabe em primeira linha associado com carboplatina e paclitaxel. A mediana de exposição ao bevacizumabe foi de 13,6 meses. A SLP foi semelhante na população acima de 70 anos e abaixo de 70 anos, de 20,2 e 22,6 meses, respectivamente. Os efeitos colaterais foram semelhantes nos pacientes acima e abaixo de 70 anos, bem como a melhora em qualidade de vida avaliada por questionários em ambas populações.
 
Um estudo aguardado com expectativa  neste congresso foi o TRINOVA-3/ENGOT-OV-2/GOG 3001, fase III de trebananib associado à carboplatina e paclitaxel em tratamento de primeira linha de tumores ovarianos. Contudo, o estudo foi negativo, sem melhora em SLP e SG para o braço experimental.3
 
Sobre análise de biomarcadores, estudo avaliou a expressão de PD-1, PDL-1 e IFN gama em 215 amostras de diferentes histologias de tumores ovarianos (baixo grau n=11, seroso alto grau n=92, mucinoso n=61, endometrioide n=39, células claras n=10).4 Houve correlação significativa com PD-L1 e expressão de IFN gama em todas as histologias (p<0,001). Tanto a expressão de PD-1 como de PD-L1 se correlacionaram com maior grau histológico. No entanto, somente a alta expressão de PD-1 foi associada com dramática piora na SLP (p=0,0027) e SG (p=0,003).
 
Câncer de endométrio
 
Quanto aos tumores de endométrio, foi apresentado um estudo do MD Anderson Cancer Center sobre linfonodo sentinela (LNS) em tumores endometriais de alto grau.5 Foram avaliadas 100 pacientes de alto grau, estádio III, estadiadas com PET-CT, que realizaram LNS seguido de linfadenectomia. Pacientes com doença peritoneal foram excluídas. Pelo menos 1 LNS foi identificado em 90% das pacientes, detecção bilateral em 57% e unilateral em 43% das pacientes. Em 22 pacientes (22%) foram vistos linfonodos positivos. Em 2/22 o LNS não foi identificado. Das 20 pacientes com LNS identificado, o LSN foi positivo em 19. A sensibilidade do LNS foi de 95% (19/20 pacientes) e a especificidade de 100% (70/70).  Este estudo suporta o uso de técnica de LNS em pacientes com câncer endometrial.
 
Câncer do colo do útero
 
No câncer de colo do útero foi apresentada avaliação de toxicidade e efeitos colaterais do estudo EORTC 55994, que incluiu pacientes IB2 a IIB para quimioterapia neoadjuvante seguida de histerectomia radical ou quimioradioterapia padrão.6 O estudo terminou a inclusão de pacientes em junho de 2014, totalizando 626 pacientes. Não foram reportadas mortes relacionadas ao tratamento. A toxicidade foi maior no braço de quimioterapia neoadjuvante, contudo manejável, com somente 6,5% das pacientes com necessidade de descontinuação do protocolo por toxicidade. Complicações relacionadas à cirurgia de graus 3 ou 4 foram observadas em menos de 5% das pacientes. Análises de sobrevida ainda são aguardadas.
 
Ainda no câncer cervical, um estudo francês avaliou o estadiamento paraaórtico por via laparoscópica em tumores cervicais avançados que foram estadiados com PET-CT.7 Trata-se de um estudo prospectivo com 240 pacientes submetidas à linfadenectomia paraaórtica laparoscópica. A mediana de linfonodos removidos foi de 15, e somente um paciente precisou de conversão para laparotomia. Em 22 pacientes (9%) houve envolvimento nodal (PET-CT com falso negativo), com 10 pacientes com metástases menores de 5mm. Quando o PET-CT mostrou captação em linfonodos pélvicos, a taxa de falsos negativos foi de 18% (16/88 pacientes). No entanto, quando o PET-CT não mostrou captação em linfonodos pélvicos, a taxa de falso negativo foi de 4% (6/152 pacientes). O estudo concluiu que na era do PET-CT a linfadenectomia paraórtica laparoscópica é benéfica às pacientes.
 
Referências:
 
1. Meta-analysis of the randomized EORTC and CHORUS neoadjuvant versus primary debulking trials in advanced tubo-ovarian câncer. I Vergote, C Coens et al.
 
2. Patient-reported outcomes in elderly bevacizumab-treated primary ovarian câncer patients: OTILIA study on behalf of the North-Eastern German Society of Gynaecological oncology (NOGGO). J Sehouli, P Wimberger et al.
 
3.TRINOVA-3/ENGOT-ov-2/GOG-3001: a randomized, Double-blind phase 3 study of trebananib plus carboplatin/paclitaxel as first-line treatment in advanced ovarian câncer. I Vergote.
 
4.PD-1 and PD-L1 expression in ovarian câncer. V Wieser, I Gaugg et al.
 
5. Sentinel lymph node mapping accurately identifies positive nodes in women with high risk endometrial câncer: a prospective validation Trial. P. Soliman, S Westin et AL.
 
6. Toxicity and SAE´S from EORTC 55994 comparing neoadjuvant chemotherapy followed by surgery to chemoradiation for locally advanced cervical câncer. G Kenter, I van Luijk et al.
 
7. Para-aortic staging surgery by a laparoscopic approach for locally advanced cervical câncer in the era of PET. S Gouy, V Seebacher et al.
 

 

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