28032024Qui
AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Destaques

Últimas Notícias

IASLC incorpora nova medida histológica na 9ª classificação TNM do câncer de pulmão

IASLC incorpora nova medida histológica na 9ª classificação TNM do câncer de pulmão

A propagação pelos espaços aéreos (STAS) consiste em células tumorais de câncer de pulmão que são identificadas além da borda do tumor principal no parênquima alveolar circundante. Dados de Travis, WD et al. publicados no Journal of Thoracic Oncology apoiam a recomendação de incluir STAS como descritor histológico na 9ª edição da Classificação TNM do câncer de pulmão.

Leia Mais

DESTINY-Lung01: trastuzumabe deruxtecana no CPCNP metastático com superexpressão de HER2

DESTINY-Lung01: trastuzumabe deruxtecana no CPCNP metastático com superexpressão de HER2

No estudo DESTINY-Lung01, análise primária das coortes de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com superexpressão de HER2 mostrou atividade promissora do conjugado de anticorpo-medicamento (ADC) trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi Sankyo, AstraZeneca) nessa população de pacientes. É o que relatam Jänne, Smit e colegas em artigo publicado na edição de abril do Lancet Oncology.

Leia Mais

Estudo descreve 15 anos de QT neoadjuvante com docetaxel no adenocarcinoma esofágico

Estudo descreve 15 anos de QT neoadjuvante com docetaxel no adenocarcinoma esofágico

Estudo de Tankel et al., que analisou 15 anos de resultados de uma rede regional de câncer gastrointestinal superior, mostra que os regimes FLOT (fluorouracil, leucovorina, oxaliplatina e docetaxel) e DCF (docetaxel, cisplatina e 5-fluorouracil) proporcionaram resultados significativos no adenocarcinoma esofágico quando combinados com a ressecção transtorácica em bloco, com sobrevida global em 5 anos de 50,0% e 59,7%, respectivamente. A íntegra do artigo está no Annals of Surgical Oncology.

Leia Mais

NATALEE: Ribociclibe mais terapia endócrina mostra resultados no câncer de mama inicial

NATALEE: Ribociclibe mais terapia endócrina mostra resultados no câncer de mama inicial

A associação de ribociclibe e terapia endócrina melhorou significativamente a sobrevida livre de doença invasiva em pacientes com câncer de mama HR+/HER2− com doença inicial estágio II e III. Os resultados são do estudo randomizado de Fase 3 NATALEE e foram publicados na New England Journal of Medicine (NEJM), em artigo com participação do oncologista Carlos Barrios (foto).

Leia Mais

Últimas Notícias

Estudo de mundo real confirma aumento da incidência de câncer de início precoce

Estudo de mundo real confirma aumento da incidência de câncer de início precoce

Dados de estudos populacionais demonstram aumento na incidência de certos tipos de câncer em pacientes com menos de 50 anos, configurando o chamado câncer de início precoce. Análise de Ribelle et al. com dados de mundo real mostra mudanças geracionais na incidência de diversas neoplasias, com resultados que reforçam o alerta para a excessiva carga de câncer em adultos jovens.

Leia Mais

Atualização Científica

Combinação de tremelimumabe + durvalumabe e quimioterapia é aprovada como primeira linha no CPCNPm

Combinação de tremelimumabe + durvalumabe e quimioterapia é aprovada como primeira linha no CPCNPm

A combinação do anti CTLA-4 tremelimumabe (curso limitado) com o anti PD-L1 durvalumabe e 4 ciclos de quimioterapia baseada em platina melhorou significativamente a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão de pacientes com câncer de pulmão de células não pequ...

Leia Mais

Translocação entre os cromossomos 8 e 14, c-MYC e linfoma de Burkitt

Translocação entre os cromossomos 8 e 14, c-MYC e linfoma de Burkitt

Em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’, o oncologista Andre Murad (foto) aborda a associação entre a translocação entre os cromossomos 8 e 14, o gene c-MYC e o linfoma de Burkitt, câncer do sistema linfático de crescimento extremamente ráp...

Leia Mais

Coberturas Especiais 2024

TROPION-Lung01: Dato-DXd mostra eficácia no CPCNP não escamoso

TROPION-Lung01: Dato-DXd mostra eficácia no CPCNP não escamoso

Dados do estudo de fase 3 TROPION-Lung01 selecionados em poster no ELCC 2024 mostram que datopotamab deruxtecan (Dato-DXd) reduziu em 37% o risco relativo de progressão da doença ou morte versus docetaxel em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCN...

Leia Mais

Dose de RT no câncer de próstata de alto risco

Dose de RT no câncer de próstata de alto risco

Embora a organização do ASCO GU 2024 tenha destacado o estudo GETUG-AFU 18, o debate sobre o escalonamento da dose de radioterapia no câncer de próstata de alto risco merece análise mais detida. “Enquanto regimes como o do GETUG-AFU 18 continuam em utilização especial...

Leia Mais

MATTERHORN: FLOT + durvalumabe no câncer gástrico e JEG

MATTERHORN: FLOT + durvalumabe no câncer gástrico e JEG

Na primeira análise interina, o estudo global MATTERHORN mostrou uma melhoria estatisticamente significativa na resposta patológica completa (pCR) com durvalumabe + FLOT (5-fluorouracil, leucovorina, oxaliplatina e docetaxel) perioperatório versus placebo + FLOT em pa...

Leia Mais

Notícias

Novo diretor-geral quer reforçar o protagonismo do INCA

Novo diretor-geral quer reforçar o protagonismo do INCA


O oncologista Roberto de Almeida Gil assume a direção-geral do Instituto Nacional do Câncer (INCA) com metas bem definidas: reforçar o protagonismo do INCA não apenas na assistência oncológica, mas como formulador e executor de políticas públicas para a prevenção e con...

Leia Mais

Atividade física e dor em pacientes de câncer

Atividade física e dor em pacientes de câncer

A realização de atividade física pode proporcionar benefício analgésico, embora esse efeito seja mais estabelecido para dores não oncológicas do que para dores oncológicas. Agora, estudo publicado no periódico Cancer buscou avaliar a relação entre atividade física e res...

Leia Mais

8º Simpósio de Educação em Saúde

8º Simpósio de Educação em Saúde

O Hospital Amaral Carvalho realiza nos dias 09 e 10 de abril, em Jaú (São Paulo), o 8º Simpósio de Educação em Saúde. O objetivo é promover a atualização sobre os principais avanços voltados para as boas práticas assistenciais.

Leia Mais

Mais notícias

Radar

Simpósio discute câncer do colo do útero

Simpósio discute câncer do colo do útero

Em comemoração ao Dia Mundial da Prevenção do Câncer do Colo do Útero, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) promove no dia 26 de março o I Simpósio sobre Câncer do Colo do Útero do HC II. O encontro acontece nos formatos presencial e online.

Opinião & Análise

Como o câncer do colo do útero poderia ser reduzido no Brasil?

Como o câncer do colo do útero poderia ser reduzido no Brasil?

Em artigo, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer (INCA) discutem os desafios que o Brasil precisa enfrentar para avançar na eliminação do câncer do colo do útero, uma das estratégias globais defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)....

Estudos Clínicos

Onco-Genomas Brasil: mapeando o câncer no sistema público de saúde

Onco-Genomas Brasil: mapeando o câncer no sistema público de saúde

A oncologista Daniela Dornelles Rosa (foto), do Hospital Moinhos de Vento, é a principal investigadora do estudo Onco-Genomas Brasil, pesquisa que tem o apoio do Ministério da Saúde e busca mapear o cenário do câncer de mama e próstata no sistema púb...

Entrevistas

Novo diretor-geral quer reforçar o protagonismo do INCA

Novo diretor-geral quer reforçar o protagonismo do INCA


O oncologista Roberto de Almeida Gil assume a direção-geral do Instituto Nacional do Câncer (INCA) com metas bem definidas: reforçar o protagonismo do INCA não apenas na assistência oncológica, mas como formulador e executor de políticas públicas para a prevenção e controle do câncer. Graduado em medicina pela Escola Médica do Rio de Janeiro da Universidade Gama Filho, em 1977, fez especialização em Oncologia Clínica pelo INCA, concluída em 1981. Ainda no INCA, chefiou o Serviço de Oncologia Clín...

Leia Mais

Reportagens

Atividade física e dor em pacientes de câncer

Atividade física e dor em pacientes de câncer

A realização de atividade física pode proporcionar benefício analgésico, embora esse efeito seja mais estabelecido para dores não oncológicas do que para dores oncológicas. Agora, estudo publicado no periódico Cancer buscou avaliar a relação entre atividade física e resultados de dor em adultos com e sem histórico de câncer.

Leia Mais

Agende-se

8º Simpósio de Educação em Saúde

8º Simpósio de Educação em Saúde

O Hospital Amaral Carvalho realiza nos dias 09 e 10 de abril, em Jaú (São Paulo), o 8º Simpósio de Educação em Saúde. O objetivo é promover a atualização sobre os principais avanços voltados para as boas práticas assistenciais.

Leia Mais

Biblioteca de Artigos

Combinação de tremelimumabe + durvalumabe e quimioterapia é aprovada como primeira linha no CPCNPm

Combinação de tremelimumabe + durvalumabe e quimioterapia é aprovada como primeira linha no CPCNPm

A combinação do anti CTLA-4 tremelimumabe (curso limitado) com o anti PD-L1 durvalumabe e 4 ciclos de quimioterapia baseada em platina melhorou significativamente a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático (CPCNPm). Esses resultados embasaram a aprovação do esquema triplo pelas principais agências reguladoras mundiais, inclusive a Anvisa 2 , demonstrando a eficácia e a segurança dessa combinação como primeira linha de t...

Leia Mais

Drops de genômica

Translocação entre os cromossomos 8 e 14, c-MYC e linfoma de Burkitt

Translocação entre os cromossomos 8 e 14, c-MYC e linfoma de Burkitt

Em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’, o oncologista Andre Murad (foto) aborda a associação entre a translocação entre os cromossomos 8 e 14, o gene c-MYC e o linfoma de Burkitt, câncer do sistema linfático de crescimento extremamente rápido. Confira.

Leia Mais

Coberturas Especiais 2023

Pesquisa brasileira propõe mudança no tratamento de LMA em pacientes com mau prognóstico

Pesquisa brasileira propõe mudança no tratamento de LMA em pacientes com mau prognóstico

Pesquisadores brasileiros descobrem um novo subgrupo de pacientes com LMA resistente ao tratamento atual e propõem uma mudança na terapia para este grupo, com drogas já utilizadas no mercado. Diego Pereira Martins (foto) é o primeiro autor do estudo destacado no ASH 2023, em análise que descreve um novo subgrupo de pacientes com LMA. Os resultados refinam ainda mais a estratificação dos pacientes e fornecem alternativas de tratamento para o grupo com prognóstico mais sombrio.

Leia Mais

Esquema triplo mostra benefício de SLP no câncer de mama HER2+/ HR+

Esquema triplo mostra benefício de SLP no câncer de mama HER2+/ HR+

Estudo global de fase 2 apresentado no SABCS 2023 mostrou que o esquema triplo com zanidatamab (zani) + palbociclibe (palbo) + fulvestranto (fulv) cumpriu o endpoint primário e mostrou ganho de sobrevida livre de progressão aos 6 meses em pacientes com câncer de mama avançado HER2+/HR+, com perfil de segurança administrável. “Esses resultados apoiam o desenvolvimento de um novo regime de tratamento sem quimioterapia para essa população de pacientes”, destacam os pesquisadores.

Leia Mais

Brasileiros são premiados pelo melhor poster do ESMO 2023 em câncer de pulmão

Brasileiros são premiados pelo melhor poster do ESMO 2023 em câncer de pulmão

Estudo de pesquisadores brasileiros foi eleito o melhor poster do ESMO 2023 na categoria câncer de pulmão metastático.  O trabalho é uma revisão sistemática e meta-análise sobre eventos adversos neurocognitivos em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) tratados com o inibidor de TKI lorlatinib. O oncologista Thiago Madeira recebeu a premiação em nome do grupo de pesquisa, que tem como autora sênior a oncologista Maysa Silveira Vilbert, do Princess Margaret Cance...

Leia Mais

Avanços e seleção terapêutica em melanoma

Os recentes avanços no tratamento do melanoma metastático levaram a resultados sem precedentes, com maiores taxas de sobrevida e maior resposta objetiva. Agora, o arsenal terapêutico ganhou o reforço de drogas-alvo que inibem a via BRAF/MEK (vemurafenib,dabrafenib e trametinib), assim como evoluíram as opções de imunoterapia, da interleucina-2 (IL-2) aos modernos inibidores de checkpoint (ipilimumab, nivolumab e pembrolizumab).

Ampliar o leque de opções trouxe vantagens evidentes, mas também desafios. Definir o planejamento terapêutico no melanoma metastático ficou ainda mais complexo. Os especialistas recomendam que para eleger o melhor esquema é preciso definir a extensão da doença, avaliar o envolvimento do sistema nervoso central e de metástases viscerais, assim como considerar fatores relacionados a cada agente terapêutico, como a taxa de resposta clínica e o impacto na sobrevida a médio e longo prazo. Mas, mesmo diante do entusiasmo com tanta novidade, médicos e pacientes brasileiros ainda enfrentam restrições. “A grande maioria destes ativos ainda não tem registro e aprovação para uso rotineiro no Brasil e existe grande dúvida de como e quando isso acontecerá”, diz Alberto J. A. Wainstein, diretor científico do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM).

Para o especialista, o cenário se deve principalmente a questões relacionadas ao custo e não à eficiência ou aos resultados clínicos. “Entendemos que todas as implicações são importantes para o registro e disponibilização de medicamentos em qualquer país, mas nos preocupa como as autoridades regulatórias brasileiras misturam dados científicos de resultados clínicos com dados de custo-efetividade para desqualificar ou mesmo negar registros de novos medicamentos. Resultados científicos e clínicos são universais e devem ser reconhecidos sempre”, defende Wainstein. “Outra questão é se opaís tem ou não capacidade financeira de disponibilizar este acesso”, argumenta. 

Alvos terapêuticos

A descoberta de que as mutações BRAF estão presentes em mais da metade de todos os casos de melanoma (Davies et al,2002) levou ao desenvolvimento de drogas-alvo que ajudaram a reformular o panorama da doença.
 
A mutação BRAF é mais comumente vista no codão V600 (V600E e V600K) e diferentes agentes desenvolvidos para alvejar esse alvo foram aprovados pelas principais agências reguladoras internacionais.
 
Atualmente, o regime de combinação de dabrafenib (Tafinlar®) mais o inibidor de MEK trametinib (Mekinist®) tornou-se estratégia de tratamento padrão no melanoma metastático ou irressecável (Robert et al, 2015). Os dois agentes da GSK foram aprovados pelo FDA em maio de 2013. O duplo bloqueio (inibidor de BRAF + inibidor de MEK) se apresenta como estratégia terapêutica superior com base em recentes ensaios de fase III que subsidiaram o FDA na indicação de dabrafenib e trametinib como esquema de combinação aprovado em pacientes de melanoma com mutação BRAF.
 
“Infelizmente, apesar da grande demanda de pacientes e necessidades médicas, ainda não temos registrados e disponíveis no Brasil nenhum inibidor do MEK. Isso torna muito limitado o acesso de pacientes a estas medicações e o uso de combinações. Apesar de importantes, este acesso está restrito a pacientes que podem pagar e importar estes medicamentos o que é uma grande minoria na população brasileira”, diz Wainstein. 

Imunoterapia

Além das drogas-alvo, avanços importantes foram feitos em estratégias de imunoterapia. Até 2011, a interleucina 2 (IL-2) era o tratamento de escolha para pacientes com melanoma metastático, a despeito das modestas taxas de resposta objetiva, que ocorrem em menos de 20% dos pacientes tratados, e do perfil de toxicidade, que exige a administração de IL-2 em ambiente hospitalar.
 
Na última década, grande evolução acompanhou o tratamento do melanoma, em particular com a chegada da imunoterapia anti CTLA-4 e anti PD-1, representada por inibidores seletivos, os inibidores de checkpoint ipilimumamb (Yervoy®, da Bristol-Myers Squibb), pembrolizumab (Keytruda®, da Merck), e nivolumab (Opdivo®, da Bristol-Myers Squibb), que demonstraram benefício clínico independentemente do status de BRAF, com toxicidade consideravelmente menor que a IL-2.
O desafio agora é determinar qual abordagem é mais adequada para cada paciente com mutação BRAF. 

Inibidores de BRAF

Estudos com vemurafenib (Zelboraf®, da Roche) foram os primeiros a demonstrar respostas objetivas.
Chapman et al, 2011, e Hauschild et al, 2012, coordenaram os dois ensaios de fase III que compararam vemurafenib (960 mg por via oral duas vezes por dia) e dabrafenib (150 mg por via oral duas vezes por dia) com dacarbazina. Os resultados confirmaram os benefícios da combinação.  A sobrevida global foi de 84% no grupo vemurafenib e de 64% no braço tratado com dacarbazina. Na análise de Chapman e colegas, o uso de vemurafenib foi associado com uma redução relativa de 63% no risco de morte e de 74% no risco de progressão da doença, em comparação com a dacarbazina (P <0,001). As taxas de resposta foram de 48% para vemurafenib e de 5% para dacarbazina.
 
“Atualmente, os protocolos que avaliam e avaliaram as combinações de inibidores do BRAF em associação com inibidores da MEK mostram melhores respostas terapêuticas, bem como um perfil de toxicidade muito menor, tornando a combinação o tratamento padrão frente a drogas alvo moleculares isoladas”, explica Wainstein.
 
Hauschild e colaboradores avaliaram 733 pacientes com melanoma avançado. Desse universo, 250 foram aleatoriamente designados para receber ou dabrafenib (187 pacientes) ou dacarbazina (63 pacientes).  O estudo demonstrou ganho de sobrevida livre de progressão com dabrafenib (5,1 mês) na comparação com dacarbazina (2,7 meses).
 
Outro a avaliar o uso de vemurafenib foi o ensaio BRIM-3 (McArthur et al, 2014), que novamente confirmou a superioridade do novo agente:  57% dos pacientes tratados com vemurafenib tiveram resposta objetiva, contra apenas 9% dos pacientes que receberam dacarbazina. A mediana de sobrevida global (SG) também foi superior com vemurafenib em comparação com dacarbazina (13,6 meses versus 9,6 meses), assim como a sobrevida livre de progressão (6,9 meses vs 1,6 mes). A taxa de risco (HR) foi de 0,70 (P = 0,0008) para vemurafenib em comparação com dacarbazina. Na análise de subgrupo, as taxas de resposta e a mediana de SG foram maiores para os pacientes com doença M1a e M1b, indicando que pacientes com acometimento metastático cutâneo ou linfonodal exclusivo têm maior benefício, enquanto a taxa de resposta e o aumento de sobrevida no braço tratado com dacarbazina foram mais evidentes em pacientes com fatores de mau prognóstico, como elevados níveis de lactato desidrogenase (LDH) e / ou metástase visceral (M1c).
 
“A bioquimioterapia é um esquema terapêutico que mostrou resultados concretos e sustentados em pacientes com melanoma metastático. Atualmente perdeu importância frente às novas imunoterapias e drogas alvo-moleculares. Entretanto, ainda existem casos em que poderia ser indicada”, observa o GBM.
Dados atualizados do estudo de fase 3 BREAK-3 mostraram resultados semelhantes para dabrafenib, com taxa de resposta objetiva de 50%, mediana de SLP de 6,9 ​​meses, e mediana de SG de 18,2 meses.
 
Ambos, vemurafenib e dabrafenib, demonstraram atividade em metástases cerebrais, que ocorrem em mais de um terço dos pacientes com melanoma avançado. O estudo de fase II com dabrafenib (BREAK-MB) apresentou taxa de resposta de 39,2% em metástases intracranianas em pacientes sem tratamento prévio e em 30,8% dos pacientes previamente tratados com cirurgia ou radioterapia. A mediana de duração de resposta foi de 4,7 meses e 6,6 meses, respectivamente, com mediana de sobrevida global de 7,7 meses e 7,3 meses. 

Inibidores de MEK

MEK 1 e 2 são proteínas quinases em atividade no interior da via MAPK que são ativadas pela mutação BRAF. Intervir nessas vias é uma instigante estratégia terapêutica e foi esse o objetivo do ensaio METRIC, que avaliou o uso de trametinib em pacientes com melanoma BRAF V600E. Trametinib é um inibidor seletivo de MEK1/2, que no estudo METRIC foi comparado com dacarbazina ou paclitaxel. O estudo demonstrou resposta objetiva em 22% dos pacientes versus 8% dos pacientes submetidos à quimioterapia. A mediana de sobrevida livre de progressão também favoreceu o braço tratado com trametinib (4,8 meses; P <0,0001), assim como a sobrevida global (P = 0,01).
 
A segurança e eficácia do trametinib também foram avaliadas no estudo de Faherty e colegas, desta vez em comparação com dabrafenib. “No entanto, na prática clínica, o uso de trametinibe como agente único é limitado devido aos resultados superiores observados com inibidores de BRAF nesta população de doentes”, lembra Wainstein.

Embora vemurafenib e dabrafenib sejam bem tolerados em administração contínua, toxicidades podem levar à redução da dose ou a descontinuação do uso em 28% a 38% dos pacientes. Artralgias são mais frequentemente observadas com vemurafenib e febre mais presente com o uso de dabrafenib, além de eventos como fadiga, náuseas, vômitos e dor de cabeça associados indistintamente aos dois agentes. A reação mais temida vem na forma de neoplasias secundárias, como queratoacantomas, carcinoma de células escamosas, novos melanomas primários, e em casos raros, outros tumores malignos. 

Resistência

Parcela significativa dos pacientes com melanoma BRAF mutado tratados com inibidores de BRAF apresenta resistência intrínseca ou adquirida, em média de 6 a 8 meses de tratamento. No momento da progressão, a reativação da via MAPK é um achado comum. Estudo retrospectivo de Rizos e colegas mostrou que 79% dos pacientes com resistência apresentaram reativação da via MAPK, indicando benefícios com a combinação de inibidores de BRAF e MEK.
 
O benefício clínico desta associação foi recentemente confirmado em dois estudos de fase III comparando dabrafenib mais trametinib com qualquer agente único mais placebo, ou vemurafenib mais placebo.
 
Estes estudos mostraram taxas de resposta objetiva de 67% e 64%, respectivamente, assim como ganhos superiores de sobrevida global e sobrevida livre de progressão no braço tratado com a combinação.
 
“O mais promissor de todas estas novas opções e plataformas terapêuticas para o melanoma é que em todos os estudos sempre existe um subgrupo de pacientes que se beneficia com respostas melhores, mais longas e sustentadas. Isso confirma diversos resultados que mostram que o melanoma pode ser dividido em subgrupos de “melanomas”. O próximo passo é tentar exaustivamente caracterizar e estratificar estes subgrupos. Assim, pode-se definir a melhor opção terapêutica para cada um, de acordo com o perfil biológico, perfil molecular, expressão antigênica, metaloproteinases, interação com microambiente tumoral, eficiência em desenvolver vias moleculares alternativas e muitos outros critérios de seleção.
 
Por fim e mais importante, sempre deve ser lembrado que a maneira mais efetiva e barata de tratar o melanoma é o diagnóstico precoce. “Se não queremos empregar grandes estruturas e recursos nos tratamentos com doença metastática, precisamos investir na prevenção primária e principalmente secundária”, adverte Wainstein. 

MOC Algoritmos - Melanoma 

O surgimento de novas opções em terapia-alvo e imunoterapia ampliou o leque de opções, mas tornou mais complexo definir o planejamento de tratamento para melanoma avançado.
 
Para contribuir com a decisão da melhor escolha, os oncologistas Rafael Schmerling, Rodrigo Guedes, Erika Brandão e Antonio Carlos Buzaid, do Manual de Oncologia Clínica do Brasil (MOC Brasil) elaboraram o MOC Algoritmos – Melanoma, que ilustra as possibilidades de tratamento em diferentes cenários. Confira aqui.









 

 



 

 

 





 




 


Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
Publicidade
INTEGRAL HOME CARE
banner_assine_300x75.jpg

Opinião & Análise

Como o câncer do colo do útero poderia ser reduzido no Brasil?

Como o câncer do colo do útero poderia ser reduzido no Brasil?

Em artigo, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer (INCA) discutem os desafios que o Brasil precisa enfrentar para avançar na eliminação do câncer do colo do útero, uma das estratégias globais defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Para reduzir amplamente ou eliminar o câncer do colo do útero como um problema de saúde pública, é necessário a combinação de uma série de ações simultâneas de prevenção primária, rastreio, diagnóstico e tratamento”, defendem.

Leia Mais

Publicidade
300x250 ad onconews200519

Radar

Simpósio discute câncer do colo do útero

Simpósio discute câncer do colo do útero

Em comemoração ao Dia Mundial da Prevenção do Câncer do Colo do Útero, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) promove no dia 26 de março o I Simpósio sobre Câncer do Colo do Útero do HC II. O encontro acontece nos formatos presencial e online.

Leia Mais