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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

Coberturas Especiais

Estudo da ASCO chama a atenção para o câncer e a saúde ocupacional

Vladmir_NET_OK.jpgO estudo MAPS-21 apresentado na ASCO pelo grupo francês (LBA 8507) trouxe um pouco de alento para o cenário do mesotelioma maligno de pleura, ao mesmo tempo em que serviu de novo alerta para evidenciar a tragédia da exposição ao amianto (asbesto), que persiste no Brasil como uma das mais perversas subnotificações no âmbito da saúde ocupacional. 

{jathumbnail off}“O que a gente imagina é que o problema seja bem maior do que mostram os registros e que, portanto, supere o número de casos que realmente vão parar nos centros brasileiros. Grande parte desses pacientes não chega a ser atendida em instituições que poderiam de fato subsidiar os registros. Existe um desvio”, diz Vladmir Cláudio Cordeiro de Lima, oncologista do AC Camargo Cancer Center e membro do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT).

O relato do oncologista conta mais uma história que parece esquecida do cotidiano nacional. O Brasil é um dos poucos países do mundo onde ainda existe a mineração de asbestos. A relação causal entre mesotelioma maligno e exposição ocupacional, doméstica e ambiental ao asbesto foi descrita pela primeira por Wagner et al2., em estudo de caso publicado em 1960. Nas décadas seguintes, novos dados corroboraram evidências, mas poucos avanços foram incorporados ao tratamento dos pacientes. “É um tumor de incidência rara, mas fortemente associado à saúde ocupacional. Esses trabalhadores acabam contaminando suas famílias, a doença está ali, latente, e depois evolui com um prognóstico sempre muito pobre”, diz.
 
A Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC) classifica o amianto como agente reconhecidamente carcinogênico (grupo I)3.­­­­­ Estudo do INCA4 publicado em 2014 na Revista Brasileira de Cancerologia mostra que 3718 mortes foram registradas no Brasil em consequência do mesotelioma maligno no período de 1980 a 2010, com variações por gênero  (Figura 1). O mesmo estudo também deixa claro que as curvas continuam em elevação (Figura 2).
 
A Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) denuncia a ausência de políticas de prevenção à exposição ao asbesto no Brasil, além de criticar a fragilidade da vigilância epidemiológica na área de saúde ocupacional. Unidades de produção de fibrocimento permanecem em atividade na Grande São Paulo e no município de Campinas, assim como a manipulação industrial de amianto continua nos estados de Goiás, Bahia e Piauí.

Figura_1.jpg 
Figura 1

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Figura 2

Referências

 
1 - Abstract LBA8507: Second- or third-line nivolumab (Nivo) versus nivo plus ipilimumab (Ipi) in malignant pleural mesothelioma (MPM) patients: Results of the IFCT-1501 MAPS2 randomized phase II trial. - Arnaud Scherpereel et al - Citation: J Clin Oncol 35, 2017 (suppl; abstr LBA8507)
 
2 - Wagner JC, Sleggs CA, Marchand P. Diffuse pleural mesothelioma and asbestos exposure in the north-western Cape Province. Br J Ind Med 1960; 17: 260-71.
 
3 - IARC. Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans: Asbestos. Volume 14, Disponível em: http://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol14/volume14.pdf 

4 - http://www.inca.gov.br/rbc/n_60/v03/pdf/03-artigo-mesothelioma-mortality-rate-in-brazil-1980-to-2010.pdf


Leia mais: MAPS-2: resultados iniciais da imunoterapia no mesotelioma

Imunoterapia para o mesotelioma maligno de pleura

ASCO 2017 

 

 

 

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