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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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ASCO GI 2022

KEYNOTE-590: resultados de longo prazo de pembrolizumabe na primeira linha do câncer de esôfago avançado

alexandre palladino inca bxNa análise interina do estudo de fase 3, randomizado, duplo-cego KEYNOTE-590, pembrolizumabe + quimioterapia mostrou eficácia como tratamento de primeira linha em pacientes com câncer de esôfago e junção esôfago-gástrica Siewert 1 não tratado, avançado/irressecável ou metastático. Agora, no ASCO GI 2022 foram apresentados os resultados de eficácia, segurança e qualidade de vida relacionada à saúde com mais 12 meses de acompanhamento. “A atualização confirma a superioridade em sobrevida global, sobrevida livre de progressão e taxa de resposta objetiva da combinação em comparação com a quimioterapia isolada”, afirma o oncologista Alexandre Palladino (foto), chefe da oncologia clínica do Hospital do Câncer I (INCA).

Foram elegíveis 749 pacientes, randomizados 1:1 para pembrolizumabe 200 mg ou placebo a cada 3 semanas (Q3W) por até 2 anos + quimioterapia. A randomização foi estratificada por região geográfica, histologia e performance status. O tratamento continuou até progressão da doença, toxicidade inaceitável, retirada ou 2 anos de tratamento. Não foi permitido o crossover.

Os endpoints primários foram sobrevida global (SG) em pacientes com adenocarcinoma ou carcinoma de células escamosas de esôfago (ESCC) e score de PD-L1 positivo combinado (CPS) ≥10; SG e SLP (RECIST v1.1; por INV) em ESCC PD-L1 CPS ≥10; e em todos os pacientes. Os endpoints secundários incluíram taxa de resposta objetiva (ORR), duração de resposta (DOR), segurança e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). A qualidade de vida foi avaliada em 711 pacientes tratados com avaliação da QVRS ≥1 (356 pembro + quimioterapia; 355 quimioterapia). O cutoff de dados foi 9 de julho de 2021.

Resultados

No cutoff de dados, o acompanhamento médio foi de 34,8 meses. A mediana de sobrevida global foi mais longa com pembro + quimioterapia vs quimioterapia em pacientes com ESCC CPS ≥10 (HR 0,59; IC 95%, 0,45-0,76), ESCC (HR 0,73; IC 95%, 0,61-0,88), CPS ≥10 (HR 0,64; 95% CI, 0,51-0,80), e em todos os pacietes (HR 0,73, 95% CI, 0,63-0,86). Em pacientes com adenocarcinoma, o hazard ratio de sobrevida global foi de 0,73 (95% CI, 0,55-0,99).

A taxa de SG em 24 meses em todos os pacientes foi de 26,3% vs 16,1%. A mediana de SLP foi mais longa com pembro + quimioterapia vs quimioterapia em ESCC (HR 0,65; IC 95%, 0,54-0,78), CPS ≥10 (HR 0,51; IC 95%, 0,41-0,65) e em todos os pacientes (HR 0,64; 95% CI, 0,55-0,75). A taxa de SLP em 24 meses em todos os pacientes foi de 11,6% vs 3,3%. ORR confirmado foi de 45,0% (25 CR [6,7%]) vs 29,3% (9 CR [2,4%]), com mediana de duração e resposta (DOR) de 8,3 vs 6,0 meses. Aproximadamente 20% vs 6% dos pacientes tiveram duração de resposta ≥24 meses.

As taxas de eventos (EAs) relacionados ao tratamento de grau 3-5 foram de 72% vs 68%. As taxas de descontinuação de EAs relacionados a medicamentos foram de 21% vs 12%. Não houve diferença significativa na mudança da mediana dos mínimos quadrados (LSM) do baseline até a semana 18 entre os braços no status de saúde global/qualidade de vida do EORTC QLQ-C30 (diferença LSM -0,10; 95% CI, -3,40-3,20). A mudança de LSM do baseline até a semana 18 foi melhor com pembro + quimioterapia vs quimioterapia para QLQ-OES 18 dor (-2,94; 95% CI, -5,86 a -0,02) e disfagia (-5,54; 95% CI, -10,92 a -0,16).

“Com mais 12 meses de acompanhamento, pembro + quimioterapia continuou a fornecer melhora clinicamente significativa na sobrevida global, sobrevida livre de progressão e taxa de resposta objetiva em comparação com a quimioterapia isolada, com um perfil de segurança gerenciável e qualidade de vida estável para pacientes com câncer de esôfago e EGJ avançado não tratado. Esses dados continuam a apoiar pembrolizumabe + quimioterapia como novo padrão de tratamento em primeira linha dessa população de pacientes”, destacam os autores.

Palladino observa que o benefício foi maior na população CPS > ou = 10, mas também foi observado na população global. “Fica claro que o benefício é maior em pacientes selecionados por CPS, e em parte o ganho na população global é influenciado pela presença de pacientes CPS positivos neste grupo”, avalia. 

Segundo o oncologista, em relação a indicação da combinação na prática diária, é preciso considerar alguns pontos. “Um fator importante, e que gera uma enorme discussão, é a necessidade ou não de seleção de pacientes por CPS, com o objetivo de ter um equilíbrio entre custo, benefícios e toxicidade”, diz. Outro fator apontado pelo especialista é a falta de homogeneidade na determinação do CPS, que pode variar entre laboratórios e patologistas. “Questões de acesso também devem ser consideradas na indicação, uma vez que a aprovação da droga pela ANVISA é para o grupo de pacientes com CPS > ou = a 10”, ressalta.

Informações do ensaio clínico: NCT03189719. 

Referência: First-line pembrolizumab plus chemotherapy versus chemotherapy in advanced esophageal cancer: Longer-term efficacy, safety, and quality-of-life results from the phase 3 KEYNOTE-590 study.
First Author: Jean-Philippe Metges, MD, MSc
Meeting: 2022 ASCO Gastrointestinal Cancers Symposium
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Oral Abstract Session A: Cancers of the Esophagus and Stomach
Track: Esophageal and Gastric Cancer
Subtrack: Quality of Care/Quality Improvement
Abstract #: 241
Clinical Trial Registry Number: NCT03189719
DOI: 10.1200/JCO.2022.40.4_suppl.241

 

 
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