ASCO 2022

SBRT no câncer de mama oligometastático não aumenta sobrevida

mama2Estudo randomizado de Fase IIR/III (NRG-BR002) destacado em sessão oral no ASCO 2022 procurou determinar a eficácia da terapia sistêmica padrão associada ao tratamento direcionado às metástases, como radioterapia corporal estereotática (SBRT) ou ressecção cirúrgica (SR), como primeira linha do câncer de mama oligometastático. Os resultados apresentados mostram que o tratamento direcionado às metástases não melhorou a sobrevida quando adicionado à terapia padrão.

Estudos prospectivos e retrospectivos de pacientes com doença oligometastática apoiam o tratamento direcionado de metástases (MDT) utilizando radioterapia corporal estereotática (SBRT) ou ressecção cirúrgica (SR), além da terapia sistêmica padrão (SOC ST) para melhorar a sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG). No entanto, faltam evidências randomizadas no câncer de mama oligometastático.

Nesta análise, foram elegíveis pacientes com câncer de mama e doença oligometastática com ≤ 4 metástases extracranianas com doença primária controlada (se doença sem progressão por ≤ 12 meses após primeira linha de tratamento sistêmico padrão). Os pacientes foram randomizados (1:1) para dois braços de análise: o BRAÇO 1 de tratamento padrão (principalmente quimioterapia, terapia endócrina, anti-HER2) ou o BRAÇO2, de tratamento padrão com MTD de todas as metástases. Os pacientes foram estratificados de acordo com o número de metástases (1 vs > 1), status ER/PR e HER2 e uso de quimioterapia.

Resultados

125 dos 129 pacientes randomizados foram elegíveis (BRAÇO 1 = 65, BRAÇO 2 = 60). A população avaliada tinha idade mediana de 54 anos, 79% ER+ ou PR+/HER2-, 13% HER2+, 8% triplo negativo. 60% tiveram 1 metástase e 20% apresentaram sincronia com a doença primária. Após a randomização, a terapia sistêmica foi realizada por 95% dos pacientes no BRAÇO 1 e 93% no BRAÇO 2; ablação: SBRT 93%, SR 2% e 5% nenhum. O seguimento mediano foi de 30 meses.

A mediana de SLP (70% CI) no BRAÇO 1 foi de 23 meses (18, 29) e 19,5 meses (17, 36) no BRAÇO 2; 24 e 36 meses SLP (70% CI) para BRAÇO1 foram 45,7% (38,9, 52,5) e 32,8% (26,0, 39,5) em comparação com 46,8 (39,2, 54,3) e 38,1 (29,7, 46,6) no BRAÇO 2; HR (70% CI): 0,92 (0,71, 1,17) e log-rank unilateral p = 0,36.

A mediana de SG não foi alcançada em nenhum dos braços. Não houve eventos adversos (EAs) de grau 5 relacionados ao tratamento, 1 paciente do BRAÇO 1 apresentou evento adverso de grau 4, enquanto 9,7% e 5,3% pacientes dos braços 1 e 2 tiveram EAs de grau, respectivamente. As contagens de células tumorais circulantes (0 vs ≥1) no início do estudo foram semelhantes em ambos os braços (IC 95%): 1,04 (0,54, 2,02).

Em conclusão, os autores descrevem que a adição de tratamento direcionado às metástases ao padrão de tratamento não mostrou diferença de SG nem sinal para melhora de SLP em pacientes com câncer de mama oligometastático. O estudo não prosseguirá para Fase III.

Informações do ensaio clínico: NCT02364557.

Referência: NRG-BR002: A phase IIR/III trial of standard of care systemic therapy with or without stereotactic body radiotherapy (SBRT) and/or surgical resection (SR) for newly oligometastatic breast cancer (NCT02364557)
First Author: Steven J. Chmura
Meeting: 2022 ASCO Annual Meeting
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Breast Cancer—Metastatic
Clinical Trial Registration Number: NCT02364557
Citation: J Clin Oncol 40, 2022 (suppl 16; abstr 1007)
DOI: 10.1200/JCO.2022.40.16_suppl.1007
Abstract #: 1007