18042024Qui
AtualizadoQua, 17 Abr 2024 9pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

2022

Pemigatinibe no colangiocarcinoma avançado com fusão de FGFR2

juliana florinda rêgo 22 bxDestaque em sessão oral no ESMO GI 2022, análise final de eficácia e segurança de estudo de Fase 2 (FIGHT-202) mostrou resultados do inibidor de FGFR2 pemigatinibe em pacientes com colangiocarcinoma localmente avançado ou metastático com fusões ou rearranjos de FGFR2 previamente tratados. “Esta análise final de eficácia e segurança confirma o benefício de pemigatinibe neste cenário”, afirma a oncologista Juliana Florinda Rego (foto).

Neste estudo, foram elegíveis pacientes adultos (≥ 18 anos) com colangiocarcinoma localmente avançado/metastático ou irressecável que progrediram após 1 terapia anterior, com status FGF/FGFR documentado, bom status de desempenho ECOG e função hepática/renal adequada. Os pacientes foram separados em 3 coortes com base no status confirmado de FGF/FGFR (coorte A, fusões ou rearranjos de FGFR2; coorte B, outras alterações genéticas de FGF/FGFR; coorte C, sem alterações genéticas de FGF/FGFR). Todos os pacientes receberam 13,5 mg de pemigatinibe uma vez ao dia (2 semanas de tratamento com 1 semana de pausa), até progressão da doença ou toxicidade inaceitável. O endpoint primário foi a taxa de resposta global (ORR) na coorte A, confirmada por revisão central independente. Os endpoints secundários incluíram ORR nas coortes B e C, duração da resposta (DOR), taxa de controle da doença (DCR), sobrevida livre de progressão (SLP), sobrevida global (SG) e segurança em todas as coortes.

Resultados

No total, 147 pacientes foram inscritos (coorte A, n=108; coorte B, n=20; coorte C, n=17; status indeterminado de FGF/FGFR, n=2). A idade mediana (intervalo) foi de 59,0 (26-78) anos, 57,8% dos pacientes eram mulheres, 70,7% eram brancos e 89,8% apresentavam CCA intra-hepática, incluindo 99,1% dos pacientes da coorte A. A duração mediana (intervalo) do acompanhamento foi de 45,4 (19,9 e 53,7) meses. No total, 98,6% dos pacientes descontinuaram o tratamento, mais comumente por progressão da doença (n=105/147; 71,4%). Na coorte A, ORR (IC 95%) foi de 37,0% (27,9% e46,9%), DCR (IC 95%) foi de 82,4% (73,9% e89,1%) e DOR mediano (IC 95%) foi de 9,1 (6,0e14,5) meses. Para as coortes B e C, a DCR foi de 40,0% (19,1%e63,9%) e 17,6% (3,8%e43,4%), respectivamente. A PFS mediana (IC 95%) foi de 7,0 (6,1e10,5) meses para a coorte A e 2,1 (1,2e4,9) e 1,5 (1,4e1,8) meses para as coortes B e C, respectivamente. Para as coortes A e C, a SG mediana (IC de 95%) foi de 17,5 (14,4 e 22,9), 6,7 (2,1 e 10,6) e 4,0 (2,0 e 4,6) meses.

Em relação à toxicidade, todos os pacientes relataram eventos adversos emergentes do tratamento (TEAEs); as mais comuns foram hiperfosfatemia (58,5%), alopecia (49,7%) e diarreia (47,6%). A maioria dos eventos adversos emergentes do tratamento foi de grau 1 ou 2; o evento adverso de grau 3 mais comum foi hipofosfatemia (14,3%). Além disso, 91,8% dos pacientes tiveram um EA relacionado ao tratamento, 4,1% tiveram um TEAE fatal (todos considerados não relacionados ao tratamento com pemigatinibe) e 10,2% descontinuaram o uso de pemigatinibe devido a um TEAE.

“Nesta análise, pemigatinibe continuou a demonstrar resposta durável, SG prolongada e um perfil de segurança gerenciável em pacientes com colangiocarcinoma avançado/metastático com fusões ou rearranjos de FGFR2. Esses resultados destacam ainda mais a necessidade de testes moleculares em pacientes com colangiocarcinoma”, sublinham os autores.

Juliana Florinda Rego, oncologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN) e da Clínica Oncocentro/AMO, e diretora do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), observa que os resultados iniciais já haviam sido publicados, inclusive resultando na aprovação desta medicação nos pacientes com CCA com fusões/rearranjos no FGFR2 em alguns países como EUA e Canadá. Esta análise final de eficácia e segurança confirma o benefício do pemigatinibe neste cenário”, afirma.

A oncologista explica que o estudo dividiu os pacientes em 3 coortes (coorte A, fusões ou rearranjos de FGFR2; coorte B, outras alterações genéticas de FGF/FGFR; coorte C, sem alterações genéticas de FGF/FGFR). “Os resultados foram consideravelmente superiores na coorte A (taxa de resposta objetiva de 37%, sobrevida livre de progressão mediana de 7 meses e sobrevida global mediana de 17,5 meses). Por este motivo, a aprovação de pemigatinibe nos Estados Unidos foi exclusiva para o tratamento dos pacientes com CCA com fusões ou rearranjos de FGFR2”.

Para Juliana, diante de uma doença que, na maioria dos casos, apresenta um comportamento agressivo, com prognóstico ruim e associado à significativa morbidade, além de poucas opções de tratamento disponíveis, ter uma medicação que ofereça esses resultados em segunda linha é algo animador, mesmo que seja destinado apenas aos pacientes com fusões ou rearranjos de FGFR2. “Ainda não temos a aprovação do Pemigatinibe no Brasil, mas assim que esta aprovação acontecer, a análise do FGFR2 em pacientes com CCA deve passar a fazer parte da prática clínica de todos os oncologistas”, conclui.

Este estudo clínico está registrado na ClinicalTrials: NCT02924376.

Referência: O-2 Pemigatinib para colangiocarcinoma metastático ou localmente avançado previamente tratado: Resultados finais do FIGHT-202 - A Vogel et al.


 
Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519