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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

2022

Negras norte-americanas com câncer de mama metastático têm menos oportunidade de participar de ensaios clínicos

negraUma pesquisa que envolveu mulheres com câncer de mama metastático nos Estados Unidos identificou que 83% das pacientes negras estão dispostas a considerar a participação em ensaios clínicos, mas 40% dessas entrevistadas não foram informadas por sua equipe de atendimento sobre a oportunidade de se inscrever em um estudo clínico. A pesquisa é tema de Poster Discussion e um dos destaques do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2022.

Os pesquisadores revisaram 34 artigos relacionados à participação de pacientes negros em ensaios clínicos. O estudo também envolveu 31 entrevistas virtuais com pacientes que vivem com câncer de mama metastático, além de informantes médicos envolvidos no tratamento do câncer de mama, administradores de hospitais e outros, para identificar questões, preocupações, motivações, barreiras e experiências relevantes ao lidar com a doença. Tanto a revisão quanto as entrevistas com os informantes foram usadas para embasar as questões do survey .

Dos 424 entrevistados, 102 (24%) se identificaram como negros. Os resultados mostram que 40% das entrevistadas negras não foram informadas sobre a possibilidade da inscrição em ensaios clínicos, em comparação com 33% das entrevistadas não negras. “Esses resultados reforçam o importante papel que as equipes de saúde têm no aumento da participação em ensaios clínicos, particularmente para pacientes negras que vivem com câncer de mama metastático”, disse a diretora médica e vice-presidente executiva da ASCO, Julie R. Gralow.

O estudo também mostrou que entre as entrevistadas negras, o nível de confiança e satisfação com a equipe de cuidados oncológicos foi alto (> 90%) e a maioria (83%) expressou alguma ou muita disposição de participar de estudos clínicos. No entanto, mulheres negras foram mais propensas a acreditar que tratamentos experimentais podem ser prejudiciais (57% vs. 31%) e entre os motivos para não participar de um estudo estão preocupação com efeitos colaterais (73%) e eficácia dos tratamentos (63%).

As entrevistadas negras foram menos propensas a confiar nos ensaios (73% vs. 91%), mas confiam que pessoas de todas as raças/etnias recebem tratamento justo no ambiente de pesquisa (32% vs. 56%). A análise mostrou, ainda, que as mulheres negras valorizam informações sobre o estudo de alguém da mesma identidade racial/étnica (67% vs. 10%), especialmente sobre câncer de mama (73% vs. 44%) ou câncer de mama metastático (73% vs. 51%).

Quando avaliada a motivação para participar de ensaios clínicos, entrevistadas negras foram mais propensas a participar (83% vs. 51%) e garantir que pessoas com sua identidade racial ou étnica tenham potencial de se beneficiar (83% vs. 51%).

“A participação de negros em ensaios clínicos tem sido historicamente baixa em comparação com o restante da população, limitando sua oportunidade de acesso a novos tratamentos. As populações de ensaios clínicos também precisam refletir a diversidade da população geral antes que os oncologistas possam entender como um medicamento funciona”, analisam os autores. “A melhor compreensão das barreiras e facilitadores à participação permite identificar estratégias para aumentar a diversidade nos ensaios”, conclui o estudo.

Em 2020, estimativas indicam que mais de 168 mil mulheres viviam com câncer de mama metastático nos EUA. Entre os grupos raciais/étnicos dos EUA, as pessoas negras com câncer de mama têm a maior taxa de mortalidade e a sobrevida mais curta. Aproximadamente 15% dos pacientes com câncer nos EUA são negros, enquanto apenas 4% a 6% dos participantes de ensaios clínicos são negros.

Este estudo tem financiamento da Metastatic Breast Cancer Alliance e faz parte da iniciativa BECOME (Black Experience of Clinical Trial and Opportunities for Meaningful Engagement), um esforço colaborativo para aumentar a diversidade de populações raciais e étnicas na pesquisa em câncer. Como parte dessa colaboração, a ASCO e a ACCC emitiram recentemente recomendações, publicadas no Journal of Clinical Oncology, detalhando ações para expandir a participação de indivíduos sub-representados na pesquisa clínica.

Referências:
Increasing Black patient participation in metastatic breast cancer clinical trials: The BECOME (Black Experience of Clinical Trials and Opportunities for Meaningful Engagement) project

First Author: Stephanie Walker, BSN
Meeting: 2022 ASCO Annual Meeting
Session Type: Poster Discussion Session
Session Title: Breast Cancer—Metastatic
Track: Breast Cancer—Metastatic
Subtrack: Other/Nonsubtype Specific
Abstract #: 1014
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