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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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ELCC 2021

Incidência de metástases cerebrais em pacientes com CPCNP estágio IV durante a pandemia

wanyuan cui bxDurante a pandemia de Covid-19, a incidência de metástases cerebrais de novo em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio IV foi maior em comparação com as taxas históricas. “A redução nos procedimentos diagnósticos durante a pandemia podem ter levado ao diagnóstico tardio e a um aumento no diagnóstico de metástases cerebrais de novo”, observou Wanyuan Cui (foto), oncologista do Royal Marsden Hospital - NHS Foundation Trust, em Londres, em apresentação no ELCC 2021.

O estudo incluiu 172 pacientes consecutivos com CPCNP estágio IV encaminhados ao Royal Marsden Hospital entre junho e novembro de 2020. Os dados coletados prospectivamente foram analisados ​​descritivamente. Entre esses pacientes, 95 (55%) foram submetidos a exames de imagem (tomografia computadorizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM)), e 77 pacientes (45%) não foram submetidos aos exames.

Mais pacientes com imagens cerebrais apresentaram bom performance status ECOG (PS) e receberam terapia sistêmica em comparação com aqueles que não foram submetidos a exames de imagem cerebrais. Na coorte de pacientes submetidos a exames de imagem, 17%, 72% e 11% dos pacientes eram PS 0, 1-2 ou 3-4, respectivamente, enquanto na coorte dos pacientes que não foram investigados por TC e/ou RM, 6%, 48% e 35% eram PS 0, 1-2 ou 3-4, respectivamente. Os dados de PS não estavam disponíveis para 10% dos pacientes na coorte sem exames de imagem.

Os pacientes nas coortes de imagem e não-imagem apresentam mediana de idade semelhante (70, variação, 34 a 95 versus 74, variação, 47 a 91) anos, respectivamente. Em relação à história de tabagismo nas coortes de imagem versus não-imagem, 21% versus 16% dos pacientes nunca foram fumantes, 78% versus 66% eram ex-fumantes ou fumantes atuais, e os dados não estavam disponíveis para 1% versus 18% dos pacientes, respectivamente. Nas respectivas coortes, 72% versus 58% dos pacientes tinham adenocarcinoma, 12% versus 16% tinham células escamosas, 11% versus 5% tinham outros subtipos e 5% versus 21% tinham dados de subtipo histológico não disponíveis.

Uma variante genômica foi detectada em 55% dos pacientes submetidos a exames de imagem, enquanto uma variante foi observada em 32% daqueles que não receberam exames de imagem; nenhuma variante foi detectada em 29% versus 40%, e os dados da variante não estavam disponíveis para 16% versus 27%, respectivamente.

Resultados

Entre os 95 pacientes que receberam os exames, 37 (39%) apresentaram metástases cerebrais; desses, 65% eram sintomáticos. Em pacientes com uma a cinco metástases cerebrais, 44% dos pacientes eram assintomáticos, em comparação com 10% dos pacientes com ≥ 6 metástases cerebrais (p = 0,07). Entre todos os pacientes submetidos a exames de imagem, 32 (34%) tinham sintomas de metástases cerebrais, dos quais 24 (66%) tiveram metástases confirmada por imagem. No entanto, metástases cerebrais foram detectadas em exames de imagem em 13 (21%) dos pacientes assintomáticos.

Em relação ao tratamento, 10 (27%) pacientes com metástases cerebrais receberam radiocirurgia estereotáxica (SRS); nesta coorte, 5 pacientes eram assintomáticos. Entre os 27 pacientes restantes, 12 foram tratados com um inibidor da tirosina quinase (TKI), 4 receberam radioterapia paliativa e um paciente foi monitorado. Além disso, 8 desses pacientes eram inadequados para o tratamento e 2 morreram. 11 pacientes (30%) com metástases cerebrais não receberam terapia sistêmica.

Na coorte de pacientes que não receberam exames de imagem, o tratamento sistêmico foi administrado a 42% dos pacientes; nenhum tratamento sistêmico foi administrado devido ao ECOG PS baixo em 28 pacientes, e 2 pacientes optaram por não receber tratamento.

Em 1º de fevereiro de 2021, após um período médio de acompanhamento de 6,2 meses, 57 (33%) pacientes morreram. Em pacientes com imagens cerebrais no baseline, não houve diferença na sobrevida entre os pacientes com metástases cerebrais de novo e aqueles sem metástases (hazard ratio [HR] 1,38; IC 95% 0,72 a 2,97; p = 0,37). Também não houve diferença na sobrevida entre pacientes sintomáticos e assintomáticos (HR 0,46; IC 95% 0,16-1,30; p = 0,14), ou entre aqueles que tiveram imagens cerebrais no baseline e aqueles que não tiveram (HR 0,85; IC 95% 0,50-1,46; p = 0,56).

No total, 3/10 (30%) pacientes com metástases cerebrais que receberam SRS morreram, em comparação com 12/27 (44%) pacientes com metástases cerebrais que não receberam SRS (p = 0,48). Em pacientes com metástases cerebrais que receberam apenas terapia com TKI, 2/12 (17%) morreram. No total, 26 (15%) pacientes foram submetidos a imagens cerebrais subsequentes, dos quais 4 (15%) confirmaram o desenvolvimento de novas metástases cerebrais.

“Durante este período da pandemia de COVID-19, a incidência de metástases cerebrais de novo foi maior em 39% em pacientes com CPNPC estágio IV em comparação com as taxas históricas de 25%. Vale ressaltar que muitos pacientes com metástases cerebrais (35%) eram assintomáticos, o que sugere que exames de imagem do cérebro devem ser considerados em todos os pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão de células não pequenas em estágio IV. São necessários estudos adicionais para determinar se o diagnóstico precoce e o tratamento das metástases cerebrais impactam a sobrevida”, concluíram os autores.

Referência: 180P – Cui W, Milner-Watts C, Saith S, et al. Incidence of brain metastases (BM) in newly diagnosed stage 4 NSCLC during COVID-19. European Lung Cancer Virtual Congress 2021 (25-27 March).

 
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