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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 1pm

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ASCO GI 2021

Terapias eletromagnéticas no carcinoma hepatocelular

frederico costa 21 bxO oncologista Frederico Costa (foto), do Hospital Sírio Libanês em São Paulo, é autor sênior de dois estudos selecionados para o programa científico do ASCO GI 2021, com dados da experiência institucional com terapias eletromagnéticas (EMF, da sigla em inglês) em monoterapia ou combinadas ao padrão de tratamento de pacientes com carcinoma hepatocelular avançado. As oncologistas Micelange Carvalho Sousa e Yone de Camargo Setogute são as primeiras autoras dos trabalhos.

“O carcinoma hepatocelular (CHC) é um câncer fatal sem opção curativa para a maioria dos pacientes, daí a importância de oferecer uma terapia efetiva de baixa toxicidade com impacto na melhora da qualidade de vida relacionada à saúde (QV)”, justificam os autores.

A exposição sistêmica a EMF foi usada em combinação com um tratamento convencional sistêmico ou como tratamento único. Uma antena em forma de colher colocada na cavidade oral distribuiu a EMF por mais de 90 minutos com repetições mensais até a morte ou retirada do consentimento. O principal objetivo nos dois estudos foi respectivamente o efeito na sobrevida global e na QV, avaliado pelo questionário EORTC-C30 v3.0 antes de cada exposição a EMF. Resposta objetiva, mudanças clinicamente significativas (CMC) e tempo de deterioração (TTD) da saúde global foram incluídos entre objetivos secundários.

Resultados

De março de 2018 a abril de 2020, 55 pacientes com CHC avançado foram incluídos no estudo, submetidos a 373 exposições a EMF.  Os resultados mostram que 41/55 (75%) pacientes tiveram exposições repetidas (média de 4, variando de 2-16). Os autores descrevem que 87% dos pacientes eram homens, com mediana de idade de 67 anos, 84% eram BLCL-C, 16% eram Child-Pugh B, 29% com metástases extra-hepáticas; 55% falharam ao tratamento anterior e 71% tinham progressão radiológica documentada.

Os dados reportados no 2021 Gastrointestinal Cancers Symposium mostram que 31 pacientes (56%) receberam EMF em combinação com terapia sistêmica (28 com inibidores de tirosina quinase - TKI e 3 anti-PDL1) e 24 pacientes receberam EMF como única modalidade de tratamento. Um grupo de 45 pacientes com CHC com características semelhantes aos pacientes estudados e tratados de forma convencional no Hospital Sírio Libanês foi selecionado como controle histórico.

A sobrevida mediana para os 55 pacientes foi de 11,5 meses. Os pacientes tratados com EMF em combinação com terapia sistêmica apresentaram sobrevida mediana de 12 meses e os pacientes tratados com EMF monoterapia foi de 11,3 meses. A sobrevida mediana do grupo controle foi de 5,3 meses. A sobrevida mediana dos pacientes com EMF foi superior ao controle histórico (p=0,0026), porém os pacientes tratados com EMF em combinação ou em monoterapia não apresentou diferença na sobrevida mediana (p=0,3434).

Imagens radiológicas foram revistas de forma independente e retrospectivamente em 38 (69%) pacientes. Observou-se 6/38 respostas objetivas (1 RC e 5 RP) com controle de doença em 79% dos pacientes. EMF em combinação ou monoterapia apresentaram uma taxa de resposta objetiva em 19% e 12% respectivamente.

A pontuação inicial média foi de 68,1 para QV e de 77,1 no desempenho funcional.  Mudanças positivas na QV, desempenho funcional e desempenho físico foram reportadas respectivamente por 61%, 76% e 49% dos pacientes antes da segunda exposição a EMF. Mudanças clinicamente significativas foram relatadas em 20%, 17% e 32% dos pacientes, respectivamente para QV, desempenho funcional e desempenho físico. A mediana de TTD em QV não foi atingida. O TTD médio foi de 7,2 meses para desempenho funcional e de 11,9 meses para desempenho físico.

Em pacientes que receberam o tratamento combinado, a mediana de TTD para desempenho funcional foi de 11,4 meses, enquanto naqueles que receberam EMF como tratamento único a mediana de TTD foi de 13,5 meses. A mediana de TTD para desempenho físico em pacientes no tratamento de combinação foi de 12,8 meses e no grupo de tratamento único alcançou 14,5 meses.

“Os pacientes expostos a EMF apresentaram mudanças positivas nos escores avaliados O benefício de EMF na qualidade de vida foi durável tanto como modalidade única quanto em combinação com TKIs em pacientes com CHC avançado. Estes resultados apoiam o desenvolvimento futuro como nova modalidade de tratamento paliativo em pacientes com CHC avançado”, concluem os autores.

Informações do ensaio clínico: NCT 01686412.

 Referências:

 290 Poster Session - Low energy amplitude modulated radiofrequency electromagnetic fields in combination with standard treatment or as monotherapy to show improvement in quality of life in patients with advanced hepatocellular carcinoma.

First Author: Micelange Carvalho Sousa, Hospital Sírio Libanês, São Paulo, Brazil

332 Poster Session - Low energy amplitude modulated radiofrequency electromagnetic fields shows antitumor effect in combination with standard treatment or as monotherapy to in patients with advanced hepatocellular carcinoma.

First Author: Yone de Camargo Setogute, Hospital Sírio Libanês, São Paulo, Brazil

 

 
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