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AtualizadoQui, 25 Abr 2024 4pm

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ASCO 2021

Estudo discute diferentes estratégias de seguimento em câncer de endométrio

mariana scaranti bxEstudo multicêntrico italiano (TOTEM) apresentado na sessão de câncer ginecológico mostra que o uso rotineiro de exames de imagem e laboratoriais em pacientes tratadas para câncer de endométrio não tem impacto em sobrevida global ou em qualidade de vida. “Os resultados nos mostram que nem sempre um seguimento mais intensivo com múltiplos exames de imagem traz benefícios em termos de sobrevida para pacientes com câncer”, avalia Mariana Scaranti (foto), oncologista da DASA.

No câncer de endométrio, poucos ensaios clínicos randomizados foram conduzidos para avaliar o papel de um número reduzido de visitas agendadas e de diferentes configurações de acompanhamento, mas pouco se explorou sobre a contribuição das investigações de rotina séricas, citológicas ou de acompanhamento por imagem na melhora da sobrevida global ou qualidade de vida. O estudo TOTEM foi planejado para comparar um regime de acompanhamento intensivo (INT) versus acompanhamento minimalista (MIN) de 5 anos em pacientes com câncer de endométrio e os respectivos impactos em sobrevida global (SG).

Pacientes tratadas cirurgicamente para câncer de endométrio, em remissão clínica completa confirmada por imagem, estadio FIGO I-IV, foram estratificadas por centro e pelo risco de recorrência (baixo risco, LoR, ou alto risco, HiR).  As pacientes foram randomizadas para acompanhamento INT ou MIN. O principal endpoint do estudo foi demonstrar uma melhoria de 75% a 80% (razão de risco esperada, HR = 0,78) na SG em 5 anos com o regime INT. Os endpoints secundários foram comparar a sobrevida livre de recidiva (RFS, da sigla em inglês), a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) avaliada no início do estudo, aos 6 e 12 meses e depois anualmente (com a Escala de Resumo de Saúde Física e Mental SF-12) e os custos envolvidos nessas duas configurações de acompanhamento. 

Resultados

1884 pacientes foram randomizadas em 42 centros entre 2008 e 2018, e 1847 pacientes estavam disponíveis para a análise final (60% LoR). A conformidade com as visitas agendadas de acompanhamento foi de 75,3%, semelhante entre os braços INT (74,7%) e MIN (75,9%), enquanto o número médio de exames registrados (laboratório ou imagem) foi marcadamente maior no INT do que no braço MIN (9,7 vs 2,9, p <0,0001).

Após um acompanhamento médio de 66 meses, a SG em 5 anos foi de 91,3% sendo  90,6% no braço INT e 91,9% no braço MIN, (HR = 1,12, IC 95% 0,85-1,48, p = 0,429). Comparando os braços INT vs MIN, a SG em 5 anos foi de 94,1% e 96,8% (HR = 1,48, 0,92-2,37, p = 0,104) no LoR e de 85,3% e 84,7% (HR = 0,96, 0,68-1,36, p = 0,814) no grupo HiR. Nenhuma diferença relevante surgiu na sobrevida livre de recorrência entre os regimes INT e MIN, (HR = 1,13, 0,87-1,48, p = 0,365). No momento da recidiva, a maioria das mulheres era assintomática (146/228, 64,0%), com tendência de maiores proporções no INT do que no braço MIN, tanto no grupo LoR (78,8% vs 61,1%, p = 0,070) quanto no HiR (64% vs 60%, p = 0,754). HRQL estava disponível apenas para um subgrupo de pacientes (50% no início do estudo) e não diferiu entre os braços.

“O acompanhamento intensivo em pacientes tratadas com câncer de endométrio mostrou uma vantagem fraca e incerta na detecção de recidivas assintomáticas mais precocemente, mas não melhorou a SG, mesmo em pacientes HiR, nem influenciou a QVRS. O uso rotineiro frequente de exames de imagem e laboratoriais nessas pacientes deve ser desencorajado”, destacam os autores.

“Em saúde pública, isso é muito importante para direcionarmos os recursos para estratégias que mudem os desfechos, tais como diagnóstico precoce e tratamento adequado para pacientes com câncer de endométrio”, conclui Mariana.

Informações do ensaio clínico: NCT00916708

Referência: Abstract 5506 - Intensive versus minimalist follow-up in patients treated for endometrial cancer: A multicentric randomized controlled trial (The TOTEM study—NCT00916708) - Paolo Zola et al. - DOI: 10.1200/JCO.2021.39.15_suppl.5506 Journal of Clinical Oncology 39, no. 15_suppl (May 20, 2021) 5506-5506.

 

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