ASCO GU 2019

ARCHES: enzalutamida + ADT no câncer de próstata

ANDREW ARMSTRONG ASCO 19 NET OKO estudo Fase 3 ARCHES avaliando enzalutamida (XTANDI®) mais terapia de privação androgênica (ADT) em homens com câncer de próstata metastático hormônio sensível (CPHSm) atingiu seu endpoint primário, melhorando significativamente a sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) versus ADT isoladamente. O estudo foi um dos destaques do primeiro dia do ASCO GU 2019, em apresentação de Andrew J. Armstrong (foto), da Duke University School of Medicine.

 

Neste estudo, 1150 pacientes com CPHSm foram randomizados 1:1 para receber enzalutamida (160 mg/dia) + ADT ou placebo + ADT, uma vez ao dia, estratificados pelo volume da doença (critérios CHAARTED) e terapia prévia com docetaxel. O endpoint primário, a sobrevida livre de progressão radiográfica foi definida como a primeira evidência radiográfica de progressão da doença. Endpoints secundários incluíram sobrevida global, tempo para o primeiro evento esquelético sintomático, resistência à castração, tempo para deterioração da qualidade de vida, tempo para deterioração de sintomas urinários, tempo para início de quimioterapia, tempo para progressão do PSA, taxa de PSA indetectável, taxa de resposta objetiva e tempo para progressão de dor, definido como aumento de 30% na severidade da dor segundo o inquérito Brief Pain Inventory-Short Form.

Resultados

1150 homens foram randomizados para ENZA (n = 574) ou PBO (n = 576), com características basais equilibradas entre os grupos. No geral, 67% apresentavam metástase à distância ao diagnóstico; 63% com doença de alto volume e 18% tratados previamente com docetaxel,

Após acompanhamento médio de 14,4 meses, ENZA + ADT melhorou significativamente a rSLP (Tabela). Benefícios significativos na sobrevida livre de progressão radiográfica também foram relatados em subgrupos pré-especificados, mesmo no grupo de pacientes com grande volume da doença e que receberam docetaxel anterior (HRs 0,24–0,53).

Os endpoint secundários também mostraram vantagens de ENZA + ADT. Os dados de sobrevida global não estão maduros.

Eventos adversos de grau 3-4 foram relatados em 23,6% dos pacientes com ENZA vs 24,7% dos pacientes com PBO, sem eventos inesperados.

Em conclusão, ENZA + ADT melhorou significativamente a rSLP e outros parâmetros de eficácia versus PBO + ADT em homens com mHSPC, com perfil de segurança esperado.

Endpoint

ENZA + ADT

(n=574)

PBO + ADT

(n=576)

Primary: rPFS, HR (95% CI)

0.39* (0.30, 0.50)

 

Median (mo)

NR

19.4

Key secondary

   

Time to PSA progression, HR (95% CI)

0.19* (0.13, 0.26)

 

Time to initiation of new antineoplastic therapy, HR (95% CI)

0.28* (0.20, 0.40)

 

PSA undetectable (<0.2 ng/mL) rate,a %

68.1*

17.6

Objective response rate,a %

83.1*

63.7

NR=not reached; *p<0.0001; aOf those with detectable PSA or measurable disease at baseline, respectively

O estudo ARCHES foi financiado pela Astellas Pharma, Medivation LLC e Pfizer.

O estudo está registrado na Plataforma Clinical Trials: NCT02677896

Referência: Abstract 687: Phase 3 study of androgen deprivation therapy (ADT) with enzalutamide (ENZA) or placebo (PBO) in metastatic hormone-sensitive prostate cancer (mHSPC): The ARCHES trial.Andrew J. Armstrong et al