ASCO 2019

Apalutamida mostra benefícios no mCSPC

kim chi titan bxA adição de apalutamida (APA) ao tratamento de deprivação androgênica (ADT) melhorou a sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) e sobrevida global (SG) em pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração (mCSPC), com redução de 33% no risco de morte. Os dados são do estudo TITAN, apresentados na ASCO 2019 pelo oncologista Kim N. Chi (foto), médico do BC Cancer Agency, em Vancouver, Canadá, e primeiro autor do trabalho. 

Neste estudo duplo-cego, Fase III, pacientes com mCSPC foram randomizados (1: 1) para apalutamida (APA), 240 mg/dia, ou placebo (PBO), adicionado à ADT, em ciclos de 28 dias, independentemente da extensão da doença. Foram permitidos pacientes com tratamento prévio para doença localizada ou docetaxel prévio para mCSPC. Todos os pacientes receberam ADT contínuo. Endpoints primários foram sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) e sobrevida global (SG). Endpoints secundários foram tempo para a) início da quimioterapia citotóxica, b) progressão da dor, c) uso crônico de opioides, d) evento esquelético relacionado.

Resultados

525 pacientes foram randomizados para APA e 527 para PBO. A idade mediana foi de 68 anos; 8% receberam tratamento anterior para doença localizada; 11% foram tratados com docetaxel prévio. 63% e 37% tinham doença de alto ou baixo volume, respectivamente.

Após acompanhamento pela mediana de 22,6 meses, 66% dos pacientes de APA e 46% dos que receberam PBO permaneciam em tratamento. APA melhorou significativamente a rSLP (HR, 0,48, 95% CI, 0,39-0,60, p <0,0001), com redução de 52% no risco de morte ou progressão radiográfica, com benefício em todos os subgrupos analisados. A rPFS mediana não foi alcançada no grupo APA e foi de 22,1 meses no grupo PBO. APA também melhorou significativamente a SG (HR, 0,67, 95% CI, 0,51-0,89, p = 0,0053), com redução de 33% no risco de morte. A mediana de sobrevida global não foi alcançada no grupo APA ou PBO.

O tempo até o início da quimioterapia citotóxica foi significativamente prolongado com APA (HR, 0,39; IC 95%, 0,27-0,56; p <0,0001). “Com base nesses resultados, o comitê independente de monitoramento de dados recomendou a abertura para permitir o cruzamento de pacientes do grupo PBO para receber APA”, explicam os autores.

Em relação ao perfil de segurança, as taxas de eventos adversos de grau 3/4 (EAs) foram semelhantes entre os braços de análise, com 42% em APA e 41% em PBO, respectivamente. As taxas de descontinuação por EA também foram baixas e comparáveis (8% APA, 5% PBO) .

Em conclusão, a adição de APA à ADT melhorou significativamente a rSLP e SG, com perfil de segurança tolerável.

Informações sobre o estudo na Clinical Trials,gov: NCT02489318

O trabalho foi publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine.

Referências: Abstract 5006: First results from TITAN: A phase III double-blind, randomized study of apalutamide (APA) versus placebo (PBO) in patients (pts) with metastatic castration-sensitive prostate cancer (mCSPC) receiving androgen deprivation therapy (ADT). - Kim N. Chi et al - J Clin Oncol 37, 2019 (suppl; abstr 5006)