28032024Qui
AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Localização do tumor afeta resultados no câncer colorretal

Rui_Weschenfelder_NET_OK_2.jpgUma análise retrospectiva do estudo CALGB/SWOG 80405 (Alliance) mostrou uma associação significativa entre a localização do tumor primário e os resultados clínicos de pacientes com câncer colorretal. O estudo (Abstr 3504) apresentado domingo, dia 5 de junho, na ASCO 2016, demonstrou que tumores primários do lado esquerdo e direito são clinicamente diferentes e consequentemente impactam em diferentes desfechos, independentemente do status KRAS. A análise sugere ainda que a eficácia de cetuximabe e bevacizumabe pode ser diferente, dependendo da localização do tumor primário.

"Este é um estudo importante e com potencial de modificar a prática clínica”, afirma Rui Weschenfelder (foto), do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG). “Sabemos que a origem embrionária do cólon direito (midgut) e cólon esquerdo (hindgut) são diferentes e agora temos evidência que adenocarcinomas originados nestes sítios têm prognósticos e, possivelmente, respostas diferentes às drogas”, acrescenta o oncologista do Centro de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento.
 
Os dados mostram que os pacientes cujos tumores primários são originários no lado esquerdo do cólon (cólon descendente, cólon sigmóide e reto) sobrevivem significativamente mais tempo do que aqueles cujos tumores são originários no lado direito (ceco e o cólon ascendente).
 
O estudo
 
Os pesquisadores avaliaram retrospectivamente os dados do estudo clínico de Fase III CALGB/SWOG 80405, concebido para comparar o bevacizumabe e cetuximabe em combinação com a primeira linha de tratamento (FOLFOX ou FOLFIRI) para câncer colorretal metastático.
 
Esta análise incluiu apenas pacientes sem a mutação KRAS (n=1137), um biomarcador de potencial resposta a certas terapias de câncer colorretal (cetuximabe e panitumumabe estão aprovados apenas para o tratamento de tumores KRAS selvagem). Entre os pacientes com KRAS selvagem, 280 (25%) tiveram o tumor primário no lado direito e 689 (61%) no esquerdo. Em 62 pacientes (5%) o tumor primário foi localizado na região transversa e em outros 106 casos (9%) não foi informada a localização.
 
Nesta população de pacientes, aqueles com tumores do lado esquerdo tiveram mediana de sobrevida global de 34,2 meses, em comparação com mediana de SG de 19,4 meses entre aqueles com tumores do lado direito.
 
A análise sugere que a eficácia de cetuximabe e bevacizumabe pode ser diferente, dependendo da localização do tumor primário. Entre os pacientes com tumores do lado direito, o tratamento com bevacizumabe foi associada a maior sobrevida do que com cetuximabe (24,5 meses versus 16,4 meses). Por outro lado, entre os pacientes com tumores do lado esquerdo, o tratamento com cetuximabe foi associado a maior mediana de sobrevida global do que bevacizumabe (37,5 meses versus 32,1 meses). Os pesquisadores estão examinando a biologia molecular para balizar estas conclusões.
 
KRAS mutado
 
Como o estudo foi iniciado antes do status da mutação KRAS ser conhecido como um fator importante no uso de cetuximabe, houve uma população menor de pacientes que tiveram mutações KRAS (um adicional de 252 pacientes). Nesta análise separada, os pesquisadores descobriram que aqueles com tumores do lado esquerdo também viveram mais tempo em comparação com pacientes com tumores do lado direito (mediana de sobrevida global: 30,3 meses versus 23,1 meses).
 
Em conclusão, a análise final mostrou que houve uma associação significativa entre a localização do tumor primário e os resultados clínicos dos pacientes, demonstrando que tumores primários do lado esquerdo e direito são clinicamente diferentes e consequentemente impactam em diferentes desfechos nocâncer colorretal metastático, independentemente do status KRAS.
 
“Do ponto de vista prático este estudo pode selecionar ainda mais os pacientes candidatos à terapia com anti-EGFR (neste estudo, cetuximabe). Os dados sugerem que pacientes com tumores de cólon direito, mesmo que wtKRAS, não se beneficiam do bloqueio anti-EGFR e que, nestes casos, o uso de bevacizumabe seria a escolha de anticorpo monoclonal. Importante ressaltar que esta é uma análise não planejada e que devemos aguardar os dados da apresentação para evoluirmos nesta discussão", conclui o especialista. 
 
O estudo recebeu financiamento e apoio da BMS, Genentech e Imclone em colaboração com o National Cancer Institute.
 
Informação do estudo clínico: NCT00265850.
 

  Right 1°
Left 1°
Hazard Ratio, 95% Confidence
Interval (R v L, adjusted)
Log Rank p-value
(adjusted)
OS (mos)
All KRAS wt 19.4 34.2 1.56 (1.32, 1.84) < 0.0001
    Cet 16.4 37.5 1.97 (1.56, 2.48)  
    BV 24.5 32.1 1.26 (1.00, 1.58)  
All KRAS mut 23.1 30.3 1.28 (0.95, 1.73)  
  PFS (mos)    
All KRAS wt 8.9 11.5 1.25 (1.08, 1.46) .002
    Cet 7.7 12.0 1.54 (1.25, 1.91)  
    BV 9.5 11.1 1.03 (0.83, 1.28)

 
Erramos: O conteúdo desta notícia foi alterado. A versão anterior continha erros na indicação de cetuximabe (pacientes com KRAS selvagem, e não mutado, como foi publicado) e no número de pacientes inscritos no estudo.
 
Referência: Impact of primary (1º) tumor location on overall survival (OS) and progression-free survival (PFS) in patients (pts) with metastatic colorectal cancer (mCRC): Analysis of CALGB/SWOG 80405 (Alliance) - Abstract No: 3504 - J Clin Oncol 34, 2016 (suppl; abstr 3504)

 

 

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