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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO - ECC 2015

METEOR - Cabozantinib comprova benefício em câncer renal avançado

Tony_Choueiri_NET_OK_1.jpgOs pacientes com câncer renal avançado viveram quase o dobro do tempo sem progressão da doença quando tratados com cabozantinib, uma droga que inibe a ação das tirosina quinases. Na Sessão Presidencial de sábado, 26 de setembro, Toni Choueiri (foto) apresentou no congresso europeu os resultados dos primeiros 375 pacientes de um total de 658 recrutados para o estudo clínico de fase III METEOR, que compara cabozantinib com everolimus, o tratamento padrão atual para a doença.

A análise dos resultados em julho de 2015 mostrou a superioridade do cabozantinib, com mediana estimada de sobrevida livre de progressão de 7,4 meses versus 3,8 meses no grupo tratado com everolimus. A taxa de resposta objetiva (proporção de doentes cujos tumores diminuíram, avaliada até os 17 meses) foi de 21% para cabozantinib e 5% para everolimus.

Uma análise interina da sobrevida global entre todos os 658 pacientes descobriu que a SG foi um terço melhor para os pacientes que recebem cabozantinib. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine. [1]

"Estou muito animado com os resultados do estudo, uma vez que podem mudar o padrão de cuidados em pacientes com câncer renal avançado que recebem a terapia padrão anterior, que tem como alvo o receptor do fator de crescimento endotelial vascular (VEGFR)”, afirmou Choueiri, professor associado de medicina na Harvard Medical School e Diretor Clínico do Kidney Cancer Center do The Lank Center for Genitourinary Oncology, Dana-Farber Cancer Institute, EUA.

"Embora o tratamento com drogas alvo-VEGFR tenha sido eficaz na primeira linha de tratamento para pacientes com câncer renal avançado, em muitos casos as células tumorais encontram maneiras de escapar do controle destas drogas”, acrescentou.

Cabozantinib é uma nova droga que tem como alvo possíveis mecanismos de escape de células tumorais, incluindo as tirosina-quinases MET, VEGFR e Axl. Os resultados do estudo METEOR indicam que a droga é capaz de reduzir tumores e retardar seu crescimento, com resultados superiores em relação ao atual padrão de tratamento em pacientes que já receberam terapias-alvo VEGFR. Isto resultou numa redução significativa na taxa de progressão da doença ou morte no braço cabozantinib em comparação com o braço everolimus.

"Uma avaliação preliminar de sobrevida global a partir do estudo METEOR demonstrou uma forte tendência que indica que a sobrevida pode ser melhorada em doentes tratados com cabozantinib comparado com a terapia padrão. A avaliação final da sobrevida ocorrerá quando os dados estiverem mais maduros e com seguimento maior da população de doentes. Por ora, estes resultados devem dar uma nova esperança para pacientes diagnosticados com câncer renal avançado, e o cabozantinib pode se tornar uma nova opção de tratamento", disse o especialista.

Câncer renal de células claras (ou carcinoma de células renais) é um dos cânceres mais comuns nos rins - 70-80% dos pacientes com câncer de rim apresentam este subtipo. Se detectado precocemente, o prognóstico é bom; 81% dos pacientes com doença de fase I, em que o tumor está confinado ao rim, sobrevivem durante pelo menos cinco anos. No entanto, na doença avançada, o prognóstico é ruim, com apenas cerca de 8% dos pacientes com doença em estágio IV sobrevivendo por cinco anos.

Métodos e resultados

Os pacientes recrutados para o ensaio clínico METEOR, que começou em junho de 2013, foram randomizados para receber um comprimido de 60 mg por dia de cabozantinib, ou 10 mg por dia de everolimus, também em forma de comprimido. A doença tinha que ter progredido seis meses após o tratamento prévio com inibidor da tirosina quinase VEGFR (TKI).

O estudo METEOR também está avaliando a segurança do tratamento. A incidência de efeitos secundários graves foi similar para ambos os medicamentos, e a descontinuação do tratamento devido a efeitos colaterais ocorreu em 9,1% dos pacientes do cabozantinib e 10% dos pacientes everolimus. Os efeitos colaterais graves mais comuns para pacientes que receberam cabozantinib foram dor abdominal (3%), quantidades anormais de líquido em torno dos pulmões (2,7%), e diarreia (2,1%). Para os pacientes que receberam everolimus os efeitos adversos mais reportados foram anemia (3,7%), falta de ar (3,7%) e pneumonia (3,7%).

“Os resultados do METEOR são importantes do ponto de vista clínico e científico. Superar mecanismos de escape do tumor ou mecanismos de resistência às terapias padrão é fundamental para melhorar o resultado a longo prazo para os nossos pacientes com câncer renal avançado”, disse Choueiri.

Outros trials incluem um estudo randomizado de fase II que vai comparar cabozantinib versus sunitinib nesse cenário de tratamento. Combinações com outras terapias emergentes, como agentes que impulsionam o sistema imunológico, são de interesse e um ensaio clínico em fase inicial combinando cabozantinib com inibidores de checkpoint imunológico foi iniciado em cânceres urológicos, incluindo pacientes com câncer renal.

Nos EUA, o Food and Drug Administration (FDA) designou a droga como breakthrough therapy, o que pode permitir seu desenvolvimento acelerado.

Peter Naredi, co-presidente científico do Congresso, afirmou estar animado com os avanços no tratamento do carcinoma de células renais. “Os resultados do estudo METEOR são notáveis e muito provavelmente serão practice changing. Este ensaio e o estudo CheckMate025 estão definitivamente entre os destaques deste congresso."

O outro late-breaking abstract apresentado na sessão presidencial deste sábado foi o estudo randomizado de fase III CheckMate 025, que comparou nivolumab e everolimus no câncer renal avançado.

O estudo METEOR foi financiado pela Exelixis inc, South San Francisco.

Abstract no: LBA 4. “Cabozantinib versus everolimus in patients with advanced renal cell carcinoma: Results of the randomized phase 3 METEOR trial”. Presidential session, 14.30-16.40 hrs (CEST), Saturday 26 September, Hall D1 (presenting at 16.20 hrs).

[1] “Cabozantinib versus everolimus in advanced renal cell carcinoma”, by Toni Choueiri et al. doi: 10.1056/NEJMoa1510016. Published online: www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1510016

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