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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

San Antonio 2014

SOFT: supressão ovariana mais tamoxifeno reduz recorrência do câncer de mama

Mama_NET_OK.jpgDados do estudo randomizado de fase III SOFT (Suppression of Ovarian Function Trial) apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium mostraram que entre as mulheres pré-menopausadas com câncer de mama receptor hormonal positivo em estadio inicial, acrescentar a supressão ovariana ao tamoxifeno reduziu a recorrência do câncer de mama.

Segundo o oncologista Carlos Barrios, diretor do Instituto do Câncer Mãe de Deus e diretor executivo do Grupo Latino Americano de Pesquisa em Oncologia (LACOG), as pacientes foram estratificadas de acordo com tratamento prévio ou não com quimioterapia adjuvante, o que é muito importante para a interpretação dos resultados. “De todas as pacientes, 46.7% não receberam tratamento anterior com quimioterapia adjuvante, enquanto 53.3% tinham recebido quimioterapia prévia e permaneciam pré-menopáusicas”, afirma. Os três braços foram tamoxifeno como agente único por cinco anos, supressão ovariana com triptorrelina mais tamoxifeno por cinco anos ou supressão ovariana mais exemestano por cinco anos.  A análise primária procurou explorar a comparação de supressão ovariana mais tamoxifeno versus tamoxifeno isoladamente.
 
“Os resultados do SOFT definem claramente que a supressão ovariana em combinação com tratamento hormonal com anti-estrogênicos ou inibidores de aromatase é benéfica em pacientes pré-menopausadas com maior risco de recorrência. A definição de maior risco não foi pré-definida no estudo, mas inclui os fatores que comumente utilizamos na nossa prática diária (tamanho do tumor, presença de gânglios e características histológicas e proliferativas)”, explica Barrios.
 
O oncologista ressalta, no entanto, que o benefício da supressão ovariana vem acompanhado de efeitos colaterais que devem ser reconhecidos e discutidos com as pacientes (sintomas de menopausa, diminuição de libido, depressão, etc). 

MÉTODOS E RESULTADOS

Prudence Francis, do Peter Mac Callum Cancer Centre em Melbourne, na Austrália, e colegas inscreveram 3.066 mulheres com câncer de mama receptor hormonal positivo em estadio inicial no estudo SOFT, liderado pelo International Breast Cancer Study Group (IBCSG). Os pacientes foram randomizados para receber cinco anos de tamoxifeno (1.021 pacientes), tamoxifeno e supressão ovariana (1.024 pacientes), ou exemestano e supressão ovariana (1.021 pacientes). Na maioria dos pacientes, a supressão ovariana foi obtida através de injeções mensais de triptorrelina. Os dados apresentados foram obtidos após um período de acompanhamento médio de 67 meses.

A taxa de sobrevida livre de doença estimada em cinco anos foi de 86,6 % no grupo de supressão ovariana mais tamoxifeno e 84,7 % no grupo tratado exclusivamente com tamoxifeno (razão de risco para a recorrência da doença, segundo tipo de câncer invasivo ou morte, 0,83; intervalo de confiança de 95% [IC], 0,66-1,04; P = 0,10). 
 
Pacientes que receberam quimioterapia prévia e permaneceram em estado de pré-menopausa, medido por níveis de estradiol e não somente por continuar menstruando, formaram um grupo de maior risco e que teve benefício com supressão ovariana. Nesta coorte de pacientes, a taxa de sobrevida livre de câncer de mama em cinco anos foi de 82,5 % no grupo de supressão ovariana + tamoxifeno e 78,0 % no grupo tratado isoladamente com tamoxifeno (razão de risco para a recorrência, 0,78; 95% CI, 0,60-1,02). Aos 5 anos, a taxa de sobrevida livre de câncer de mama foi de 85,7 % no grupo de supressão ovariana + exemestano (taxa de risco para a recorrência versus tamoxifeno, 0,65; 95% CI, 0,49-0,87).
 
“Ainda que a análise principal não tenha mostrado diferenças significativas, a análise planejada de subgrupos mostrou que pacientes que tinham suficiente risco de recaída para receber quimioterapia tiveram um benefício com a adição de supressão ovariana ao tamoxifeno, e ainda mais com o uso de exemestano”, diz Gilberto Lopes, diretor científico do HCor-Onco e da rede Oncoclínicas. 
 
Segundo Lopes, pacientes com maior risco de recaída e persistência de status pré-menopausa se beneficiam do uso de supressão ovariana e tamoxifeno ou exemestano, com uma vantagem pequena, mas importante, para o último. “Além disso, pacientes com menor risco de recaída tiveram bons resultados mesmo com uso de tamoxifeno sozinho”, finaliza.
 
Os resultados apresentados durante o SABCS 2014 já foram publicados no New England Journal of Medicine (Francis P, et al. NEJM DOI: 10.1056/NEJMoa1412379).
 
O estudo SOFT recebeu apoio financeiro da Pfizer, do IBCSG, e do National Cancer Institute(NCI).

Referências:

Número da publicação: S3-08

Randomized comparison of adjuvant tamoxifen (T) plus ovarian function suppression(OFS) versus tamoxifen in premenopausal women with hormone receptor-positive (HR+) earlybreastcancer (BC): Analysis of the SOFT trial.
 


 

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