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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Entendendo os Polimorfismos de Nucleotídeo Único

Murad 2019 bxEm mais um artigo da série 'Drops de Genômica', o oncologista André Marcio Murad discute como a compreensão dos Polimorfismos de Nucleotídeo  Único apoia estratégias individualizadas de prevenção e detecção precoce do câncer.

Por André Marcio Murad*

Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) são pontos no genoma que diferem por um único par de nucleotídeos entre uma porção da população e outra. Por convenção, para contar como polimorfismo, uma diferença genética deve estar presente em pelo menos 1% da população total da espécie. Em média, podemos contar cerca de um SNP para cada 1000 pares de nucleotídeos. Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) são um dos tipos mais comuns de variações genéticas no genoma humano.    

Os SNPs nos exons são classificados como SNPs codificadores não-sinônimos e sinônimos (cSNPs) com base em sua capacidade de substituir o aminoácido codificado. SNPs exonais geralmente influenciam a suscetibilidade ao câncer por mecanismos genéticos. Os cSNPs não sinônimos resultam na substituição de aminoácidos que pode afetar a função da proteína. Mudanças nas duas primeiras bases de um códon resultam em mudanças de aminoácidos na maioria dos casos. Alterações na sequência de aminoácidos podem alterar a estrutura secundária da proteína, aumentando ou diminuindo as ligações de hidrogênio e a fosforilação, que afetam as interações e funções das proteínas. Como consequência, essas mudanças alteram as vias de sinalização celular, bem como os níveis de proteínas oncogênicas e supressoras de tumor.

Embora, em sua maioria, SNPs ocorram em regiões onde não afetam a função de um gene, eles podem sim se localizar em regiões funcionalmente críticas, como as que regulam o reparo de incompatibilidade de DNA, o ciclo celular, o metabolismo e a imunidade, processos estes relacionados à suscetibilidade genética ao câncer. Portanto, compreender os mecanismos subjacentes aos efeitos dos SNPs que resultam na suscetibilidade ao câncer é fundamental para desvendarmos a patogênese molecular de vários tipos de neoplasias. Adicionalmente, SNPs localizados em regiões de genes promotores, bem como UTRs 5′- e 3 ′, afetam a expressão do gene, alterando a atividade do promotor e a ligação do fator de transcrição. 

Do ponto de vista clínico portanto, os SNPs são potenciais biomarcadores diagnósticos e terapêuticos em vários tipos de câncer. Mais recentemente, testes de pontuação de risco poligênico (PRS), com base em painéis de SNPs de risco, têm sido propostos para a prevenção e a detecção precoce do câncer por meio de estratégias de gerenciamento de risco individualizadas. 

drops polimorfismos nucleotídeo unico*André Murad é diretor científico do Grupo Brasileiro de Oncologia de Precisão (GBOP), diretor clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada, professor adjunto coordenador da Disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG, e oncologista e oncogeneticista da CETTRO Oncologia (DF)


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