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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 6pm

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Drops de genômica

Gene AMBRA1, autofagia e apoptose celulares

Murad 2019 bxEm mais um tópico da coluna Drops de Genômica, o oncologista André Murad* (foto) discute a função do gene AMBRA1 e sua relação com a autofagia e apoptose celulares. Confira.

Vários estudos recentes sugerem que a autofagia exerce um papel protetor tumoral no tratamento do câncer, e pode até estar envolvida na resistência aos agentes antineoplásicos empregados. Paralelamente, há uma associação complexa entre autofagia e a apoptose: esses dois processos podem se regular e se transformar mutuamente para determinar o destino de uma célula, dependendo do contexto biológico temporal.

A ativação da molécula na proteína 1 autofágica regulada por Beclin 1 (AMBRA1) é um fator importante na interação entre a autofagia e a apoptose. O nível de expressão e as distribuições intracelulares da proteína AMBRA1, codificada pelo gene AMBRA1, podem controlar o equilíbrio e a conversão entre autofagia e apoptose e modificar a eficácia, por exemplo, dos agentes quimioterápicos. Portanto, o gene codificador de AMBRA1 pode ser considerado como um supressor de tumores.

A proteína AMBRA1, consequentemente, pode servir como um novo alvo para o tratamento do câncer, particularmente com o objetivo de se superar a resistência aos medicamentos antineoplásicos. Adicionalmente, estudos mais recentes demonstram que AMBRA1 marca outras proteínas envolvidas na divisão de células (conhecidas como ciclinas) para destruição quando a divisão celular não é necessária. 

Quando o gene que produz AMBRA1 sofre uma perda de função e a proteína está ausente ou não atua corretamente, o ciclo celular perde um de seus principais freios, o que concorre para que a espiral de divisão celular fique fora de controle. Verificou-se que a perda da proteína AMBRA1 pode levar tanto à formação de tumores em camundongos, quanto alterar a história natural de vários tumores sólidos em humanos, sendo correlacionada com seu pior prognóstico e também sua resistência aos inibidores de CDK4/6.

Estudos futuros serão necessários para se testar estratégias de reversão da resistência aos inibidores de CDK4/6 causada pela perda de função do AMBRA1. Uma possibilidade particularmente promissora é o uso concomitante de inibidores de CHK1 (Checkpoint kinase 1) aos inibidores CDK4/6, para tumores que apresentem baixos níveis da proteína AMBRA1. 

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*André Murad é diretor científico do Grupo Brasileiro de Oncologia de Precisão (GBOP), diretor clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada, professor adjunto coordenador da Disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG, e oncologista e oncogeneticista da CETTRO Oncologia (DF)
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